"Ter escrito algo me deixa como um fuzil disparado, que ainda vibra e fumega, ter te esvaziado por inteiro de ti mesmo, como também do que suspeitas ou supõe, bem como os teus estremecimentos, teus fantasmas, tua vida inconsciente, e tê-lo com fadiga e tensão sustentada, com cautela constante, tremores, descobrimentos repentinos e fracassos, tê-lo feito de modo que toda a vida se concentrasse nesse determinado ponto, e advertir que tudo isso é como se não existisse se não o acolhe e lhe dá calor um signo humano, uma palavra, uma presença; e morrer de frio, falar no deserto, estar sozinho, noite e dia, como um morto."
(Pavese), por Ernesto Sábato em "O Escritor e seus Fantasmas".
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