sexta-feira, 10 de junho de 2011

Microconto - O estranho sonho de Baratão

“Que sonho esquisito, heim meu?!”, comentou o Pedro farelo, Dono do velho boteco na entrada da canto da cozinha, após o relato do Baratão sobre  a estranha experiência de viver um dia na pele de um humano. “Então, quer dizer, que acordastes mesmo de mãos e pernas no lugar de tuas preciosas asinhas? “Assim foi, confirma o sonhador. “E desse dia turbulento, como narrastes, entre trabalho, essa tal vida social e esse jeito estranho de viver em família, o que me conta que te marcou mais?”. Baratão, ante a questão do amigo, matutou, coçou a cabeça e, num olhar distante pela fresta do buraco que os protegia, viu duas mãozinhas pequenas que apoiavam um engatinhamento. Suspirou, de repente e, com um olhar distante, afirmou, meio reticente: “Acho que uma sensação confusa de que aquela rotina sufocante e delirante tinha sentido”, falou quase que consigo. E Pedro Farelo, não entendendo nada, apenas olhou estranho, e convidou, “Então toma mais um caldinho de açúcar, e esquece esse loucura. É por minha conta”.


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