Para além da dicotomia público x privado, a questão da saúde publica brasileira, sob os princípios avançados que nossa constituição assumiu, exige para a superação de suas mazelas um amplo pacto entre os diferentes segmentos. A sociedade civil, contudo, é parte estratégica nesse propósito, especialmente no que diz respeito ao controle social (a participação consciente dos cidadãos no monitoramento da qualidade das políticas públicas nesse setor e nos debates sobre seus rumos). Essa convicção me foi reforçada ontem, ao assistir a entrevista de Adib Jatene (ex-ministro de FHC), que demonstrou um olhar visionário para a questão, revelando, inclusive, os problemas que teve na gestão daquele presidente e as incoerências de Serra quando o sucedeu. Analisando osa saúde pública brasileira sob diversos enfoques – financiamento, formação dos médicos, acesso universal.. – esse cardiologista notável não poupou críticas à multiplicação de cursos de medicina, à visão mercadológica da saúde coletiva no País e, sobretudo, ao problema do déficit de investimentos nesse setor, que ficou seriamente fragilizado a partir da derrubada do CPMF. “O setor empresarial conseguiu convencer pessoas que nunca tiveram conta em banco que essa contribuição seria prejudicial eles”, disparou com relação demagógica supressão desse recurso que renderia 40 bilhões ao setor. Uma curta entrevista concedida por esse médico pode ser conferida aqui.
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