Nossa fragilidade em conviver com outros seres, em condições mais estreitas, revela amor próprio de dois gumes. Saber controlar esse impulso é vital para crescer e viver em harmonia. Isso não significa atrofiar-se. O amor próprio, penso, é pré-requisito para qualquer forma de gostar, inclusive aquela que comumente se chama Amor, que pode ser também confundida com o matrimônio, uma forma de poder. Mas poder de quem?
No caso, da instituição casamento, há uma relação secular, estrutural e mutante, que não se deixa descolar de sua essência familial. E a visibilidade, ao que parece, é um dos fatores mais influentes nessa força retro-alimentadora da relação matrimonial. A cerimônia do príncipe William e sua noiva, Kate Middleton, que ocorre nesta sexta-feira em Westminster, sob cadeia internacional, explicita essa dimensão sócio política, de fora para dentro. “O mundo está espiando vocês, não façam feio”. Em se tratando de uma solenidade da realeza, nada pode dar errado. Uma festa tão linda, quanto terrivelmente tensa.
Há, vejo assim, uma força combinada (ou suportada) de triplo sentido no casamento formal: a vontade de uma parte, com a vontade da outra parte e a “expectativa” externa. Esse, dependendo a época ou contexto, pode ser a mais definidora. Quanto ao Amor, é custoso demais definir nesse cenário. Mas creio que pouco tenha a ver com isso tudo.
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