domingo, 22 de abril de 2012

Sobre revoluções, músicas e cantadores

Capitani, o "Charles, Anjo 45",
 em 1999 - Foto: Extra Classe
Duas experiências que envolvem a música me marcaram  ontem, e vale a pena registrar. Ao passar os olhos sobre um canal local, deparei-me com um documentário sobre Avelino Capitani, um nobre militante, marinheiro na reserva, que teve uma atuação impressionante em célebres e tristes momentos da história do RS, do País e da America Latina. Pois bem, tive a honra de conviver indiretamente com esa figura durante meus tempos de militância partidária, quando era mais jovem. E não fazia ideia de sua trajetória. Basta dizer que, entre suas façanhas (essas sim deveriam servir de modelo a toda terra) ele foi um dos guerrilheiros, preparados em Cuba, que apoiaram Che Guevara, via Uruguai, em sua grande rota latino-americana pela libertação dos povos. Mais especificamente com relação a música, me impressionou saber que uma de suas atuações revolucionárias foi transformada em letra de música pelo compositor Jorge Bem Jor, em Charles Anjo 45 (Charles, seu apelido de guerrilheiro; 45, a pistola que usava e Anjo, porque foi dado como morto em uma fantástica perseguição, narrada por ele mesmo, em que se enterrou Charles no chão para se esconder). A jornalista Márcia Camarano publicou no Extra Classe matéria que conta essa história; confira aqui*. Outro caso marcante, também sobre a música, de cunho mais ocasional, foi o cara que assisti cantar no Comitê Latino Americano. O que seria uma contribuição, a princípio, roubou a cena no show do cantor Ciro. O nome do cara é Vinícius e mora em São Leopoldo. Fazia tempo que não assistia e ouvia de perto um cara cantar com tanta alma. Foram canções regionalistas ou de cantores latinos, longe daquele detestável sotaque e conteúdo bairrista; pelo contrário, ele interpretou e cantores e canções que conclamam a liberdade e a transformação. Fiquei curioso para saber mais sobre o trabalho desse indivíduo. Por hora, fica apenas o registro.

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* Para se aprofundar mais, há o livro A rebelião dos marinheiros, de autoria do próprio Capitani. Sinopse e compra pode ser acessadas no Núcleo Piratininga.

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