20/07/2014 19:25
Espetáculo sobre a vida de Marighella encanta canoenses no
Guajuviras
Apresentação mobilizou dezenas e também marcou o
encerramento da programação da "Residência Artística da Tribo de Atuadores
Ói Nóis Aqui Traveiz em Canoas"
![]() |
Foto Paula Vinhas - Secom - PMC |
"O Amargo Santo da Purificação", espetáculo de
produção coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, encantou um
público expressivo na tarde deste domingo (20), no bairro
Guajuviras.
"É um teatro de periferia, para um bairro de periferia.
Tudo a ver. Maravilhoso!", disse o escritor Henrique de Freitas,
coordenador do Ponto de Cultura Guajuviras Centro de Artes e um dos entusiastas
do movimento cultural no bairro.
Encenada na lateral da Praça Antônio Carlos Vianna, a
atividade mobilizou moradores e também destacou o encerramento da programação
da "Residência Artística da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz em
Canoas".
A programação marcou, ainda,
a abertura do "Projeto Teatro e Memória - 50 anos do Golpe Militar",
contemplado pelo edital "Desenvolvimento da Economia da Cultura
Pró-cultura/RS". Com entrada franca, o projeto tem o apoio da Secretária
Municipal de Cultura.
Risos, Memória e Reflexão
Rico de cores, músicas e metáforas sobre a história do
Brasil, na segunda metade do século 20, o espetáculo conta a vida do
guerrilheiro Carlos Marighella, que foi protagonista na resistência à ditaduras do Estado Novo e
do Regime Militar, nos anos 60. A história é
apresentada dividido em 12 cenas, e tem um ritmo dinâmico que
convida a plateia à caminhar com os atores.
O figurino e as músicas, marcadas por criações populares, por
meio de composições críticas, divertiram, e ao mesmo tempo, convidavam todos à reflexão.
Segundo a ativista comunitária Maria Senilda Oliveira, o
grupo trabalha com situações reais. Ela lembra que a Tribo esteve em Canoas
durante a ocupação do Loteamento Santo Operário, nos anos 80, quando
apresentaram o espetáculo ''A Saga de Canudos, o fez a gente se empoderar,
conta ela, que integra o elenco de "Os Sinos da
Candelária", exercício cênico de uma das oficinas que o grupo ministra
dentro do projeto que a em Canoas, por
meio do projeto “O teatro como instrumento de discussão social”, e que deve
estrear em breve.
Para Paulo Flores, que
é atuador (designação dos integrantes da Tribo, cuja direção é coletiva e combina encenar e intervir politicamente) e um dos
fundadores do Ói Nóis Aqui, atuar na periferia é parte da proposta e da linha
de trabalho do grupo, que tem realizado apresentações constantes em bairros da
Capital.
Outras intervenções
Além do Guajuviras, outras pontos da cidade receberam
atividades, direta ou indiretamente ligadas ao teatro. Ainda na programação da
residência artística do Ói Nóis Aqui Traveiz em Canoas foi realizado, no sábado
pela manhã, a "Performance Onde? Ação Nº 2. Paralelamente, na Casa das
Artes Villa Mimosa, era realizado mais um encontro semanal da terceira edição
da oficina BECKETT-WE, coordenado pela atriz e pesquisadora teatral Luciana
Tondo. Em dezembro do ano passado, o resultado desse trabalho foi apresentado
no local.
No sábado a tarde, o Parque Getúlio Vargas recebeu outra
atração, com as intervenções urbanas da Oficina de Experimentação Teatral -
Experimentos Urbanos, resultado de trabalho desenvolvido pela Tainah Dadda,
entre abril e julho deste ano. No sábado à noite, ocorreu a exibição do filme
"Viúvas" - Performance sobre a ausência", outra atração da
Residência Artística do Ói Nóis Aqui Traveiz em Canoas.
No domingo à tarde, os mediadores de leitura realizaram mais
uma atividade no Parque Getúlio Vargas. Com foco no livo, os mediadores
utilizam também recursos de teatro em suas intervenções.
Saiba mais sobre a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui no site do grupo.
Crédito da notícia: jornalista Ronaldo M. Botelho - MTE 9485
Nenhum comentário:
Postar um comentário