Ele é um dos mais antigos sapateiros do bairro Bom Fim (POA).
- Ronaldo Martins Botelho As sapatarias concedem um ar de artesanalidade à paisagem urbana, um refúgio de Paz criativo em meio ao domínio da artificialidade consumista; nas periferias, são vistos como "resolvedores" de problemas, com uma habilidade incomum. Cresci sob a convivência de um, cujo o filho hoje prossegue no Ofício, muito respeitado no bairro. Não é verdade, Marcos De Lacerda Lacerda?
- Wladymir Ungaretti Ele comentou comigoRonaldo Martins Botelho que, nos tempos atuais, todos os elementos para o concerto de um sapato são comprados prontos, quase sempre de origem chinesa. E que ele é do tempo que os sapateiros compravam a matéria prima e fabricavam o componente para consertar o calçado.. Do tempo que uma sola inteira era de couro batido pelo sapateiro.
- Ronaldo Martins Botelho Imagino que sim,Wladymir Ungaretti; a massificação industrial dominou todas as áreas, e essa não ficaria de fora; basta ver, a respeito disso, os chamados hippies da Rua da Praia (se assim ainda dá para nomear), que muito pouco tem de peças criadas artesanalmente. Isso me faz lembrar do Peninha, um artesão de Alvorada. Entre o final dos anos 80 e início dos 90 ouvi dele uma vez que iria escrever um artigo: Paraguai X Alvorada, dada sua inconformidade com a nascente invasão dos produtos industrializados a concorrer com o artesanato local (Lembra disso, Ricardo Bolonha Ramos?). O "alternativo" se perdeu em meio à voraz importação chinesa. Isso foi bom e ruim. A hiper-facilidade do acesso tornou o consumo como sinônimo de felicidade e o "alternativo" foi apropriado pelos shopping-centers, ou encarecido absurdamente em feiras artificiais turísticas. A força da originalidade (do olhar) está agora disseminado na determinação criativa individual de cada um. (Fiz uma tese, mas escrevi o que sinto e percebo. rs).
- Wladymir Ungaretti É exatamente isso,Ronaldo Martins Botelho. O bom sapateiro era o que batia o couro para ter uma sola de excelente qualidade. Que sabia escolher o melhor couro. Agora, segundo o José, existem lojas que são atacados de solado, importado. Dá para ver na bancada de trabalho dele, bem à esquerda e no alto, uma peça de reposição (solado) de um calçado, igualmente todo de peças encaixadas. Ele, também, comentou que cada vez mais o sapato estragado é descartado e substituído por um novo.
- Ronaldo Martins Botelho E já que ampliei o tema do teu post mesmo, Wladymir Ungaretti, esse papo me fez lembrar a rica diversidade da Feira de Belo Horizonte, em pleno centro da cidade; quando a conheci fiquei me perguntando o que falta para Porto Alegre também ter isso aos domingos, de ponta a ponta da Andradas? Dizem que em Goiânia há uma imensa e famosa. Por que valorizamos tão pouco as feiras cá pelo Sul? questão a repensar.
- Nilson Lopes Seu Rubens já foi taxista. Gosto muito de um papo com ele. Era Brizolista hoje não sei. Tem uma ótima memória do Bonfim e seus moradores. Foi um grande cuidador(/ zelava por ele) do Ciro ( um morador de rua). Ele e o Chico da barbearia ao lado do ocidente tem muitas historias e causos para contar.
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