Quando um Governo, delegitimado, usa sua estrutura para negar o próprio País, o estado vira uma arma contra o Povo, e a TV Pública se torna a ponta desse cano; mas, vez por outra, o tiro sai pela culatra.
"O HAMAS, que é um grupo palestino muçulmano sunita, tem como intenção, através de ataques, serem ouvidos sobre a situação caótica de seu povo árabe, pois através do diálogo não houve uma resposta satisfatória."
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
quarta-feira, 1 de novembro de 2017
“O contrario da natureza socializada é a socialização da destruição da natureza”
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Da montagem: No Méx existe o santo protetor dos narcotraficantes San Jesús Malverde, muito cultuado e culturado. Pus cara de caboclo no próprio para trazer luz aos nativos. [*Nota do autor] |
Sebastião Pinheiro*
Ao retornar
dos estudos na Alemanha Federal, um território militarmente ocupado, trouxemos
elementos interessantes sobre a Sociedade Industrial Moderna, sua ideologia
muito bem delineada no manifesto futurista, o que a eles muito custou desde a
unificação (1871).
Tardamos
quase 40 anos para entender a América Latina e Brasil no, agora, ANTROPOCENO
EUROCENTRISTA, onde o camponês/operário transforma fótons em cadeias de Carbono
dos Alimentos roubado pelas autoridades.
Manifesto
Futurista, de Filippo Tommaso Marinetti, Le Fígaro, Fevereiro de 1909
"Então,
com o vulto coberto pela boa lama das fábricas - empaste de escórias metálicas,
de suores inúteis, de fuligens celestes -, contundidos e enfaixados os braços,
mas impávidos, ditamos nossas primeiras vontades a todos os homens vivos da
terra:
1. Queremos
cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.
2. A
coragem, a audácia e a rebelião serão elementos essenciais da nossa poesia.
3. Até hoje
a literatura tem exaltado a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono. Queremos
exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, a velocidade, o salto mortal,
a bofetada e o murro.
4.
Afirmamos que a magnificência do mundo se enriqueceu de uma beleza nova: a
beleza da velocidade. Um carro de corrida adornado de grossos tubos semelhantes
a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr
sobre a metralha, é mais belo que a Vitória de Samotrácia.
5. Queremos
celebrar o homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra,
lançada a toda velocidade no circuito de sua própria órbita.
6. O poeta
deve prodigalizar-se com ardor, fausto e magnificência, a fim de aumentar o
entusiástico fervor dos elementos primordiais.
7. Já não há beleza senão na luta. Nenhuma
obra que não tenha um caráter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve
ser concebida como um violento assalto contra as forças ignotas para obrigá-las
a prostrar-se ante o homem.
8. Estamos
no promontório extremo dos séculos!... Por que haveremos de olhar para trás, se
queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço
morreram ontem. Vivemos já o absoluto, pois criamos a eterna velocidade onipresente.
9. Queremos
glorificar a guerra - única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o
gesto destruidor dos anarquistas, as belas idéias, pelas quais se morre e o
desprezo da mulher.
10.
Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de todo o tipo, e
combater o moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.
11.
Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela
sublevação; cantaremos a maré multicor e polifônica das revoluções nas capitais
modernas; cantaremos o vibrante fervor noturno dos arsenais e dos estaleiros
incendiados por violentas luas elétrica: as estações insaciáveis, devoradoras
de serpentes fumegantes: as fábricas suspensas das nuvens pelos contorcidos
fios de suas fumaças; as pontes semelhantes a ginastas gigantes que transpõem
as fumaças, cintilantes ao sol com um fulgor de facas; os navios a vapor
aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de amplo peito que se
empertigam sobre os trilhos como enormes cavalos de aço refreados por tubos e o
voo deslizante dos aviões, cujas hélices se agitam ao vento como bandeiras e
parecem aplaudir como uma multidão entusiasta.
É da Itália
que lançamos ao mundo este manifesto de violência arrebatadora e incendiária
com o qual fundamos o nosso Futurismo, porque queremos libertar este País de
sua fétida gangrena de professores, arqueólogos, cicerones e antiquários.
Há muito
tempo que a Itália vem sendo um mercado de belchiores. Queremos libertá-la dos
incontáveis museus que a cobrem de cemitérios inumeráveis.
Museus:
cemitérios!... Idênticos, realmente, pela sinistra promiscuidade de tantos
corpos que não se conhecem. Museus: dormitórios públicos onde se repousa sempre
ao lado de seres odiados ou desconhecidos! Museus: absurdos dos matadouros dos
pintores e escultores que se trucidam ferozmente a golpes de cores e linhas ao
longo de suas paredes!
Que os
visitemos em peregrinação uma vez por ano, como se visita o cemitério dos
mortos, tudo bem. Que uma vez por ano se desponte uma coroa de flores diante da
Gioconda, vá lá. Mas não admitimos passear diariamente pelos museus, nossas
tristezas, nossa frágil coragem, nossa mórbida inquietude. Por que devemos nos
envenenar? Por que devemos apodrecer?
E que se
pode ver num velho quadro, senão a fatigante contorção do artista que se
empenhou em infringir as insuperáveis barreiras erguidas contra o desejo de
exprimir inteiramente o seu sonho?... Admirar um quadro antigo equivalente a
verter a nossa sensibilidade numa urna funerária, em vez de projetá-la para
longe, em violentos arremessos de criação e de ação.
Quereis, pois,
desperdiçar todas as vossas melhores forças nessa eterna e inútil admiração do
passado, da qual saís fatalmente exaustos, diminuídos e espezinhados?
Em verdade
eu vos digo que a frequentação quotidiana dos museus, das bibliotecas e das
academias (cemitérios de esforços vãos, calvários de sonhos crucificados,
registros de lances truncados!...) é, para os artistas, tão ruinosa quanto a
tutela prolongada dos pais para certos jovens embriagados, vá lá: o admirável
passado é talvez um bálsamo para tantos os seus males, já que para eles o
futuro está barrado... Mas nós não queremos saber dele, do passado, nós, jovens
e fortes futuristas!
Bem-vindos,
pois, os alegres incendiários com os seus dedos carbonizados! Ei-los!...
Aqui!... Ponham fogo nas estantes das bibliotecas!... Desviem o curso dos
canais para inundar os museus!... Oh, a alegria de ver flutuar à deriva,
rasgadas e descoradas sobre as águas, as velhas telas gloriosas!... Empunhem as
picaretas, os machados, os martelos e destruam sem piedade as cidades
veneradas!
Os mais
velhos dentre nós têm 30 anos: resta-nos assim, pelo menos um decênio mais
jovens e válidos que nós deitarão no cesto de papéis, como manuscritos inúteis.
- Pois é isso que queremos!
Nossos
sucessores virão de longe contra nós, de toda parte, dançando à cadência alada
dos seus primeiros cantos, estendendo os dedos aduncos de predadores e
farejando caninamente, às portas das academias, o bom cheiro das nossas mentes
em putrefação, já prometidas às catacumbas das bibliotecas.
Mas nós não
estaremos lá... Por fim eles nos encontrarão - uma noite de inverno - em campo
aberto, sob um triste telheiro tamborilado por monótona chuva, e nos verão
agachados junto aos nossos aviões trepidantes, aquecendo as mãos ao fogo
mesquinho proporcionado pelos nossos livros de hoje, flamejando sob o voo das
nossas imagens.
Eles se
amotinarão à nossa volta, ofegantes de angústia e despeito, e todos,
exasperados pela nossa soberba, inestancável audácia, se precipitarão para
matar-nos, impelidos por um ódio tanto mais implacável quanto os seus corações
estiverem ébrios de amor e admiração por nós.
A forte e
sã injustiça explodirá radiosa em seus olhos - A arte, de fato, não pode ser
senão violência, crueldade e injustiça.
Os mais
velhos dentre nós têm 30 anos: no entanto, temos já esbanjado tesouros, mil
tesouros de força, de amor, de audácia, de astúcia e de vontade rude,
precipitadamente, delirantemente, sem calcular, sem jamais hesitar, sem jamais
trazer as ameaças repousar, até perder o fôlego... Olhai para nós! Ainda não
estamos exaustos! Os nossos corações não sentem nenhuma fadiga, porque estão
nutridos de fogo, de ódio e de velocidade!... Estais admirados? É lógico, pois
não vos recordais sequer de ter vivido! Erectos sobre o pináculo do mundo, mais
uma vez lançamos o nosso desafio às estrelas!
Vós nos
opondes objeções?... Basta! Basta! Já as conhecemos... Já entendemos!... Nossa
bela e hipócrita inteligência nos afirma que somos o resultado e o
prolongamento dos nossos ancestrais. - Talvez!... Seja!... Mas que importa? Não
queremos entender!... Ai de quem nos repetir essas palavras infames!… Cabeça
erguida!...
Eretos
sobre o pináculo do mundo, mais uma vez lançamos o nosso desafio às
estrelas."
Desejamos
que faças o contraponto com o aforismo de von Goethe sobre a “Teoria da
Natureza” para perceber ambos significados para as comunidades de camponeses
que se levantaram na Revolução Francesa (1760 - 1772); os escravagistas da,
Revolução Norte-Americana (1771-1776; os camponeses e indígenas da Revolução
Mexicana (1910 -1919), e finalmente as Revoluções Cubana (1959) e Iraniana
(1979). Caso não concorde rogamos que leia o livro:
“A
Sociedade do Risco para uma nova Modernidade, de Ulrich Beck de 1986, de onde
extraímos estes trechos:
“Contra as
ameaças da natureza exterior aprendemos a construir cabanas e acumular
conhecimentos. Pelo contrario, estamos quase entregues sem proteções às ameaças
industriais da segunda natureza incluída no sistema industrial. Os perigos se
converteram em policiais do consumo normal. Viajam com o vento e com a água,
estão presentes em tudo e atravessam com o mais necessário para a vida (o ar, o
alimento, a roupa, os móveis) todas as zonas protegidas da modernidade, que
estão controladas tão estritamente. Onde após o acidente estão excluídas a
defesa e a prevenção, só resta como atividade (aparentemente) única: negar, uma
tranquilidade que dá medo e de desenvolve sua agressividade na medida que os
afetados são condenados à passividade. Este resto de atividade à vista do resto
do risco existente realmente tem na não-imaginibilidade e impercepitibilidade
do perigo seus cúmplices mais poderosos. O
contrario da natureza socializada é a socialização da destruição da natureza,
sua transformação em ameaças sociais, econômicas e políticas do sistema de
sociedade mundial superindustrializada.” ...
“A história
da divisão dos riscos mostra que estes seguem, igual às riquezas, o esquema e
classes, mas ao revés: As riquezas se
acumulam em cima e os riscos em baixo. Portanto, os riscos parecem
fortalecer e não suprimir a Sociedade de classes... A miséria é hierárquica, e
o smog é democrático.”
“A
evidencia da miséria impede a percepção dos riscos: mas só sua percepção, não
sua realidade nem seu efeito: Os riscos negados crescem especialmente bem e
rápido. Em um nível determinado da produção social que se caracteriza pelo
desenvolvimento da indústria química (mas também pela tecnologia nuclear, a
microeletrônica e a tecnologia genética), o predomínio da lógica, os conflitos
da produção da riqueza e, portanto, a indivisibilidade social da sociedade do
risco não são uma prova da irrealidade desta, senão ao contrário: São um motor
de seu surgimento e portanto uma prova de sua realidade.”
“Frente a
eles, a crítica da ciência e os medos ao futuro são estigmatizados como
“irracionais”. Eles seriam – se diz – as autenticas causas de todos os males.
Pois o risco formaria parte do progresso, igual que a onda de proa do barco em
alto mar. O risco não seria uma invenção da Idade Moderna, e incluso seria
aceito em muitos âmbitos da vida social.”
“Da
Solidariedade da miséria à solidariedade do medo? …. o movimento que se póe em
marcha com a sociedade do risco se expressa na frase: Tenho medo! Em lugar da
comunidade da miséria aparece a comunidade do medo. Neste sentido, o tipo da
sociedade do risco marca uma época social na que a solidariedade surge por medo
e se converte numa força política.”
“Esta
distinção na afetação pelas posições de classe e de risco é essencial. Falando
de maneira esquemática e precisa, em posições de classe o Ser determina a
consciência, enquanto que em situações de risco sucede ao contrário, a
consciência determina o Ser.”
“Um truque
de magica aberta: Os valores limites de tolerância… Já que os cientistas nunca
estão desprevenidos, tem para sua própria ignorância muitos termos, muitos
métodos, muitas cifras. Um conceito chave para o “eu tampouco sei” no trato com
riscos é o conceito de “valores limites de tolerância”… Ainda que os valores limite
de tolerância evitem o pior, supõe a vez uma “carta branca” para envenenar um
pouco à natureza e ao homem. Aqui não vamos nos ocupar do fato que os valores,
também valores limites de tolerância, não foram em seu dia um assunto de
química senão de ética”. ...Os valores limites de tolerancia o pouco de
envenenamento traz normalidade.”
“… as
reflexões precedentes significam: O final da contraposição entre natureza e
sociedade. Dito: A Natureza já não pode ser pensada sem a Sociedade e a
sociedade já não pode ser pensada sem a natureza.”
Ainda mais,
quando nela o camponês ultrassocial necessita tansformar o Sol em cadeias de
Carbono para os alimentos e é mantido na ignorância por uma academia
incompetente, servil e vaidosa submetida aos desígnios da Indústria
Internacional de Alimentos (Complexo Agroindustrial Militar de Eisenhower,
1954), que lhe nega existência.
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*Engenheiro Agrônomo e Florestal, ambientalista e escritor
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