“É mais agradável e útil viver a 'experiência da revolução' do que escrever sobre ela”, disse Lênin por volta de 1917, no calor da insurgência revolucionária. Essas palavras do marcante líder do século XXI poderiam ser transpostas para a própria vida, na medida que a intensidade do que experimentamos diariamente extrapola e, às vezes, é intraduzível em palavras. O que escrevemos é sempre uma tentativa de registrar o todo, mas captura um olhar, de um aspecto em um momento de um todo que nos escapa. E muito bom que seja assim, pois a vida está mesmo é nas ruas e no momento. Talvez seja esse o grande motivo da multiplicação e da ineficiência da bibliografia dos guias de auto-ajuda e também das desilusões com os guias espirituais. Não há receita prontar, mas instrumentos para aplicar a algo, em conjunto com uma boa dose de improviso, sorte e combinação de fatores situacionais. Escrevo isso um tanto por um tom de desabafo com essas contingências que nos são impostas, no sentido de explicar o que às vezes se explica por si. Mas também nesse dilema Vida X Pensamento X Escrita estou me ausentando temporariamente desse e de outros espaços virtuais para respirar de forma diferente. Uma opção necessária e, talvez, providencial. Sugiro aos meus poucos e fiéis leitores que, nesse meio tempo, andem pelos blogs por mim indicados. No más, digo apenas que voltarei, quando menos for esperado. Estejam certos disso.
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