Assisti atentamente ontem o Roda Viva, da TV Cultura, com o ex-deputado José Dirceu, e mais uma vez me decepcionei com o desempenho pífio da nova apresentadora e mediadora, Marília Gabriela. Programa historicamente dinâmico, inteligente e equilibrado, tem sido ultimamente caracterizado pela superficialidade e homogenização de idéias dos entrevistados. A parte a presença rara de de um representante da revista Carta Capital, o reporter Sergio Lírio (nunca tinha visto antes ali um jornalista de publicações progressistas), o programa manteve a linha que tem marcado a atuação de Gabriela, desde que assumiu a mediação - perguntas rasas e com focos uniformes.
Dirceu, diferentemente, foi mais que o centro da Roda, o destaque pela qualidade das respostas, o equilíbrio nos contrapontos e a segurança nos argumentos, mesmo diante da metralhaddora de provocações, às vezes ridículas. Sobrou - como de práxis na mediocridade do jornalismo conservador brasileiro - questionamentos ideológicos, como o de relações "impróprias" do governo Lula com os presidentes da Venezuela, Coréia do Norte, Irã e outros Países do "Eixo do Mal" na cartilha da imprensa grande nacional. Faltou, isto sim, relações e fatos que tornassem a entrevista esclarecedora ou explorassem contradições concretas no discurso do entrevistado. Em lugar disso, predominaram perguntas baseadas em especulações criadas pela própria imprensa ou o senso comum. Dirceu pode, acho provável, ser condenado. Mas fica claro que há uma tendência explícita de setores da imprensa brasileira de condenar antes da justiça.
Foi bem interessante, por outro lado, observar as posições de um experiente editor, como Augusto Nunes, que demonstrou absoluto alinhamento com a posição dos donos da grande mídia. Entre sorrisos irônicos e declarações sarcasticamente infantis, Nunes demonstrou pactuar com essa tendência das empresas de comunicação, de não admitir, sequer a idéia, da sociedade civil organizada ter direitos de debater e atuar sobre a garantia da não-monopólio dos meios de comunicação no Brasil, bem como sobre a diversidade e qualidade do que é veiculado nessa mídia. Trata-se de um debate, sim, urgente e necessário, sobre o qual, aliás, o Roda Viva seria um ótimo espaço para dar o pontapé inicial.
Entendo que este programa, que ainda é o melhor espaço de entrevista do País, tem como sua qualidade central a diversidade de olhares e enfoques. Ultimamente, no entanto, na gestão tucana, tem caminhado na direção contrária a isso. E a versão gaúcha, o Frente a Frente, da TVE, tem sido uma caricatura disso.
Assista um dos blocos mais tensos da entrevista dom José Dirceu aqui.
Dirceu, diferentemente, foi mais que o centro da Roda, o destaque pela qualidade das respostas, o equilíbrio nos contrapontos e a segurança nos argumentos, mesmo diante da metralhaddora de provocações, às vezes ridículas. Sobrou - como de práxis na mediocridade do jornalismo conservador brasileiro - questionamentos ideológicos, como o de relações "impróprias" do governo Lula com os presidentes da Venezuela, Coréia do Norte, Irã e outros Países do "Eixo do Mal" na cartilha da imprensa grande nacional. Faltou, isto sim, relações e fatos que tornassem a entrevista esclarecedora ou explorassem contradições concretas no discurso do entrevistado. Em lugar disso, predominaram perguntas baseadas em especulações criadas pela própria imprensa ou o senso comum. Dirceu pode, acho provável, ser condenado. Mas fica claro que há uma tendência explícita de setores da imprensa brasileira de condenar antes da justiça.
Foi bem interessante, por outro lado, observar as posições de um experiente editor, como Augusto Nunes, que demonstrou absoluto alinhamento com a posição dos donos da grande mídia. Entre sorrisos irônicos e declarações sarcasticamente infantis, Nunes demonstrou pactuar com essa tendência das empresas de comunicação, de não admitir, sequer a idéia, da sociedade civil organizada ter direitos de debater e atuar sobre a garantia da não-monopólio dos meios de comunicação no Brasil, bem como sobre a diversidade e qualidade do que é veiculado nessa mídia. Trata-se de um debate, sim, urgente e necessário, sobre o qual, aliás, o Roda Viva seria um ótimo espaço para dar o pontapé inicial.
Entendo que este programa, que ainda é o melhor espaço de entrevista do País, tem como sua qualidade central a diversidade de olhares e enfoques. Ultimamente, no entanto, na gestão tucana, tem caminhado na direção contrária a isso. E a versão gaúcha, o Frente a Frente, da TVE, tem sido uma caricatura disso.
Assista um dos blocos mais tensos da entrevista dom José Dirceu aqui.
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