sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sobre as nossas permanentes deficiências e a necessidadade de escutar quem ajude a enxergá-las

Ilustração: Inclusive.org
O envolvimento com a diferença, em geral, desprezado pela nossa cultura massificadora, é  um aprendizado constante. Foi o que percebi mais uma vez ontem, durante o acompanhamento da 4.ª Conferência Municipal da Pessoa com Deficiência de Canoas (RS). Além dos temas em questão, de grande pertinência em todos os aspectos da vida, o diálogo com algumas pessoas que tem limitações físicas maiores que as minhas (uso óculos por exemplo, portanto, sou uma pessoa com deficiência) sempre me renova a sensibilidade. Conversando com o presidente do Conselho municipal da Pessoa com Deficiência, por exemplo, comentei a ele que conheci recentemente uma experiência moderna de organização da limpeza urbana em uma grande cidade gaúcha, por meio de contênerização automatizada. Lá pelas tantas, falei sobre a qualidade do sistema de disposição e recolhimento das lixeiras. E ele, que é cadeirante, com uma pergunta sintética foi ao ponto: "Uma pessoa como eu, conseguiria depositar o lixo ali com facilidade?". A partir dessas suas brevíssimas palavras, fez mais que uma mera observação: me fez pensar sobre o quanto nós, que tendemos a olhar para o mesmo lado, podemos ter sérias deficiênias de outras percepções. É para isso que existem as diferenças, em todos os sentidos e intensidades.

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