Sebastião Pinheiro
“Inços Mutantes” na cumplicidade da Mídia jamais foram
ficção científica ou augúrio de Cassandra (1). Uma das importantes autoridades no
mundo dos Agronegócios é o Dr. Ian Heap que pode ser encontrado no
www.weedscience. Ele e o Dr. Todd Gaines apresentam o quadro catastrófico de
infestação de “ervas daninhas mutantes” resistentes que surgiram no mundo e
isto é uma calamidade internacional, pois impede o cultivo nas terras mais
férteis do Canadá, EEUU e Austrália onde os biótipos mutantes estão já acima
dos 45 tipos de diferentes espécies.
Segundo a revista Farm Industry News há mais de 300 milhões
de hectares infestadas com esses inços mutantes resistente ao Roundup®
(Glyphosate®) perto de 100 milhões só nos EUA. La única matéria jornalística
que saiu no Rio Grande do Sul faz mais de ano, foi na Zero Hora, no entanto não
trazia conotação de advertência, risco ou cuidado, era mais uma antecipação no
interesse da “ciência do agronegócios”. O jornal hoje volta à carga e deparamos
com seu anuncio “institucional” sob o nome de notícias, possivelmente desejando
o “Breaknews” HERBICIDAS LIBERADOS.
Sob a manchete AGROTÓXICOS está a lei contestada deparamos
com a pretensa disputa burocrático-jurídica: Nos estados RS, PR, MS, GO, TO, e
outros temos já centena de milhares de hectares impróprias para o cultivo de
soja e milho pela presença, segundo o renomado Dr. Ian Heap de mais de 11
biótipos de “inços mutantes” resistentes ao Roundup®, Glyphosate®, criadas pelo
uso do herbicida.
As primeiras preocupações do governo (executivo e
judiciário) deveria ser responsabilizar os criadores da situação e seu
submetimento legal, além das autoridades (ANVISA, CÂMARA DE AGROTOXICOS, MAPA,
Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, CTNBIO que avisadas, sabiam que isso ia
ocorrer e não tomaram as providencias pertinentes.
Então temos o disfarce, uma empresa oportunista deseja
registrar entre nós o uso de seu herbicida “Paraquat” para solucionar o
problema criado pelo outro herbicida. Na Argentina tivemos já em 2000 o
registro desse produto para combater a soja “tigüera” que não era queimada
pelas geadas no inverno e por ter um conteúdo de mais de 27% de lignina,
sobreviviam todo o período impedindo o
plantio em cultivo mínimo. De lá para hoje há nos EUA, Canadá e Austrália nas
áreas de canola, milho e soja transgênicos o uso intenso do herbicida a base de
Paraquat (Gramoxone, Gramoxil), apelidados entre os agricultores de “Guarda
Costa do Roundup”. Mas nesses países não
é permitido o uso desses produtos por qualquer agricultor, sendo necessária uma
licença especial de habilitação após aprovação em um curso de 400 horas.
Nos EUA ficou muito conhecida a campanha contra a dessecação
da maconha (Cannabis sp) com Paraquat pelos traficantes, pois provocava a
Fibrose Irreversível dos Pulmões dos usuários e adictos, com o lançamento
gratuito e recomendação da FDA em 1968
do “Paraquat Test” (Ditionato de Sódio a 5%) que era distribuído gratuitamente
nas farmácias do país para sufocar a
epidemia.
No Brasil o Paraquat foi proibido de comercialização mesmo
com o Receituário Agronômico em 1987 por não ter antídoto ou tratamento, já que
não há no mundo um caso de intoxicação (oral) que não tenha levado a óbito. Em
alguns países o uso de Paraquat por suicidas levou a sua proibição como consta
na Guia de Secretaria Geral das Nações Unidas. O que levou depois de dois
suicídios na Serra Gaucha e no desastre em Osório de uma criança que tomou o
líquido de uma garrafa de Coca-Cola (O Paraquat tem a mesma cor da Coca Cola) e
morreu provocando comoção em todo o RS à época, por isso o Ministro da
Agricultura Pedro Simon assinou a Portaria 387 de setembro de 1985 a pedido de
Magda Renner, Giselda Castro e AGAPAN impedindo sua venda no país.
Com a OMC (1996) não há país de origem para agrotóxicos,
pois suas patentes são suíças, britânicas, alemãs ou norte-americanas, mas sua
fabricação (origem) é chinesa, o que cria outro e mai grave problema que são as
impurezas tóxicas ativas presentes no Paraquat chinês de baixo preço e vendido
para empresas inescrupulosas em países onde a fiscalização é substituída pela
corrupção.
É preciso entender que o meio de comunicação presta o
serviço à Syngenta (e outra) em proveito do uso da liminar judicial para que as
vendas sejam realizadas e os proprietários de terras infestadas com “inços
mutantes” rapidamente em poucos dias se abasteçam com o PARAQUAT e solucionem o
problema que representa pouco mais de cinqüenta milhões de dólares. Dentro de
um mês ou mais a liminar é cassada, mas não há como recolher o impedir o uso.
Em todo o mundo há alto índice de intolerância, saques,
linchamentos e revoltas e a tendência é crescer até o nascimento do Estado
Nacional Híbrido do Século XXI. Quando
os meios de comunicação trazem o problema do uso de Glyphosate e seus resíduos
no leite materno seja encontrado em todos os países da União Européia; Entre
nós o maior problema será voltar a ocorrer o que se passava no PR, nos anos 80
com a dessecação da soja e os operadores de colheitadeiras tinham o peito
ensangüentado pelo sangue que escorria de suas narinas, até que a Secretaria da
Agricultura proibiu o seu registro e uso, igual ao que pretendia a FEPAM. Hoje os níveis do Mal de Parkinson é uma
epidemia no país. Solicitem às empresas que assinem negando sua relação com o
Gramoxone; Mas o que importa neste mundo de medo e terror é saber qual é o
tratamento que o Departamento de Estado dá ao uso do Paraquat em seu
território...
O país é o primeiro consumidor de agrotóxicos no mundo e
todos fazem uma campanha denunciando isso, sem se perguntar como os EUA que têm
uma agricultura oito vezes maior que a nossa é o segundo e logo será o terceiro
consumidor, enquanto que nas “vacas sagradas” professores prestam serviço; a
mídia ignora os perigos e riscos dos “inços mutantes” criadas pelas sementes
transgênicas, dizendo que há que flexibilizar as leis. A solução do problema é
outra como se pode ver nas fotos.
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1 Na mitologia grega Cassandra, filha do rei Príamo e rainha
Hécuba, ofereceu a Apolo favores carnais em troca do dom de ver o futuro, mas
não cumpriu o trato. Ele não lhe retirou o dom, mas através de serpentes fez
que ninguém lhe desse ouvido.
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