O PACTO ENTRE O OPORTUNISMO, A COVARDIA, A INUTILIDADE E A ALIENAÇÃO.

A campanha pela redução da Maioridade Penal encontra eco social desde o Congresso, porque corresponde, adequadamente, às expectativas de soluções simplificantes para os problemas sociais, ainda que falsas. Atende ao oportunismo de bancadas parlamentares retrógradas, que se acomodam sob a proteção de um discurso showrnalístico populista e policialesco, por vezes, religioso, mas sempre protegido pelo capital midiático; contagia-se e revigora-se por meio de movimentos pró-militaristas, que têm entre suas bandeiras a Pena de Morte e a homenagem a torturadores; é coerente com a maioria dos governos regionais na área de Segurança Pública, que fazem vistas grossas para o problema da delinquência juvenil, respondendo a essa área raramente com políticas inclusivas e ressocializadoras, mas, predominantemente com a construção de mais presídios, ainda que de menos escolas e espaços de lazer e cultura; e, finalmente, se ajusta aos anseios imediatistas/egoístas de grossas parcelas da população brasileira, que entendem, equivocadamente, que a segurança pode ser resolvida com a gentrificação, a limpeza étnica e o uso do Estado e das forças policiais como instrumento de vingança pessoal, como se estas não agissem também, seguidamente, com práticas corruptas e criminosas, vindo a se tornarem, inclusive, ameaça à essa própria classe média que atiça tal violência.