Ainda que tenhamos avançado muito desde as revoluções Industrial e Francesa, passando pela escravidão institucionalizada e o feudalismo, prosseguimos convivendo com requícios dessa prática nesse País, como em todo o mundo. E o motivo está no simples fato de que a história não se desenvolve por rupturas, mas por transformações. E estas, são lentas, dialéticas e agregam elementos do passado e do presente na projeção dos próximos tempos. O trabalho escravo, por exemplo é reflexo claro disso. As denúncias de violações aos direitos humanos relacionadas ao trabalho, e até assassinatos de fiscais que atuam no monitoramento das condições dos (pré) assalariados, são abundantes e freqüentes em todas as regiões do Brasil. Ainda neste mês, uma fiscalização do governo federal flagrou trabalhadores peruanos e bolivianos em situação análoga à escravidão operando em oficinas contratadas pela marca espanhola Zara, do grupo Inditex. Avisada do momento da apreensão, a Zara não enviou nenhum representante. Por causa disso, iniciativa como o programa "Escravo, nem pensar!" tem que ser aplaudidas e apoiadas. São caminhos como esse, concretos e ativos, que ajudam a iluminar as trevas da mente e do coração dos patrões que ainda pensam e agem como se no século XIX estivessem. E é assim, pela consciência ou pela força - ou por ambas - que o respeito à dignidade e ao bem-estar dos seres vivos deve se impor como pressuposto essencial quando se fala em conceitos como modernidade, desenvolviemnto ou lucratividade. Talvez assim, a associação do trabalho à uma cultura de criatividade e desenvolvimento das pleno das potencialidades humanas - ao invés de castigo e redução da vida - possa vir a se construir para as próximas gerações.
O programa “Escravo, nem pensar!” foi criado em 2004 e tem como missão:
O programa “Escravo, nem pensar!” foi criado em 2004 e tem como missão:
- Diminuir, por meio da educação, o número de trabalhadores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste aliciados para o trabalho escravo na Amazônia e no Cerrado brasileiros;
- Difundir o conhecimento a respeito de tráfico de pessoas e de trabalho escravo rural contemporâneo como forma de combater essa violação dos direitos humanos;
- Promover o engajamento de comunidades vulneráveis na luta contra o trabalho escravo.
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