Definitivamente, há uma crise de representatividade
refletida no desencanto dos brasileiros com o seu potencial de exercer mudanças
por meio do voto, caldo de cultura para a perigosa criminalização que a
Política tem sido alvo. A Mídia sempre esteve como ator nesse jogo, na maioria
das vezes, generalizando negativamente e contribuindo para essa descrença sem
revelar claramente o contraste, valioso para o País olhar-se e entender-se. Mas
é preciso lembrar que essa fácil negação da legitimidade do poder oficial pouco
nos ajuda. Em um regime democrático, a infra-estrutura do Estado está a serviço
de um sistema eleitoral, em que os partidos ainda são o canal de expressão
oficial para as mudanças governamentais, e por tabela, dos rumos do País. Nesse
cenário, recuperar a credibilidade é o grande desafio que se impõe às forças
políticas, pelo menos às sérias. Para o eleitor, mais do que nunca, relacionar
práticas históricas e discursos arranjados, é necessidade imperiosa para um
discernimento que permita separar o joio do trigo - o que se diz e o que se faz
. O populismo e a superficialidade dominantes nos discursos dos palanques desse
1.º de maio e nas propagandas partidárias gratuitas da TV confirmam esse
emaranhado quadro.
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