segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Controle social da mídia, necessidade para construção democrática

A construção da democracia no País (falo da democracia social, para bem além da que contamos hoje), envolve o controle social da mídia como um iniciativa estratégica. O fim dos monopólios regionais e nacionais seria outra dimensão importante desse processo, mas parece que isso vai levar mais tempo.

Quanto ao controle social, que foi dos importantes avanços  da I Conferência Nacional de Comunicação,  partir de um longo processo de debates da sociedade civil, já gera, como esperado, o esperneamento dos donos imprensa grande. Da mesma forma ocorreu por ocasião do projeto de lei do Conselho Federal de Jornalismo, que causou a “mobilização” desses mesmos grupos em defesa da (sua) “liberdade de imprensa”.

Liberdade de expressão real pressupõe a pluralidade de vozes nos espaços jornalísticos e uso dos meios de comunicação com atenção maior ao interesse público, o que está muito distante dos conteúdos desses meios. Ao lado disso, o sensacionalismo e a uniformidade de vozes nas grandes emisssoras e na linha editorial dos jornalões tem sido a regra, com a devida reprodução de práticas falsamente neutras nos jornais regionais de menor porte.

Na área de entretenimento, que tem grossas audiências, nem se fala, o nível tem sido baixíssimo. Como senão bastasse, vivemos em um período de transformação estrutural de formatos, em que se confunde jornalismo e entretenimento, onde se converte a realidade em invenção alegorística, conforme a criatividade dos produtores e o gosto de seus patrões.

Já era hora, portanto, de a sociedade civil participar mais efetivamente do monitoramento dessas produções, que interessam a todos. Assim ocorre nos países mais avançados, como os Estados Unidos – sempre citado como modelo pelos (pseudo) liberais que boicotaram a CONFECOM. Assim, esperamos que esse processo de democratização social se aprofunde, para o bem da consolidação democrática em nosso País.

Durante a etapa nacional da Confecom, foram apresentadas 6.119 propostas com a participaçaõ de 1.800 delegados. O Caderno, com as 633 propostas apresentadas, pode ser acessado aqui.

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