segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O amor, a arte e o tempo

O amor, a arte e o tempo. Três instâncias da vida que se organizam para um sentido existencial e transcedental. O tempo determina as duas primeiras, e delas pode receber significado próprio, independente do período de vida. Amor emancipador, independente do matrimônio e de suas certezas, não se submente ao tempo, nem um tanto. É infinito. E nem às certezas. A arte também, é própria, autônoma. Mas ambos - amor e arte, por estarem diretamente inseridas na brutal patrola da sobrevivência e das continências políticas de cada tempo, em geral, se ajustam, ganham uma causa e por ela se movem. Assim estamos hoje com as relações entre os seres vivos. A morte diária, desnecessária e evitável, e a dor planetária, provocada por um modo de vida suicida, toca, mas é absorvida, dentro de sua "necessidade". Superar os tempos sombrios, sem deixar o coração se banalizar pela indiferença, que tem contagiado a muitos, eis o desafio diário. Aliar a sua prática com um olhar maior e mais profundo, muito além da rotina e muito anterior aos fatos frios das manchetes, eis o norte. Daí, a arte renovadora, baseada em um amor em essência e o amor criativo em seu potencial inventivo, que só em uma dimensão artística se permite exercer.

Nenhum comentário: