quarta-feira, 6 de julho de 2011

Escrever é uma missão

Mais do que um prazer pessoal, colocar para fora idéias e sensações envolve uma missão de quem se dispõe a entender a comunicação como um modo de intensificar a vida, de ampliá-la. Me vejo, assim, nas palavras de C. Lispector, quando diz "Escrever é estender o tempo, é dividi-lo em partículas infinitamente pequenas, dando-lhes, a cada uma, uma vida insubstituível". Fico, ante isso, até mesmo tenso quando deixo de escrever o que desejo e quero. Mas, como diz outro escritor consagrado, Carlos Heitor Cony, "a literatura tem seus caprichos". Nesse meio termo, eu me encontro, procurando combinar a tensa rotina que envolve o cotidiano da escrita profissional, com vontade de fazer desse ofício uma forma de despertar consciência, e, consequentemente, um auto-despertar diário. Asim vamos, assim avançamos.


"O que me tranqüiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete. Tudo o que existe é de uma grande exatidão. Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível. O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas. Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição." (C. Lispector, A descoberta do mundo, ed. Rocco).

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