domingo, 25 de janeiro de 2015

O FUTURO DO PRESENTE


Lembro sempre quando o então governador Olívio Dutra propôs, em 1999, tornar o RS um Território Livre de Transgênicos, com apoio de amplos segmentos dos pequenos agricultores, mas foi queimado vivo pela imprensa regional. Desde lá, havia quem percebia esse valor estratégico dos alimentos orgânicos para a economia e a saúde pública. Infelizmente, não prevaleceu. "O ministro da agricultura, Pema Gyamtsho, que também é agricultor, anunciou essa medida ao mundo na Cúpula Sobre o Desenvolvimento Sustentável, que aconteceu na capital indiana, Nova Delhi. Ele também declarou que o desejo do país é exportar alimentos naturais para China, Índia e outros vizinhos continentais". Leia no Pragmatismo Político a reportagem O PRIMEIRO PAÍS DO MUNDO QUE SÓ PERMITIRÁ PRODUÇÃO DE ALIMENTOS ORGÂNICOS .

Ocidentes, um bar em quatro décadas

Vivi pouco essa boemia do Ocidente, histórico bar cravado no coração do Bom Fim, mas tive muitos encontros e desencontros por essas bandas, e sei o quanto ele significa para uma multidão de gente. Independente do tom exageradamente nostálgico, com personagens um tanto estereotipadas, "Ocidentes" tem méritos diversos. As trilhas são de qualidade e ajustadas a audaciosa proposta de retratar quatro décadas de um ambiente marcante em Porto Alegre - o que, por si só, é um presente para tribos de várias épocas que curtiram, ou ainda curtem, a vida nessas travessas da Osvaldo Aranha. Eu, pelo menos, assim considero.

Velhos e Mitos

O mito da "Melhor Idade" pode ser bonito, mas não resiste ao fato de que todos momentos da vida tem suas qualidades. E limites. Acredito generalizante, e até um tanto cruel, alimentar esse ideal de velhice como momento para seres "conservados" ou super-homens. A saúde, é fato, pode ser bem cuidada e garantir certa longevidade, com acesso a bons médicos ou alguma prática esportiva. Mas o envelhecimento, com as transformações que ele opera, é inevitável e irreversível, independente dos padrões estéticos que se comercializem. Nem mesmo as indústrias das drogas e das cirurgias conseguiram negar essa condição humana. Impor aos mais velhos uma "dívida de imagem" é demais para a maioria deles em um País que ainda tão maltrata seus velhos, particularmente na vida privada. Nesse aspecto, acho que nosso desafio maior é mesmo cultural. Leia a reportagem ESSES IDOSOS VÃO DESTRUIR SEUS ESTEREÓTIPOS DE IDADE.

Beleza, padrão e gordinhas

A discriminação tem várias faces, mas nenhuma delas pode ser superada por meio de concursos que privilegiam uma estética de apelo sexual, idealizada e que impera comercialmente. Mesmo que a popularidade que essa garota teve nesse concurso fosse motivada por identificações sinceras, e não apenas pela hipocrisia de um politicamente correto, na essência, sua presença ali seria igualmente estranha, porque perverte o padrão. No fundo, toda essa repercussão reflete a troca de um nível de preconceito por outro ainda pior: o aplauso moralmente necessário frente ao contraste caricatural que cultivamos entre o "Bonito" e o "Feio" em termos de beleza feminina. Leia a reportagem Conheça Vanessa Braga, a menina de Canguçu que chamou a atenção da internet

Era uma casa muito generosa

Um trabalho assim é valioso a esses seres vivos, para os quais a assistência pública ainda é bem precária e a sensibilização humana ainda se pauta muito mais pela estética e a funcionalidade do que quaisquer outras qualidades. "Cega e surda, Duda é um dos cinco "museus" — apelido afetuoso dado pela dona — que habitam o amplo pátio da residência no bairro Petrópolis, em Porto Alegre. Uma das fundadoras da organização não governamental Bicho de Rua, Marcia não resiste aos animais geralmente ignorados". Leia a reportagem Conheça a casa onde só entram cãos velhos e doentes.

Sal, o da Vida

"De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantidade indicada de sódio na alimentação é de, no máximo, duas gramas por dia (o que equivale a cinco gramas de sal). No Brasil, estima-se o consumo médio diário de quase 12g de sal por pessoa, mais que o dobro do recomendado pela OMS". Acesse e baixe o GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA, DO MS.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

PROVOCAÇÕES DO TIÃO - O cão bastardo está morto, mas a cadela que o pariu está no cio novamente

Sebastião Pinheiro*

Sou iletrado, pois conheci Nelson Rodrigues através das colunas do jornal “O DIA”, da cidade maravilhosa, comprado por um tio motorista de ônibus afeito as suas manchetes sanguinárias, ali aprendi: “Toda unanimidade é burra”. No entanto, todos os meios de comunicação entraram em sintonia e diapasão, repetindo o tresloucado ato dos irmãos no Semanário Charlie, sim, Hebdo quer dizer a cada sete dias. Há a reprimenda velada: Condene o ato e não permita nenhum "mas".

Refugiado no Balneário Pinhal vendo minha pimenteira Bhut Jolokia doação dos Drs. Michel e Dudu florescerem, acompanhei pelas rádios e jornais locais, o malho ideológico, doutrinário e imbecilizante.

Bertold Brecht traz o equilíbrio: “Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama de violentas às margens que o comprimem”.

Quando a Tonantzin (mexicana) é transfigurada na Virgem de Guadalupe há um choque de poder, mas não de religiosidade; Quando São Jorge, casualmente, centurião romano nascido na Síria (Turquia) ou Palestina, se transforma em Ogum, há a mesma transmutação, com incremento de fervor devido ao choque de poder e liberdade de religiosidade (sincretismo).

Ambos exemplos não são suficientes para entender que os semitas dizem Adonai para preservar o nome Yahveh, que não deve ser dito ou escrito. Reconheço o temerário que seria pichadores saírem pela Palestina escrevendo nos muros este vocábulo em hebraico. Porque não o fazem nos EUA e Ocidente? Será por respeito à religiosidade? Ou ao poder?

Cobiça, rebeldia, blasfêmia e idolatria fizeram a Igreja Católica aprimorar suas técnicas de persuasão no que ficou conhecido como Inquisição recomendo o livro Torture [http://www.medievalwarfare.info]

Quando jovens “pied noirs” obrigados durante toda a vida a escutar (Qu’um sang impur Abreuve nos sillons! Que veut cette horde d’esclaves, De traîtres, de róis conjures? Pour qui ces ignobles entraves, Ces fers dês longtemps prepares?) jogam-se à espiritualidade e sofrem a lavagem cerebral pelo ódio religioso que a transfigura. Vemos a violência, bestialidade e crime. Sua realidade não diferente daqueles jovens frutos de estupros criados e transformados em soldados castrados por Saladino para receberem seus pais nas Cruzadas seguintes. Sim, passaram 21 gerações que para o poder nada significa. Hoje poucos sabem onde ficava a Escola das Américas, o que ela ensinava e quem foram seus destacados alunos...

Arguir direito à “liberdade de expressão” é tolice mercadológica sem cabimento. Lembrem quando o poder contrariado quis colocar a religiosidade dos cristãos alemães como entrave às metas de Hitler. A resposta do ditador foi a cobrança do dízimo como imposto pela Receita Federal e entrega a Igreja que imediatamente calou a boca e vimos o que aconteceu urbi et orbi. O que estamos vendo hoje são a mesma cobrança e marchas.

O jovem soldado norte-americano desesperado (e sem liberdade de expressão) a usou na porta do banheiro de seu quartel no Vietnã: “Starting a War for peace is like fucking for virginity”.

Espiritualidade transcende a nome, imagem e faz superar o suplício e a morte (a própria Igreja Cristã tem os soldados romanos Jorge, Expedito, Sebastião dentre outros) que abraçaram outra crença à do poder Abu Grhaib, Guantánamo...

A orquestração Ocidental foi magnífica. Sem ingenuidade não é possível manter o preço do petróleo a menos de cem dólares por muito tempo (para enfraquecer e controlar o Califado no Iraque-Síria), pois isso incomoda e muito a Arábia Saudita.

A nova Cruzada é lançada sem que tenhamos idéia do se passaram nas IX anteriores, tampouco a atual visa controlar terroristas. O que interessa é uma saída e crescimento econômico para o Ocidente estagnado e uma cidadania totalitária sob tutela integral.

Lançamos loas e tertúlias sobre o ocorrido na cidade francesa sem perceber nossa culpa e cada vez fica mais protelada nossa "Chançon de Gesta" como podemos ver nas duas fotos.

Brecht também vaticinou: “O cão bastardo está morto, mas a cadela que o pariu está no cio novamente”. Nada muda.

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*Engenheiro Agrônomo e Florestal, Ambientalista e Escritor

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O retorno ao texto, uma falta

Mais de 500 mil estudantes tiram zero na Redação do ENEM (Exame Nacional de Ensino Médio). A leitura, o texto e o exercício argumentativo precisam ingressar, urgentemente, no menu das atenções dos jovens brasileiros.

Destilador Solar de Água



O eliodomestico, um destilador solar de água concebido para países em vias de desenvolvimento.

Via Sustentador (Face)

Capaz de produzir perto de 5 litros de água fresca por dia, sem qualquer custo operativo, E muito pouco manutenção. Por ser uma peça de alfarería, é económico e de simples vestuário em qualquer parte do mundo.

# energíarenovable # sustentabilidad

Este dispositivo consiste de duas peças cerâmicas empilhadas. Quando o sol aquece o compartimento superior, onde se encontra a água a destilar, se produz vapor, Que por efeito da sua própria pressão, é promovido para o compartimento inferior em forma de tigela,donde Se condensa.

Saiba mais aqui.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Para saber mais do Islã

Gostei de tudo que li sobre esse cara - não foi muito, mas bem conveniente. Ele viveu várias condições, entre a religião e a política. Recomendo também sua biografia "Minha jornada solitária pelo século". A dica e o comentário abaixo é do Wladymir Ungaretti, via Face.





"Este deve ser o primeiro livro que traz a discussão sobre o islamismo para nosso país. É uma edição de 1981 da Nova Fronteira. O filósofo Roger Garaudy passou parte da vida trocando cartas com Dom Hélder Câmara, procurando estabelecer um diálogo entre comunistas e católicos. Ele era do comitê central do Partido Comunista Francês. A proposta deste diálogo está no livro "Perspectivas do Homem". Em um dado momento rompeu com o PC francês e acabou se convertendo ao islam e durante muito tempo dirigiu o maior centro de estudos do islamismo no Ocidente, localizado na Espanha."

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O Carro de Boi

Foi só uma vez, antes dos 10, em Garopaba, que experimentei aquela ampla e barulhenta carroça, puxada por dois bois. Foi levando amendoim em uma roça próximo à Praia. Peguei um bicho de pé, que não conhecia, e nunca esqueci daquele som estridente, no contraste ritmado entre a opulência dos bovinos e sua falta de pressa..Tecnologia e sensibilidade não são combinadas ainda o suficiente para extirpar certos jugos, mas os carros de boi se convertem em lembranças. Nessa instantaneidade toda, sobra às crianças urbanas a possibilidade de imaginar que a sua comida, incluindo cabeças de bois e porcos no açougue, são fabricadas nos fundos dos supermercados, como diz o amigo Sebastiao Pinheiro

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

MANUAL DO GUERRILHEIRO VISUAL

Cap. I - Construa seu próprio projetor
>> O cinema é uma plataforma de incidência direta no imaginário, é inegável o papel transgressor dessa arte em diversos momentos de levantes sociais e micro-revoluções. A habilidade de utilizar da luz e de imagens em movimento para se emitir pensamentos e deixar conceitos impressos na consciência de pessoas passa recorrentemente por transformações contextuais. Por vezes ferramentas simples podem dialogar com mais gente que obras complexas. O efeito da projeção de tags, frases ou símbolos pode ser usado como meio de mobilização, para se disseminar informações ou para criar interferências estéticas em um ambiente. Além da pouca portabilidade da maioria dos equipamentos de projeção, esses costumam ter um custo elevado, o que reduz sensivelmente a possibilidade de encontrar uma maior diversidade de grupos projetando nas ruas.
Pensando nisso, neste primeiro capítulo o Manual do Guerrilheiro Visual ensina como se produzir um projetor simples, barato, portátil e eficiente.
Confira o passo-a-passo completo em: http://migre.me/m8UgR
Via: Luís Francisco Da Silva Vargas (Face).

ILUSTRADORES EM EVIDÊNCIA


Já faz um tempo que tenho notado que a agudeza intelectual e a perspicácia dos desenhistas da imprensa denotam percepções que estão muito além de seu tempo: não cabem dentro dos padrões manualísticos que marcam o jornalismo convencional, e nem se confundem com arte alienada, que facilmente se oculta na abstração. O trágico ataque à revista francesa Charlie Hebdo traz à evidência, como em raras vezes, esses profissionais. De um momento para outro, nomes como Caruso, Laerte, Lattuf, enre outros, são tirados da condição de rostos ocultos, que em geral marca seus ofícios, para contribuírem para a análise e interpretação desse fenômeno, que é a leitura das contradições sociais, por meio dos traços críticos. A liberdade de opinião, da criatividade e da expressão se enriquece muito com as lentes desses desenhos dinâmicos da realidade social.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

domingo, 4 de janeiro de 2015

Um documentário sobre o jogo da vida, pelas mulheres

Jogo de Cena apresenta experiências de dor e de transformação de diferentes mulheres, combinando os seus depoimentos com a atuação de experientes atrizes. O que mais impressionou-me é a maneira como um texto baseado cruamente na vida real - orientado pela entrevista do documentário - opera uma influência especial sobre quem interpreta, de forma bem mais profunda que uma ficção. Assista Jogo de Cena e outros filmes de Eduardo Coutinho aqui.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Em busca de um novo modelo

A GRANDE QUESTÃO. Canudos e moedas, esse é o único sentido? Claro que não, só que salas de aulas não são espaçonaves.Educação é questão muito profunda para ser projetada dissociadamente de um projeto de sociedade e de um modo integral de vida que o dê sustentação. Civilizações milenares já ensinaram isso. "Pesquisadores e professores afirmam ser preciso ter educadores em número suficiente e, depois, qualificados para ensinar. Os responsáveis pelos sistemas de ensino e políticas públicas reconhecem a carência, mas também propõem flexibilidade no currículo, agrupamento das disciplinas por áreas, aumento do tempo na escola e ênfase em temas que conduzam ao mercado de trabalho"

Leia a reportagem Em busca de um novo modelo, na Carta Capital