Penso exagerada essa idéia. Exigir do outro, querer mais – às vezes, até sufocá-la/lo pode ser, sim, parte de um modo determinado de querer. Mas ódio, não creio. Porque gostar mesmo tem a ver com construção, e ódio é, simplesmente, destruição. Dirão alguns que esse é um sentimento irracional, que o ser-humano não controla. Pode ser, mas aí já falamos de outra coisa, de problemas de autonomia psicossocial, que nada tem a ver com algo que possa um dia se entender por amor. São desvios de comportamento, que extravasam impropriamente em alguém, em geral, também injustamente. Dirão outros, mas um amante traído sente ódio pela pessoa que o praticou. Pode ser também, mas aí é de se entender o que realmente existia ali naquela relação para dar fruto à “traição”. E, igualmente, perceber o que mesmo se entende por traição, se não é, no caso, uma forma, indevidamente alimentada de posse, que sempre é egoísta, e, também, pouco tem a ver com querer com profundidade. Então, ódio, penso, é outra coisa. Querer com sinceridade, pureza e desinteresse, nada tem a ver com ódio.
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