Sexta, 21
Setembro 2012 12:21
Malachi Reid, um rastafári de 11 anos,
foi banido de sala de aula por usar um chapéu tam, o que, segundo a
mãe do menino argumenta, é um símbolo da religião da família.
Ele foi informado de que não tinha permissão para usar o gorro de
malha, por ser uma violação do código do uniforme.
A escola - que
já proibiu qualquer contato entre os estudantes, incluindo aperto de
mãos - pediu uma explicação por escrito de por que o chapéu é
uma "exigência religiosa". As informações são do site
do jornal britânico Daily Mail.
O tam é um chapéu redondo, geralmente
feito de lã ou crochê, que pode ser colorido e listrado, muitas
vezes com as cores da bandeira jamaicana. Comumente, é usado para
"guardar" os dreadlocks tradicionais, sendo também um modo
de se identificar como membro da religião.
Malachi, que ingressou há pouco na
Quest Academy, em Croydon, no Reino Unido, foi informado de que o
chapéu - que usava tranquilamente em sua escola primária - era
contra as regras. A mãe do menino, Beverley Reid, afirmou ter dito
ao colégio que o filho usa o tam devido a crença rastafári da
família e que, inclusive, teria escrito uma carta para o diretor da
escola, Andy Crofts, para explicar a situação. Ela aponta, ainda,
que os alunos da religião sikh foram autorizados a usar turbantes,
destacando que o uso do tam é um símbolo de fé, assim como a cruz
do cristão.
"Tenho certeza de que eles não
pediram a um sikh ou a um muçulmano para identificar a sua religião.
O pai de Malachi trabalha no serviço prisional. Ele trabalha para a
rainha e tem permissão para usar o chapéu tam", argumenta.
Beverley se recusa a mandar o filho para a escola até que a situação
sobre o uniforme seja resolvida.
A Quest Academy tem um histórico de
zelo excessivo na aplicação de suas regras. A instituição ganhou
as manchetes no ano passado, quando proibiu abraços e apertos de
mão, em uma aparente tentativa de combater o bullying, colocando
qualquer criança que se "envolver em contato físico" em
detenção.
A escola, que abriu em 2010, afirma em
seu site que "acolhe alunos de uma ampla gama de origens
culturais e de fé (ou 'não-fé') e espera que todas as famílias
apoiem os valores morais em todos os aspectos na vida na Quest
Academy". A instituição destaca, ainda, que promoverá
"compreensão, tolerância e respeito mútuo ao produzir jovens
confiantes, capazes e respeitosos."
O professor Crofts defendeu a postura
da escola nesta semana. "Nós temos um código de vestimenta
publicado, que aplicamos constantemente para todos", disse.
"Permitimos que a cabeça seja coberta por razões religiosas.
Nós pedimos aos pais do menino para nos fornecerem a evidência de
que esse chapéu é uma exigência religiosa em várias ocasiões. Se
nós concordássemos com todos os pedidos para alterar o uniforme,
então deixaria de ser um uniforme", acrescenta.
Reproduzido do Geledés: Terra
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