sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sobre gatas, cercas e liberdade

Outro dia de sol querendo aparecer e de minhas gatas querendo atenção, cada um a sua maneira. E pensando sobre esses dias que vão e vem, acabo de ler uma nota de NY, com a singela manchete: “Empreendedor abre loja de poemas ao ar livre nos Estados Unidos”. A nota ocasionou em mim um primeiro impacto de repulsa, a pensar como aquele País tende a transformar tudo em lucratividade. Mas, logo em seguida, comecei a também pensar sobre a difícil vida das pessoas em situação de rua, seja por opção, seja pelas contingências. Com relação aos que o fazem por vontade própria, à muita gente, como a mim, encanta essa coragem de “largar tudo” e viver assim, pelas ocasionalidades. Mas isso não é para qualquer um. Somos criados no entrevero de estruturas que nos cercam e nos confundem com nós mesmos, e as mais fortes delas são as invisíveis. É claro que temos momentos felizes, e respeito a opção de cada um pela sua opção de vida. Mas me choca também ouvir falar e ver tantas pessoas vivendo depressivamente, por ter se criado vínculos de dependência com dinheiro, objetos e pessoas. Definitivamente, a vida é para se buscar o caminho da felicidade, mesmo que esse caminho não seja absoluto; mas essa busca o pode – e deve – ser recheada de momentos felizes. Então, isso tudo me faz pensar que também arrumar um espaço melhor para minhas gatas, elas merecem essa oportunidade, mesmo temendo por suas vidas. Por enquanto, me restrinjo a esse dilema.

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