Enquanto a Comissão da Verdade trabalha pela revelação das agressões aos direitos humanos nos anos 60 e 70, a tortura prossegue sendo prática solene em cárceres brasileiros, sob a conivência indireta do governantes regionais.
Pastoral Carcerária exige esclarecimento sobre violações e
abusos em presídio feminino de Cuiabá
Estados do Brasil: Mato Grosso
Estados do Brasil: Mato Grosso
Reprodução: Jornal Brasil de Fato
Segundo o comunicado, os agentes pastorais tomaram
conhecimento de irregularidades e situações vexatórias, que estariam ocorrendo
com as presas, como castigos físicos e humilhações
30/07/2014
Por Adital
Em atenção à ampla divulgação nos meios de comunicação das
denúncias apresentadas pela Pastoral Carcerária de Cuiabá à Defensoria Pública
do Estado de Mato Grosso, acerca de possíveis abusos e violações de direitos
ocorridos na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, na capital Cuiabá,
a Pastoral, em nota assinada por seu coordenador Nacional, Padre Valdir João
Silveira, e o assessor jurídico nacional, Paulo Cesar Malvezzi Filho, veio a
público fazer alguns esclarecimentos.
Segundo o comunicado, os agentes pastorais tomaram
conhecimento de irregularidades e situações vexatórias, que estariam ocorrendo
com as presas da unidade, como o desnudamento forçado, castigos físicos e
humilhações, especialmente após a morte da detenta Rosilda Pompeu de Oliveira,
com 70% do corpo queimado, em circunstâncias ainda não esclarecidas
publicamente.
"Sem meios para confirmar os relatos, já que,
inclusive, a entrada da Pastoral Carcerária no local foi suspensa por um
período e, após tal fato, seu acesso foi restringido a determinadas presas e
espaços na penitenciária, em total desconformidade com a Resolução n.º 8/2011,
do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, optou-se por oficiar
a Defensoria Pública para que as presas fossem ouvidas de forma reservada e
adotadas todas as medidas necessárias para a garantia da integridade física e
moral das mesmas, sendo este encaminhamento absolutamente regular e de acordo
com a legislação vigente”, denuncia a Pastoral.
É considerada ainda completamente "descabida” a
exigência da Pastoral Carcerária de Cuiabá uma postura diversa ou
"comunicação prévia” à Secretária de Justiça e Direitos Humanos do Estado
do Mato Grosso, conforme chegou a ser ventilado na mídia, "mesmo por que
os fatos relatados implicavam, por ação ou omissão, servidores do próprio
órgão”.
Para a entidade, após a devida apuração, confirmadas ou não
as denúncias relatadas, tais fatos, que também se repetem à exaustão em outras
regiões do país, mais que evidenciam o caos no sistema penitenciário
brasileiro, deteriorado pelo encarceramento em massa e ausente de mecanismos
efetivos de fiscalização e controle social.
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