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Agentes de Leitura no Guajuviras - Canoas (RS), experiência cultural descentralizadora e orgânica
Foto: PMC, 2013
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No sentido freiriano, a ideia de estender o conhecimento, de alguém que tudo sabe (o técnico) para alguém que apenas absorve passivamente (o produtor) se ajusta bem ao propósito de promover o (re)encontro entre o artista e suas raízes.
Na extensão universitária,
por exemplo, projetos de diferentes matizes ideológicas têm tido sucesso
relativo, por meio de brigadas acadêmicas interdisciplinares entre regiões, em
municípios distantes, com orientação e apoio à demandas de serviços básicos
(saúde, agricultura, geração de renda, cultura, comunicação...). Uma troca rica
e construtiva entre o saber popular e científico.
Reparo que, entre as diversas experiências desse tipo que já participei, sempre percebi que um dos seus pontos mais fortes estava, precisamente, no “reencontro” que tais iniciativas promoviam entre o acadêmico de um passado rural com seu presente “moderno”; e de seus conhecimentos-base, ancestrais, com os métodos e conceitos científicos, polidos pela sistematização e o discurso teórico. É permanentemente necessário canalizar/reforçar a valorização desses vínculos no âmbito das artes e das letras.
Reparo que, entre as diversas experiências desse tipo que já participei, sempre percebi que um dos seus pontos mais fortes estava, precisamente, no “reencontro” que tais iniciativas promoviam entre o acadêmico de um passado rural com seu presente “moderno”; e de seus conhecimentos-base, ancestrais, com os métodos e conceitos científicos, polidos pela sistematização e o discurso teórico. É permanentemente necessário canalizar/reforçar a valorização desses vínculos no âmbito das artes e das letras.
Esse propósito
não é novo, e teve uma versão bastante promissora nos chamados Pontos de
Cultura e Pontos de Leitura, inseridos na Rede Cultura Viva (culturaviva.gov.br),
gestada pelo sociólogo Juca Ferreira, desde quando este começou a atuar no
Ministério da Cultura, ainda no primeiro Governo Lula, lançou sementes que
germinam por todos cantos do País.
Integrada a tal iniciativa, os Agentes de Leitura foi, certamente, uma das mais construtivas e democráticas experiências de descentralização cultural, na área do livro, leitura e literatura. A partir dela, mediadores de leitura, previamente capacitados, percorreram comunidades desassistidas do acesso aos bens culturais. Munidos de uma bicicleta, uma mochila com livros e uma certa habilidade lúdica, esses atores disseminaram o gosto pela leitura entre casas, barracos, praças e demais espaços de vida nos bairros.
Integrada a tal iniciativa, os Agentes de Leitura foi, certamente, uma das mais construtivas e democráticas experiências de descentralização cultural, na área do livro, leitura e literatura. A partir dela, mediadores de leitura, previamente capacitados, percorreram comunidades desassistidas do acesso aos bens culturais. Munidos de uma bicicleta, uma mochila com livros e uma certa habilidade lúdica, esses atores disseminaram o gosto pela leitura entre casas, barracos, praças e demais espaços de vida nos bairros.
Tais experiências
confirmam a assertividade e necessidade desse encontro entre o artista em seu
público, em um nível territorial. É desses rincões que as artes e as letras
efetivamente se alimentam, e por onde melhor e mais legitimamente podem semear,
colher e distribuir os frutos de uma política cultural democrática e popular.
Mas é também por meio dessas margens, que surgem as condições mais propícias
para a integração espaço-tempo, unindo o conhecimento entre diferentes
gerações, em prol de uma arte emancipadora.
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