segunda-feira, 31 de outubro de 2011

I Festival Agroflorestal de Primavera

Práticas Sustentáveis de Reconexão com a Terra
12 a 15 de novembro de 2011*
 na Ecovila Arca Verde em São Francisco de Paula- RS
Traga sua arte e fantasia, seus instrumentos e ferramentas, sementes e  experiências, mente e coração abertos para compartilhar e celebrar!

*Chegada e instalação a partir da tarde do emblemático 11/11/2011


Programação
12/11 Sábado
7h – Meditação Dinâmica
8h – Desjejum
9h - Oficinas - Zona 1: Quintal agroflorestal – canteiro instantâneo; Canteiros verticais  e técnicas de agroecologia urbana; Manejo mudas e sementes; Compostagem
13h – Almoço comunitário
14h – Debates: Auto-suficiência; A Farmácia natural 
19h Jantar
20h – Contação de histórias e lendas
13/11 Domingo
7h - Yoga
8h - Desjejum
9h - Oficinas - Zona 2 e 3 - Plantios de árvores e raízes; Podas e adubação verde
13h – Almoço comunitário
14h – Debates: Teoria agroflorestal; A Lua e as plantações
19h - Jantar
20h - Atividade cultural com degustação de hidromel

14/11 Segunda-feira
7h – Danças Circulares
8h - Desjejum
9h - Zona 4 e 5 – Vivências: Trilha interpretativa; Identificação de recursos; Ecologia profunda
13h – Almoço comunitário
14h – Oficina: Biorregionalismo - Vídeos e fotos comentados (temáticas diversas) 
19h Jantar
20h – Mostra de Talentos
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­15/11 Terça-feira
8h – Desjejum
9h - Feira de Troca de Sementes e outros; Espaço Lúdico
13h – Almoço comunitário
16h - Ritual no Labirinto
17h - Encerramento

Investimento
R$215,00 pelos 4 dias ou R$80 por dia avulso. Inclui hospedagem (a preferência no alojamento será para quem participará todos os dias) e alimentação natural e saudável. Desconto para grupos!
Informações e Inscrições
54-99017745/ 54-99561056/ 54 - 99665394
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domingo, 30 de outubro de 2011

Catadores

A experiência dos catadores do município de Arujá


Os Catadores from Confraria Produções on Vimeo.

sábado, 29 de outubro de 2011

Respeitar e aprender com os idosos: valores imensuráveis para um mundo melhor

28/10/2011 13:39

Coordenadora aborda envelhecimento e direitos em seminário internacional

Ronaldo M. Botelho


mais fotos
Memórias, esclarecimentos, homenagens e reflexões marcaram, na manhã desta sexta-feira em Bagé a palestra "Centenários", da gerontóloga e titular da Coordenadoria Municipal de Políticas de Inclusão e Acessibilidade de Canoas (COOMPIA), Ony Teresinha. Em sua fala, ela abordou a questão do envelhecimento criativo, dos mitos e verdades sobre o envelhecimento no Brasil. Por duas vezes Ony foi interrompida por aplausos e elogiada. "É uma riqueza a sua fala quando vincula a criança e o adulto na obra da criação", observou o bispo Dom Gílio Felício, também integrante da mesa. Em homenagem aos centenários presentes ela também leu o poema Velhas Árvores, de Olavo Bilac.
Realizada no Salão Camilo Moreira, no centro da cidade, essa atividade integra o evento DialogicIdade - Diálogo, Idoso e Intersetorialidade, realizado pela Prefeitura de Bagé. Essa iniciativa concentra o 1º Seminário Intersetorial Idoso (a) e Intersetorialidade e o 1º Encontro Internacional das Pessoas Centenárias, realizados desde a última quarta-feira nessa cidade. "Temos que correr porque os idosos tem pressa. E a participação de representantes de seis Países e vários estados brasileiros demonstra que temos uma responsabilidade que é para não para apenas para Bagé ou para o País, mas para o mundo", observou o prefeito de Bagé, Luis Eduardo Dudu Colombo (PT).
Reconhecimento
A titular da COOMPIA de Canoas também fez uma apresentação aos participantes sobre o projeto de lei do senado 672 (PSL 672), aprovado no Senado Federal, de autoria do senador Paulo Paim. A matéria altera o artigo 34 do Estatuto da Pessoa Idosa, concedendo dois salários mínimos como um direito aos idosos centenários. "É um reconhecimento politico do da idade avançada e que o estado falha, daí a importância dessa lei, que não é uma medida assistencialista, mas um reconheciento necessário", explica. Conforme dados da Secretaria de Políticas Públicas para a Pessoa Idosa de Bagé (primeira no RS), a cidade tem 17 mil idosos, o que representa mais de 14% da população. Entre esses, existem 20 centenários, vários deles presentes na ocasião. "O idoso é um tronco e uma fortaleza, e seu tronco e dá frutos a outras gerações", destaca a Primeira dama e titular desta pasta, Silvana Caetano.
O evento Dialogicidade foi uma realização da Prefeitura de Bagé, por meio das secretarias municipais de Políticas Públicas para a Pessoa Idosa, de Saúde e de Educação e contou com o apoio da Universidade da Região da Campanha (URCAMP). Durante os três dias dos dois seminários foram realizados na cidade palestras, lançamento de publicações, debates e apresentação de trabalhos acadêmicos sobre a temática da Pessoa Idosa. O lançamento da revista científica Dialogicidade, com abordagens de diversas áreas sobre em torno desse tema, foi um dos destaques. Ainda na tarde desta sexta-feira será redigida e divulgada a carta "Centenários de Bagé".

Crédito da notícia: Ronaldo M. Botelho
Reproduzido do site http://www.canoas.rs.gov.br/

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Velhas Árvores
Poema lido pela titular da COOMPIA de Canoas, Ony Teresinha, durante o DialogicIdade

 Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

Olavo Bilac, in "Poesias"

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Democracia, o outro nome da função social da mídia

Seminário debaterá democratização da mídia

Mídia, democracia, regulação, liberdade de imprensa e de expressão: estes serão os temas centrais do seminário, promovido pela Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS), Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores de Comunicação (Altercom) e Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, no dia 3 de novembro, em Porto Alegre. O evento reunirá nomes como Franklin Martins, Paulo Henrique Amorim, Luiza Erundida e Venício Lima.
Redação

Mídia, democracia, regulação, liberdade de imprensa e de expressão: estes serão os temas centrais do seminário promovido pela Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS), Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores de Comunicação (Altercom) e Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, no dia 3 de novembro, em Porto Alegre. O evento será na Escola Superior da Magistratura (rua Celeste Gobbato, nº 229, bairro Praia de Belas). A programação do encontro é a seguinte:

8h30min – credenciamento

9h às 12h – Abertura e 1º Painel

Democracia e Liberdade de imprensa

Presidente de mesa: Leoberto Narciso Brancher – Conselheiro de Comunicação da AJURIS

Participantes:

Claudio Baldino Maciel – Desembargador TJRS

Paulo Henrique Amorim – Jornalista do site Conversa Afiada

Pascual Serrano – Jornalista espanhol

Breno Altmann – Jornalista e Diretor da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores de Comunicação (Altercom)

Juremir Machado – Jornalista do Correio do Povo e Rádio Guaíba e professor da PUCRS

15h às 18h – 2º Painel e Encerramento

Regulação e Liberdade de expressão

Presidente de Mesa: Ronaldo Adi Barão Castro da Silva – Assessor da Presidência da Ajuris

Participantes:

Eugênio Facchini Neto – Desembargador do TJRS e professor da Escola Superior da Magistratura e da PUCRS

Franklin Martins – Jornalista e Ex-ministro da Comunicação Social do Governo Lula

Venício Lima – Jornalista, Sociólogo e Professor da UNB

Luiza Erundina – Deputada Federal PSB (a confirmar)

Elton Primaz – Jornalista, chefe de Redação do jornal O Sul

Bia Barbosa – Jornalista e integrante do Conselho de Administração do Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação

As inscrições podem ser feitas neste endereço.
Reproduzido da Carta Maior.


Líttín e a Isla 10



Blog do filme: http://www.dawsonilha10.com.br/

Por uma mídia aberta a todas as vozes, caras e idéias


'Mídia, diversidade cultural e políticas públicas de afrodescendentes' acontece no dia 29

O auditório da Associação Riograndense de Imprensa, em Porto Alegre, vai sediar no dia 29 o primeiro Simpósio Cepos / Midiacid, que terá como tema 'Mídia, diversidade cultural e políticas públicas de afrodescendentes'. O evento é gratuito, tendo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS como apoiador, e as inscrições devem ser feitas no endereço www.unisinos.br.

Programação

8h30min: Mesa de abertura (representantes dos grupos de pesquisa Cepos e Midiacid, Fundação Ford, Sindicato dos Jornalistas do RS, NEABI)

9h às 10h30min: Mesa 1- As mídias e as políticas públicas de igualdade racial
1) A experiência da Afropress: possibilidades e desafios - Dojival Vieira, São Paulo
2) Experiências de Formação Docente e Gestora. Questões Metodológicas e Práticas Educomunicativas na Implementação da LDB 9394/96 alterada pela Lei 10.639/03 – Rosangela Malachias, do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade (CEART), São Paulo
Mediadora: Denise Cogo da Unisinos

11h às 13h00min: Mesa 2 - Mobilização e organização de jornalistas e as questões de negritude
Núcleo de Jornalistas Afro-Brasileiros do Sindicato dos Jornalistas do RS: Vera Dayse, Jeanice Dias Ramos e Sátira Machado
Mediador: Valério Brittos, Unisinos

14h30min às 16h30min: Mostra de produções audiovisuais
Agência da Boa Notícia Guajuviras (ABNG) - Andrea Freitas e Janice Machado
Grupo Rafuagi - Rafael

17h - Encerramento

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O impasse no clima e seus altos preços


artigo de Washington Novaes

Imagem: http://blogvisao.files.wordpress.com/2007/08/
aquecimentoglobal2-thumb.jpg?w=440&h=300
[O Estado de S.Paulo] A pouco mais de um mês do início da próxima reunião da Convenção do Clima (na última semana de novembro), na África do Sul, o impasse continua total e os dirigentes da ONU já não escondem a certeza de que nenhum acordo importante será conseguido lá – embora os chamados “desastres naturais” (entre eles os provocados por mudanças climáticas) tenham atingido, segundo o Banco Mundial, 2,6 bilhões de pessoas no mundo na última década, ou 1 bilhão mais que na década anterior (Estado, 28/3). A média de desastres passou de 15 por ano na década de 1980-1990 para 370 na década seguinte e os prejuízos foram 15 vezes maiores que nos anos 50. Segundo a Oxfam (O Globo, 18/1), desde 1975 os “desastres naturais” (que incluem terremotos, tsunamis, etc.) já mataram 2,2 milhões de pessoas. Atualmente são 250 milhões atingidas a cada ano, que chegarão a 375 milhões em 2015.

Nos últimos 25 anos a temperatura média da Terra foi mais alta que a média do século 20. O ano passado, juntamente com 2005, foi o mais quente de todos tempos. Segundo a revista Scientific American (AP, 28/6), a relação entre mudanças climáticas e “eventos extremos” já não é apenas uma teoria, é um fato comprovado.

De pouco têm valido os apelos do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao lembrar que até 2060 a população da Terra será 50% maior que a de 1999 e levará a mais aumentos de emissões de gases poluentes – por isso será preciso reduzi-los já em pelo menos 50%. Mas eles estão aumentando: em 2010, conforme a Agência Internacional de Energia, chegaram ao recorde de 30,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, 5% mais que em 2008. Segundo os cientistas, se as emissões passarem de 32 bilhões de toneladas anuais, será impossível impedir que a temperatura terrestre suba mais que 2 graus Celsius, mesmo com as reduções planejadas nas emissões até 2050. Entre 1990 e 2010, as emissões dos EUA aumentaram 5%; as da China, 10%; e as da Índia, 9%. As da União Europeia (UE) e da Rússia diminuíram 27% (Science Daily, 22/9. E o mundo ainda tem 1,3 bilhão de pessoas sem energia elétrica.

Os impasses na convenção não mudaram. Os países emergentes dizem que a obrigação de reduzir as emissões é dos países industrializados, que emitem desde o início da Revolução Industrial. Os países ricos dizem que sem os emergentes não adiantará nenhum acordo, porque eles já emitem mais que os industrializados. E o próprio Protocolo de Kyoto, que obriga os industrializados a reduzirem em 5,2% suas emissões, expira em 2012, sem que haja vislumbre de novo acordo. Com isso deixaria de vigorar o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que permite a uma empresa ou país industrializado financiar projetos que levem à redução de emissões em outro país e contabilizar esse ganho em seu próprio balanço. Já foram feitos cerca de 3 mil projetos nessa área.

A presidente Dilma disse na ONU que o Brasil espera avanços importantes em Durban, embora os cientistas digam que os impasses refletem os grandes conflitos econômicos entre as principais nações do mundo, agravados pela crise financeira. Quem vai investir em redução de emissões? Como destinar US$ 30 bilhões para os países mais pobres enfrentarem o drama do clima, e mais US$ 100 bilhões por ano até 2020, como foi acenado na reunião de Copenhague (2009)? Os EUA continuam emitindo 16 toneladas anuais de CO2 por habitante, ante 8,1 toneladas na UE e 6,6 na China. O Brasil, segundo o Banco Mundial e o consultor Nicholas Stern, entre 10 e 11 toneladas por habitante/ano.

Uma das consequências do panorama, segundo Ban Ki-moon (Independent, 22/9), é o avanço da desertificação no mundo: cerca de 40% das terras, onde vivem 2 bilhões de pessoas, já são áridas ou semiáridas. A cada ano são atingidos mais 12 milhões de hectares, onde poderiam ser produzidos 20 milhões de toneladas anuais de alimentos, para um mundo que caminha para ter 10 bilhões de pessoas. Já as chuvas intensas têm hoje 20% mais probabilidade de acontecer (Nature, em O Globo, 17/2). No Paquistão, nas últimas semanas, foram 270% mais intensas que as tradicionais, inundaram 73% das terras de cultura e atingiram 8 milhões de pessoas, 1,3 milhão de casas, deixaram 1,5 milhão de desabrigados e 220 mortos. No leste da Índia foram 4 milhões os atingidos, 150 mil desabrigados e 60 mortes. No Camboja, 141 mortos. Na Tailândia, 26 de 77 províncias sob a água e 28 mortes. E 42 milhões de pessoas tiveram de deixar suas casas em 20 anos por causa dos desastres. As seguradoras perderam US$ 36 bilhões no ano passado.

E tudo se pode agravar. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, com o panorama atual a tendência é de que a temperatura da Terra suba 2,4 graus (já subiu quase 0,8) até 2020.

Pior de todas é a situação das ilhas do Pacífico, já enfrentando a elevação do nível do oceano e tendo de promover migrações e comprar áreas em outros países. Já decidiram ir à Corte Internacional de Haia pedir que os países industrializados sejam responsabilizados por isso e arquem com os custos (UN News Service, 23/9). A secretária da Convenção do Clima, Cristiana Figueres, tem dito (The Guardian, 10/10) que as empresas precisam contabilizar em seus custos os que decorrem de suas emissões de poluentes.

Não é preciso insistir na gravidade da situação brasileira, que já povoa as páginas dos jornais. Mas um estudo da Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental (setembro de 2011) diz que as temperaturas em várias regiões brasileiras vão subir de 2 a 3 graus, o índice de umidade vai cair e o índice hídrico terá uma “diminuição notável” até 2050. Em 2010, segundo a Agência Nacional de Águas, quase 20% dos municípios brasileiros decretaram estado de emergência ou de calamidade por causa de desastres climáticos.

Essa é a dimensão do impasse no mundo.

Washington Novaes, jornalista. E-mail: wlrnovaes@uol.com.br
Artigo originalmente publicado no O Estado de S.Paulo - EcoDebate, 24/10/2011,
reproduzido no sendo sustentável.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sobre um debate que desinteressa como notícia, ainda que a todo cidadão interesse...

Juiz critica monopólios na mídia e aponta manipulação em cobertura da RBS

No dia 21 outubro, a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) promoveram, em Porto Alegre, um seminário para discutir liberdade de imprensa e Poder Judiciário. O convite para o encontro partiu da ANJ que já promoveu um debate similar junto ao Supremo Tribunal Federal (Ver artigo de Venício Lima, Direito à comunicação: o “Fórum” e a “Ciranda”). Os interesses temáticos envolvidos no debate não eram exatamente os mesmos. Enquanto que a ANJ e as suas empresas afiliadas estavam mais interessadas em debater a liberdade de imprensa contra ideias de regulação e limite, a Ajuris queria debater também outros temas, como a ameaça que os monopólios de comunicação representam para a liberdade de imprensa e de expressão.

O jornal Zero Hora, do Grupo RBS (e filiado a ANJ) publicou no sábado (24/10/2011) uma matéria de uma página sobre o encontro. Intitulada “A defesa do direito de informar”, a matéria destacou as falas favoráveis à agenda da ANJ – como as da presidente da associação, Judith Brito, e do vice-presidente Institucional e Jurídico da RBS, Paulo Tonet – e omitiu a parte do debate que tratou do tema dos monopólios de comunicação. Na mesma edição, o jornal publicou um editorial furioso contra o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, acusando-o de querer censurar o jornalismo investigativo (Ver matéria: Tarso rechaça editorial da RBS e diz que empresa manipulou conteúdo de conferência). No mesmo editorial, o jornal Zero Hora apresentou-se como porta-voz da “imprensa livre e independente” e afirmou que “a credibilidade é a sua principal credencial”.

Agora, dois dias depois de o governador gaúcho acusar a RBS de ter manipulado o conteúdo de uma conferência que proferiu no Ministério Público do RS, omitindo uma parte que não interessava à construção da tese sobre a “censura ao jornalismo investigativo”, mais uma autoridade, desta vez o presidente da Ajuris, João Ricardo dos Santos Costa, vem a público criticar uma cobertura da RBS, neste caso, sobre o evento promovido em conjunto com a ANJ. A omissão da parte do debate relacionada ao tema do monopólio incomodou o presidente da Associação de Juízes.
Marco Aurélio Weissheimer

sábado, 22 de outubro de 2011

Socioambientalismo na América Latina

Por Mônica Pileggi - Agência Fapesp
 Agência Fapesp - EcoAgência


É o que destaca o livro A questão ambiental na América Latina – Teoria social e interdisciplinaridade, lançado recentemente pela Editora Unicamp e que tem por objetivo oferecer um panorama da produção intelectual no campo interdisciplinar das ciências socioambientais em importantes universidades e centros de pesquisa na região.
Organizado pela professora Leila da Costa Ferreira, do Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o livro contou com o apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.
O livro é um produto do Projeto Temático "A questão ambiental, interdisciplinaridade, teoria social e produção intelectual na América Latina", coordenado pela pesquisadora e realizado no Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam) da Unicamp.
“Devido à amplitude e vastidão da América Latina, optamos por estudar ao menos os programas de universidades e centros de pesquisa que tivessem tradição na área de teoria social e interdisciplinaridade da região”, disse à Agência FAPESP.
Ferreira explica que o grupo estudou sete países – Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Uruguai –, trabalhando na identificação das principais linhas de pesquisa no conjunto dessa produção científica e dos principais temas abordados por esse tipo de produção.
Para as análises, durante o projeto o grupo desenvolveu uma metodologia de pesquisa que envolveu visitas aos centros estudados e a criação de um banco de dados capaz de abrigar o conhecimento produzido na área socioambiental pelos sete países.
Após a coleta do material, o grupo entrevistou os autores desses estudos, cujos resultados de trabalhos acerca de temas como sustentabilidade, políticas públicas, interdisciplinaridade, sociologia ambiental, teoria social, ciência e produção intelectual na América Latina foram discutidos em um seminário internacional, em 2008, no Nepam.
“Observamos que a produção intelectual na região, principalmente na área de sociologia ambiental, acompanha a literatura internacional não só em quantidade como também na qualidade. Isso demonstra que estamos muito bem inseridos internacionalmente”, disse.
“Ao mesmo tempo, há uma especificidade nessa produção intelectual, devido ao histórico político e social desses países. São países com grande desigualdade social, porém com uma vasta biodiversidade”, complementou.
Direcionado ao público acadêmico e interessados na problemática ecológica, o livro está dividido em duas partes e traz resultados de estudos apresentados no seminário.
Na primeira, os autores descrevem a tese principal que norteia a obra, abordando a questão ambiental e a América em diferentes perspectivas, na dimensão simbólica e na política.
A segunda parte reúne artigos dedicados também a temas relevantes para a região, tais como saúde pública, sustentabilidade, qualidade de vida, temas relacionados à conservação, socioambientalismo e tecnologia.
  • A questão ambiental na América Latina – Teoria social e interdisciplinaridade
    Organizadora: Leila da Costa Ferreira
    Lançamento: 2011
    Preço: R$ 32,00
    Páginas: 288
    Mais informações: http://www.editora.unicamp.br/ 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"Profetas da Ecologia" - produto e solução na sociedade industrial

Municípios terão de incluir catadores em plano de resíduos sólidos para obter recursos federais

Publicado em 18/10/2011, 09:00
Municípios terão de incluir catadores em plano de resíduos sólidos para obter recursos federais
Plano do governo federal para resíduos sólidos visa valorizar papel dos catadores de materias recicláveis no país
(Foto: ©Lucas Ruiz/Folhapress)

São Paulo – As prefeituras só poderão solicitar auxílio financeiro federal para implantação do plano municipal de resíduos sólidos se incluírem associações de catadores em seus projetos. A condição foi lembrada por Sérgio Luiz da Silva Cotrim, diretor da Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, durante seminário sobre o tema, realizado na segunda-feira (17), em São Paulo. "Só vai ter prioridade (na concessão de auxílio financeiro) a prefeitura que trabalhar com inclusão de catadores", afirma.

A Lei 12.305, de 2010, que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos define que o governo federal estabeleça um plano nacional para resíduos sólidos com horizonte de 20 anos e atualização a cada quatro. Cabe a cada município administrar a separação e a destinação adequada ao lixo orgânico e a materiais recicláveis. Até agosto de 2012, as Prefeituras devem implantar o plano municipal de resíduos sólidos. O prazo para eliminar os lixões e implantar a coleta seletiva nas cidades vai até 2014.

Durante seminário realizado pelo Instituto Nova Ágora de Cidadania (Inac), Cotrim admitiu, em entrevista à Rede Brasil Atual, que as as administrações municipais têm dificuldade em compreender o papel das associações de catadores, mas não poderão se omitir, porque os trabalhadores fazem parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos. "Havendo catadores nos municípios, as prefeituras não vão poder se omitir. Vão ter de buscar solução com a participação deles", afirma. "O preconceito terá de ser combatido de frente."

"Se não puderem participar do processo de reciclagem em suas cidades, os catadores vão buscar outras formas de manutenção financeira, o que passa pela busca de atividades informais. A marginalização deles, que já acontece na reciclagem de materiais, vai aumentar e criar problemas sociais nos municípios", opina o especialista do Ministério das Cidades, responsável pela operação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

Associações

Embora a maior parte dos catadores ainda não faça parte de associações e cooperativas, Cotrim alerta que a participação destes trabalhadores só poderá ocorrer por meio dessas organizações. "Eles têm de estar organizados, porque individualmente não vão poder participar do plano municipal de resíduos sólidos."
De acordo com o representante do governo, o plano nacional de resíduos sólidos está em processo de fechamento das propostas apresentadas pela sociedade civil nas audiências regionais. Nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro uma audiência final, em Brasília, vai reunir as propostas, que ainda vão passar por análise de constitucionalidade e legalidade para fazer parte do plano nacional.

Os prazos previstos para implantação das etapas da Política Nacional não serão alterados. Empresas e prefeituras devem se mobilizar para atender as novas exigências a partir de 2012 num cronograma que segue até 2014. "Os prefeitos estão muito preocupados buscando informações e principalmente capacitação para se adequar à nova política. Querem saber como se faz o plano municipal e as propostas do governo para auxiliá-los na implantação", diz

Reproduzido da Rede Brasilatual - Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual

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A respeito desse tema, é sempre bom ouvir Irmão Cechim, da Pastoral da Ecologia. Com mais de 30 anos de trabalho com esses agentes, desde Canoas às ilhas do Guaíba, ele chama os catadores de Profetas da Ecologia.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A volta das Revoluções


Por Silvio Caccia Bava


As revoluções estão de volta. Elas ocorrem quando menos se espera e muitas vezes  surpreendem por seus protagonistas se constituírem como novos atores políticos. São processos que começam em razão de alguma violência, arbitrariedade ou discriminação, uma faísca num contexto de opressão, e não se sabe como terminam ou de que propostas de transformações são portadoras.

Só podemos compreender seus significados e potencialidades se construirmos para isso uma abordagem histórica. Por exemplo, uma história da opressão e da exploração, seja dos trabalhadores nas fábricas, que dá origem ao sindicalismo estadunidense; ou das mulheres, que dá origem ao movimento feminista; ou ainda dos homossexuais ou dos grupos indígenas, que defendem seus direitos.

Em uma revolução, o que está em causa é o poder. Destituir o poder opressor e criar novas formas de governar no interesse dos grupos que assumem o poder. Muitas vezes, quando a revolução ocorre, as aparentes identidades dos grupos oprimidos se desfazem e abrem campo para disputas, muitas vezes cruéis, entre os grupos que buscam a instituição da nova ordem. As contradições internas às revoluções são também algo importante de ser compreendido.

As lutas contra o jugo colonial, pela emancipação nacional, também fazem parte do repertório das revoluções. Essas lutas vão desde as lutas pela independência na América Latina e na África, por exemplo, contra as potencias europeias que as colonizavam; até as lutas anti-imperialistas do século XX e que adentram hoje o século XXI.

Mais recentemente, a Primavera Árabe nos traz surpresas. Povos que viveram por décadas a opressão de regimes autoritários, a partir das mobilizações bem sucedidas da Tunísia e do Egito, resolveram se sublevar e estão transformando radicalmente o cenário geopolítico do Oriente Médio e do Norte da África.

No mundo de hoje, globalizado, as experiências em qualquer país podem se transformar em referências para o mundo inteiro. E o sucesso das mobilizações que derrubaram os governos autoritários da Tunísia e do Egito mostrou o caminho da insurgência para muitos outros povos. Talvez tenham até estimulado o surgimento do movimento dos indignados, na Europa.

Mas nem sempre as revoluções garantem dias melhores. Muitas delas, ao longo da história, foram apropriadas por grupos de poder, contrariando até mesmo suas próprias bandeiras. Daí a importância da análise e da compreensão dos seus significados, simbólicos e políticos.

Esta edição da revista Dossiê 07 traz para você um pouco da história das revoluções e de como ela é contada, seja por seus protagonistas, seja por historiadores, seja pela literatura, na luta pela liberdade. Este olhar sobre o passado e o presente pode nos ajudar a entender o mundo em que vivemos.


Silvio Caccia Bava é editor de Le Monde Diplomatique Brasil e coordenador geral do Instituto Pólis.

Texto e foto do Le Monde Diplomatique.



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O óleo nosso de cada dia e outras utilidades

Um problema que o mundo conhece e as lições de Clara e Zilda

Situação da fome no mundo é alarmante e dramática, diz FAO

Da Redação
Representantes da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM) advertiram nesta terça-feira (18) a comunidade internacional sobre a situação da fome no mundo, considerada por eles alarmante e dramática. Para os especialistas, a situação se agrava com o crescimento da população mundial e a elevação constante dos preços dos alimentos. A região que mais sofre no mundo é a conhecida como Chifre da África onde está a Somália.
“Uma em cada sete pessoas no mundo vai para a cama com fome, na maioria mulheres e crianças”, disse a diretora da representação do PAM em Genebra (Suíça), Lauren Landis, no seminário intitulado Lutar Juntos Contra a Fome. “A fome mata anualmente mais pessoas do que o vírus que transmite a Aids, a malária e a tuberculose”, acrescentou.
No período de 2005 a 2008, os preços dos alimentos atingiram o nível mais elevado dos últimos 30 anos. Os alimentos mais afetados são o milho e o arroz. “A situação assumiu proporções dramáticas a partir de 2008, quando os preços alcançaram um pico histórico e quase duplicaram num período de três a quatro anos”, disse o diretor da FAO em Genebra, Abdessalam Ould Ahmed.
Ahmed acrescentou ainda que a situação atual é “mais dramática” porque o aumento dos preços dos alimentos ocorre no mesmo momento do agravamento da crise econômica internacional.
Para ele, a elevação dos preços é uma consequência, entre outros fatores, do aumento substancial da população mundial. “Cada ano existem no mundo mais 80 milhões de bocas para alimentar”, disse Ahmed.

Reproduzido do Sul 21.

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Embora tendo criado a Multimistura,
Clara não gozou nem de perto da fama
conquistada por Zilda e a Pastoral
Foto: ffolina
Em 1983, a pedido da CNBB, a sanitarista Zilda Arns cria a Pastoral da Criança juntamente com Dom Geraldo Majela Agnello, Cardeal Arcebispo Primaz de São Salvador da Bahia, que na época era Arcebispo de Londrina. Foi então que desenvolveu a metodologia comunitária de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no milagre da multiplicação dos dois peixes e cinco pães que saciaram cinco mil pessoas, como narra o Evangelho de São João (Jo 6, 1-15). A educação das mães por líderes comunitários capacitados revelou-se a melhor forma de combater a maior parte das doenças facilmente preveníveis e a marginalidade das crianças. (...) Paralelo a isso, a Pastoral adotou e difundiu entre essas famílias o conhecimento da chamada farinha múltipla ou farinha multimistura, criada pela nutricionista Clara Takaki Brandão. Trata-se de um composto largamente utilizado como suplemento alimentar para o combate à mortalidade infantil. (...) Geralmente composta por farelos (de arroz, de trigo e/ou de milho), sementes (de abóbora, melancia e/ou gergelim), pó de folhas verde-escuras (de aipim, de batata doce e de abóbora) e cascas de ovos, apresenta variações regionais em termos quantitativos e qualitativos da formulação. Foi esta fórmula que, nas últimas três décadas, revolucionou o trabalho da Pastoral da Criança, reduzindo as taxas de mortalidade infantil no País e ajudando o Brasil a cumprir as Metas do Milênio. (...) A Pastoral estima que cerca de 2 milhões de crianças e mais de 80 mil gestantes sejam acompanhadas todos os meses pela entidade em ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania. (...) O trabalho de Zilda Arns serviu de modelo para vários países, como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau; Timor Leste, Filipinas, Paraguai, Peru, Bolívia, Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai, Equador e México. Em algumas dessas nações a própria médica ministrou cursos sobre como estruturar as ações. (...) Até sua morte no terremoto do Haiti em janeiro de 2010, Zilda coordenava cerca de 155 mil voluntários, presentes em mais de 32 mil comunidades em bolsões de pobreza em mais de 3.500 cidades brasileiras.

Texto produzido a partir da Pastoral da Criança e outras fontes.
Outras informações sobre esse tema também podem ser acessadas em COMER CONSCIENTE, neste blog.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sobre a medicina, para além das certezas

Dia do Médico também é dia de lembrar aquilo o que pode envolver um erro desses profissionais, justamente para valorizar o poder desse ofício hoje.

 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Minnie Riperton - Lovin' You (Live 1975)

Acordei muitas manhãs e passei tardes ouvindo essa música; e agora ganhei-a de presente, via youtube. Ótimo início de semana! - compartilho a todos.


Sobre Minnie Riperton.

domingo, 16 de outubro de 2011

Lutas e conquistas no tranporte público metropolitano de Porto Alegre



O anúncio da presidenta Dilma da liberação de recursos para o metrô de Porto Alegre é uma ótima notícia para centenas de milhares de trabalhadores da Capital e cidades vizinhas, que a rodeiam. Só quem depende, ou dependeu de ônibus para o deslocamente diário da periferia para o centro sabe dos desgastes de espera, coletivos lotados e engarrafamentos, frequentes e progressivos nessa rota. Uma realidade geral na RMPA, que agora vislumbra a concretização de uma velha esperança.

Mas merece registro aqui, nesse novo cenário, a luta do ex-vereador alvoradense, Flávio Silva, ardoroso ativista pela melhoria do transporte público e integração dos municípios dessa Região. Muito antes de se falar em Avenida do Trabalhador ou TMs (linhas metropolitanas integradoras), Flávio se mobilizava, muitas vezes com recursos próprios, em incansáveis idas e vindas entre a Metroplan e as entidades comunitárias de Alvorada. Incontáveis abaixo assinados, reuniões, atos públicos e outras formas de mobilização marcaram sua trajetória de quatro mandatos. Hoje, a necessidade do transporte de massa apresenta um novo paradigma para a organização popular e a atuação dos gestores públicos na Região Metropolitana de Porto Alegre, como nas demais capitais brasileiras. Mas como a história é feita de combinações e interlocuções de experiências - ao invés de rupturas, como muitos querem fazer crer - vale sempre o registro da importância e permanência daqueles que são protagonistas de sua construção, especialmente quando representam as vozes de menor, ou nenhuma, expressão.

sábado, 15 de outubro de 2011

O mundo ocupante, o mundo sem Wall Street



Protestos populares contra a 'ganância corporativa' são esperados em centenas de cidades neste sábado.
Manifestantes estão tomando as ruas de capitais ao redor do mundo, neste sábado, para protestar contra a "ganância corporativa" e os cortes orçamentários realizados por distintos governos. Na íntegra, "na Agência Estado. Dica de vídeo da Une.


Para compreender melhor esse contexto internacional mobilizante, vale a pena conferir a entrevista "A globalização é uma uma nova forma de colonização", com Marc Augé, disponível na Carta Maior.
Autor de estudos sobre o modo como as percepções de tempo e espaço se alteraram no mundo contemporâneo, o antropólogo francês Marc Augé reflete sobre essas mudanças em uma entrevista especial. "A distância entre ricos e pobres é cada vez mais importante, e a mesma coisa ocorre com o acesso ao conhecimento e à ciência. Eu diria que a globalização não difere muito da colonização. Vivemos um tipo de colonização anônima ou multinacional. A globalização nos emparelhou" afirma."

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Faça a diferença, um espaço para as pessoas com deficiência na mídia sulista


Na próxima terça, 18/10, às 17h30min, estreia na TVE o programa Faça a Diferença, da TV Assembleia. O Faça a Diferença aborda assuntos sobre o cotidiano das pessoas com deficiência e apresenta pautas de saúde e educação, destacando a tolerância e o respeito à diversidade humana.
A transmissão do programa é o primeiro passo no cumprimento às diretrizes preconizadas na Convenção da ONU, que trata dos direitos da pessoa com deficiência e na Lei 13.320 de 21 de dezembro de 2009. Em setembro passado, a TVE assinou junto à Federação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para PPDs e PPAHs (Faders), à Associação de Cegos do RS (Acergs) e à Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos RS (Feneis), um Termo de Cooperação Técnica visando à promoção de ações em benefício de pessoas com deficiência, principalmente no campo da articulação e desenvolvimento das políticas públicas de acesso à comunicação (áudio descrição e libras).

Para a publicitária, escritora e apresentadora do programa, Juliana Carvalho, cadeirante há 10 anos, "o estado deve dar exemplo e cumprir o que está na Legislação. As pessoas com deficiência devem ter o direito à informação respeitado. Espero que a iniciativa da TVE motive outras TVs a fazerem o mesmo: produzir informação de qualidade acessível a todos".

Sagrada Terra Especulada (A luta contra o Setor Noroeste) - DF

Prossegue a luta dos indígenas do Distrito Federal pela demarcação dos 50 hectares do Santuário dos Pagés, que se extende desde 1996 no Setor Noroeste de Brasília. Abaixo, documentário sobre o tema, produzido pelo Centro de Mídia Independente. Também podem ser obtidas mais infromações no Sagrada Terra Especulada.



Documentário - 70min from Muruá on Vimeo.
O documentário "Sagrada Terra Especulada" narra um período de lutas contra o Setor Noroeste, bairro de alto luxo que a especulação imobiliária do Distrito Federal tenta construir a qualquer custo. Tendo como enfoque a resistência realizada na Reserva Indígena Santuário dos Pajés, o documentário traça a ação da mídia, políticos, empresários, especuladores e burocratas: todos a serviço do lucro e da segregação. Do outro lado, apresenta a ação de movimentos populares em uma incansável e também vitoriosa luta. O documentário pode ser distribuído gratuitamente. Links com vários formatos para download serão acrescentados no blog: sagradaterraespeculada.blogspot.com Produzido pelo Centro de Mídia Independente-DF

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Rio dos Sinos e Rio Gravataí: os piores do Brasil. Entrevistas especiais com Mauricio Colombo e Silvio Klein

Há cinco anos a mortandade
massiva de peixes no Rio do Sinos
chocou o País. No gravataí, 
Duas a três vezes ao ano o rio aparece
com a fauna e a flora marinha mortas
Dica do blog Antes que a natureza morra (11/11/2010); produzido pela Instituto Humanitas (Unisinos)                        Em dez anos de trabalhos, a Agência Nacional de Águas – ANA lançou seu primeiro grande relatório sobre a situação dos rios no Brasil. Neste documento, o órgão aponta que o Rio dos Sinos e o Rio Gravataí, situados na região do Vale do Rio dos Sinos e na Região Metropolitana de Porto Alegre, estão no topo dessa lista. Desta forma, a IHU On-Line conversou com os presidentes dos Comitês das bacias desses dois rios, Mauricio Colombo, do Comitê da Bacia do Rio Gravataí, e Silvio Klein, do Comitê da Bacia do Rio dos Sinos. Eles contextualizam, nesta entrevista realizada por telefone, o relatório da ANA e analisam a situação atual dos rios e o que precisa ser feito para que eles deixem de figurar como os piores do país.

Colombo nos diz que “as pessoas acham que colocando num saco de lixo uma garrafa pet estão se desfazendo daquilo. Mas a garrafa não vai embora, só vai parar em outro lugar. É uma situação cultural que precisa ser mudada”. E Klein confirma esse dado, afirmando que, “apesar do gaúcho possuir um índice de educação elevada, existe, na região metropolitana, um nível elevado de exclusão e vulnerabilidade social que trazem esses problemas, como o lixo descartado no rio que não é separado”.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Por que os principais rios da Região Metropolitana de Porto Alegre e do Vale dos Sinos figuram entre os piores do país?

Mauricio Colombo – Essa é uma situação apontada pela Agência Nacional de Águas – ANA, mas que é do conhecimento de quem lida com recursos hídricos no Rio Grande do Sul. Especificamente a matéria orgânica advinda dos esgotos não tratados é colocada diretamente dentro do rio.

Silvio Klein – Esse relatório da Agência Nacional de Águas – ANA é o primeiro da história da agência, que recém completou dez anos. Foi uma compilação muito longa e trabalhosa, e que só conseguiu juntar dados até 2007, conforme divulgaram. Dessa forma, no caso da bacia do Rio dos Sinos, pegou em cheio o recente evento da mortandade, que ocorreu em outubro de 2006 e sempre se baseando nos relatórios da Fepam. Nós entendemos que, hoje, a realidade dos Sinos tende a melhorar; já é melhor, segundo a própria Fepam. Isso é fruto, em parte, de que não houve estiagens tão críticas nos anos recentes e também de um processo de reversão no processo de tratamento de esgoto , além de a população ficar um pouco mais consciente em relação ao uso não abusivo da água.

IHU On-Line – Que lixo é esse que está espalhado pelo Rio Gravataí?

Mauricio Colombo – As pessoas normalmente olham a situação da seguinte forma: “Vou colocar o lixo fora”. Só que não existe o fora; ele só muda de lugar. Então, as pessoas acham que, ao colocarem uma garrafa pet num saco de lixo, estão se desfazendo dela. Mas a garrafa não vai embora, só indo parar em outro lugar. É uma situação cultural que precisa ser mudada. Essa visão de que utilizar um recurso hídrico tão caro e importante para nossa sobrevivência para depositar nossos resíduos é “de última”, como dizem. Penso que o papel da educação ambiental é fundamental para resolver esse problema. Sem conscientização das pessoas não temos como resolver.

Silvio Klein – Esse é o lixo da falta de consciência da nossa população. Mas essa falta de consciência precisa ser dividida no conjunto de como é composta a população. Temos um grande manto de ocupação das regiões baixas pela população que se classifica como de vulnerabilidade social e que, até por estar nesse nível, não teve acesso à educação no passado e a uma moradia de qualidade. O lixo que se vê no rio é depositado nos arroios de ocupação urbana, ou seja, é catado nas zonas centrais da cidade e desperdiçado nos arroios quando não utilizados. Então, esse é o lixo da falta de consciência e também da falta de condições mínimas de acesso à educação, informação e de dignidade dessa faixa expressiva da população.

IHU On-Line – Em que partes a situação do Rio Gravataí é mais grave?

Mauricio Colombo – Infelizmente, a questão da qualidade da água é mais afetada nas regiões mais Rio dos Sinosurbanizadas, ou seja, a partir do município de Gravataí em direção à foz é a área que apresenta maior problema na questão da qualidade.

Silvio Klein – Não há dúvida de que essa parte vai de Campo Bom até Canoas. Essa é a parte que forma a porção baixa do rio, a mais densificada da região metropolitana e onde a ocupação urbana tem essa característica de invadir áreas impróprias. Somando-se a isso, há o baixo nível de tratamento de esgoto que cria essa situação.

IHU On-Line – O lixo que está depositado no rio vem do gaúcho, dito tão intelectual e civilizado. Como o senhor vê isso?

Mauricio Colombo – É uma contradição, porque a água sempre esteve vinculada à cultura gaúcha. Acredito que o gaúcho do campo tem uma noção muito clara do quanto é importante a água para sua sobrevivência e dos animais do qual ele se utiliza. Mas a questão que chama mais atenção está relacionada ao gaúcho urbano, que não tem esse instrumento claro dentro da sua maneira de viver, ou seja, ele depreda muito.

Silvio Klein – A grande questão é essa: o gaúcho em tese tem essa característica respeitada no resto do Brasil, admitindo que sua população apresenta o mais alto índice de educação, com exceção das populações excluídas. Hoje, essas populações excluídas estão na região metropolitana, nessas áreas de ocupação irregulares. Elas foram excluídas dessa educação e agora não têm condições de trabalho digno, a ponto de precisarem viver do lixo. Apesar do gaúcho revelar um índice de educação elevada, há, na região metropolitana, um nível elevado de exclusão e vulnerabilidade social, que trazem esses problemas, como o lixo descartado no rio que não é separado. As próprias prefeituras não têm programas de separação, com raras exceções consistentes, disseminadas e aprofundadas o suficiente para levar a essas regiões um nível melhor para que se diminua e um dia até zere.

IHU On-Line – Como o senhor analisa e relaciona a atual situação do Rio Gravataí com as doenças que têm se propagado pelo estado, como a febre amarela e a dengue?

Mauricio Colombo – Nós conhecemos algumas doenças de vinculação hídrica, e a febre amarela não está vinculada aos recursos hídricos, mas a dengue sim. Estamos acompanhando os órgãos de controle no sentido de fazer uma fiscalização do acúmulo de água. É até uma questão constrangedora de responder por que, no momento em que pedimos que as pessoas acumulem água no verão, quando acontece a escassez, também pedimos para que elas evitem a acumulação de água, para que ela não seja foco do mosquito da dengue. É uma questão de educação e é extremamente complexo lidar com isso de maneira clara, correta. Às vezes, se pode entrar em contradição em relação a este problema.

Rio GravataíSilvio Klein – As doenças são naturais de vinculação hídrica e temos, em alguns municípios, áreas em que o abastecimento público não consegue atingir. Uma pessoa, então, bebe uma água não tratada, às vezes até de um poço artesiano bem feito ou quase bem feito, mas não que sofreu revestimento. Ela vive em local onde não há coleta de esgoto, e este contamina a água. As secretarias de saúde comprovam que esses problemas de hepatite, por exemplo, têm origem na ingestão de água e no contato físico com o esgoto. Trata-se de uma situação que incide nas áreas em que o saneamento não apresenta o mínimo de atendimento a ponto de essas doenças serem totalmente erradicadas.

IHU On-Line – Qual é a atual situação, na região que o Rio Gravataí compreende, do saneamento?

Mauricio Colombo – A questão do saneamento está sendo tratada agora no último ano de maneira mais efetiva devido a uma lei federal que instituiu o plano de saneamento que os municípios têm que realizar. Aqui no estado, sei que estão acontecendo alguns estudos e algumas licitações estão em andamento. Quanto aos municípios, vemos que alguns que fazem parte da Bacia estão buscando recursos para resolver algumas questões de saneamento. Estamos acompanhando isso, principalmente nas regiões de Alvorada e Viamão, onde as licitações estão adiantadas para implantação de uma rede de coleta para tratamento de esgoto. O programa Sócio Ambiental do Dmae irá tratar a capital. E temos algumas ações da prefeitura de Canoas no sentido de efetivar a rede de coleta de esgoto. É fundamental que isso ocorra, porque dessa forma irá equacionar uma grande parte do esgoto que será tratado.

Silvio Klein – O plano de saneamento feito pelo estado constata que o índice de tratamento existente de esgoto é abaixo de 5%, um dos piores do Brasil. Isso é fruto de uma época em que os municípios podiam fazer, com a concessionária, um contrato apenas de água, sem se preocupar com o esgoto. A situação é crítica, mas, por outro lado, temos hoje notícias importantes de projetos aprovados e licenciados. Há algumas obras importantes de tratamento de esgoto em execução em diversos municípios dessa porção crítica do rio, a ponto de dizer que, a cada ano, esse triste e crítico índice irá avançar, a passos tímidos, em razão da demora das obras. No entanto, em três ou quatro anos teremos índices razoáveis. Isso irá reverter a qualidade do rio e vamos entrar num caminho, aí sim irreversível, de continua melhora desses índices.

IHU On-Line – O que está sendo feito para salvar o rio e qual o envolvimento da sociedade nessas ações?

Mauricio Colombo – O passo para a sociedade participar existe: é o Comitê da Bacia, que está representando por pessoas que possam influenciar de alguma maneira nas soluções dos problemas que acontecem na bacia do rio. No entanto, é evidente que isso precisa ser melhor e mais divulgado, para que a sociedade tenha consciência de que exista um espaço. Falta, para mim, essa divulgação que as ações transpareçam para a sociedade. O Comitê, quanto espaço político, não age, mas fomenta para que as entidades façam suas ações. Várias ações foram feitas, como limpeza, de esgoto local, implantação de mecanismos de reservação de água, de forma real, mas ainda assim com pouca divulgação dentro da própria área municipal ou que ultrapasse as fronteiras do município visando à qualidade do recurso hídrico.

Silvio Klein – O Comitê está em fase final de diagnósticos, na qual está se compilando todos os estudos já feitos, além de fazer alguns novos e complementares. Isso para termos um documento de divulgação para toda a sociedade. Nessa articulação com a sociedade, as pessoas poderão se informar sobre o rio que temos e o que teremos, se nada fizermos, daqui a 15 ou 20 anos. Ou seja, devemos saber quais ações podemos fazer no sentido de que a sociedade possa participar. A partir do diagnóstico pronto, a nossa ideia é ir até a sociedade e discutir o que precisa ser feito e assumir compromissos em relação às atitudes que precisamos tomar.

IHU On-Line – Quando o senhor acha que a sociedade vai se dar conta do que está fazendo com o Rio Gravataí?

Mauricio Colombo – Eu acredito que, infelizmente, no momento em que não tiver água. Em 2004, tivemos uma seca muito forte e houve necessidade de racionar. Eu acredito que só no momento em que houver uma escassez, tanto para abastecimento da população quanto para indústrias, e não conseguirem produzir alguma coisa, é que as pessoas irão se dar conta de que o recurso hídrico é fundamental para a sobrevivência quanto para a produção.

Silvio Klein – Eu acho que começou a se dar conta com a mortandade. Vamos tentar mostrar o que acontecerá se nada for feito. O diagnóstico tem essa possibilidade. Entendemos que, com a mortandade, a sociedade começou a se dar conta. Nosso papel é evidenciar isso, ou seja, mostrar como a sociedade deve fazer a sua parte. Desse modo, saberá o compromisso que terá de assumir, pois o rio é uma consequência de um uso condominial de toda a cidade. Vamos conseguir capitalizar isso.

IHU On-Line – Problemas como aconteceu com o Rio dos Sinos, onde tantos peixes morreram, podem ocorrer no Rio Gravataí?

Mauricio Colombo – É muito difícil. Claro que não se pode afirmar com total certeza, porque não se tem noção ainda do que acontece na bacia a nível de indústrias. Em 2006, aconteceu um incêndio numa empresa que retaliava produtos químicos e ele se propagou até o arroio porque os produtos químicos foram direcionados para lá. As margens desse arroio pegaram fogo e esses produtos chegaram até o Rio Gravataí, ameaçando a captação do Dmae para a região de Porto alegre. Ou seja, temos noção de que possa acontecer coisas nesse sentido. De lá para cá, muito pouca coisa foi feita para amenizar essa situação, mas eu gostaria muito que isso não acontecesse. Também possuímos um oleoduto que atravessa quase toda a bacia e uma autoestrada que permite o tráfego de cargas perigosas ou não... Então, o risco existe, mas sempre torcemos para que uma tragédia como essa não aconteça.
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FONTE : Instituto Humanitas Unisinos