quinta-feira, 2 de junho de 2011

O que mesmo define o poder?

Estava pensando sobre o que é poder nos dias de hoje. A conclusão nenhuma cheguei, mas mantive a convicção que ele existe, e está em exercício em todas as dimensões da vida de todos. O que diferencia, creio, é a forma de se expressar. A questão colocada pelo mexicano Agustín Carstens, ao questionar porque um latino não pode representar a América Latina em um posto do FMI, situa um aspecto interessante sobre o poder - bem mais do que posição, ele pode estar também no lugar de um discurso “já dito”, em uma estrutura estabelecida. Surgido nos EUA, no início dos anos 40, após duas guerras mundiais e a recessão nos anos 30, o FMI teria nascido para trazer mais estabilidade ao câmbio dos países capitalistas e para levantar fundos que auxiliassem as nações com dificuldades financeiras. Hoje esse fundo conta com 180 países membros, e já teve profundamente questionado suas premissas e interesses, visto que é, ao mesmo  tempo, o “salvador” e intermediário das amargas dívidas externas aos países que ele recorrem. Atualmente, prossegue sendo uma instituição poderosa e influente no mundo, mas há uma correlação de forças que diminuiu o modo de interferência externa em contextos como a América Latina – onde se criou, décadas atrás, enorme dependência de governos com esse órgão, e conseqüentemente imposição de ajustes estruturais, de cunho neoliberal. Pois nesse novo contexto, questionar essa voz “onipresente” é sempre conveniente. Lembremos,  porém, que o poder não está em um lugar propriamente, de modo que, ser latino-americano pouco pode representar em termos de mudanças estruturais, pois quando se fala “lugar de onde se diz”, isso também tem que se considerado na história e coerência de quem diz (o “lugar-pessoa”. De qualquer modo, pluralizar minimamente o poder internacional pode ser um caminho para contribuir para as vozes do poder oficial dos vários continentes olharem de modo mais unido às grandes questões que comprometem a própria existência humana, como: impactos e deficiências ambientais, fome e doenças provocadas por esses dois males.

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