A paralisação de metrôs e ônibus, que está deixando milhões de trabalhadores a pé pelo País, indica o colapso que pode causar no sistema de transporte das capitais o cruzamento de braços dos trabalhadores nesse setor. Mesmo ameaçados e, por vezes, notificados de multas, os trabalhadores em condição de sindicalistas não titubeiam, e mantêm paralisações que prejudicaram diversas outras categorias. Descontando a crítica sobre suposta greve política, que é pálida de argumento – visto que toda ação desse nível tem que ter uma dimensão política (até os autores desse tipo de reclamação) – o impacto social e midiático dessa paralisação faz pensar em vários sentidos. Um deles dá conta que a massa trabalhadora, em que pese uma cultura tão tecnologicamente modernizada e alienada, ainda se mobiliza. É fato que tais atos prejudicaram muitos. Mas cabe questionar, que outro instrumento de luta teriam os trabalhadores do transporte, senão a greve. Por outro lado, também se nota a falta de integração entre as categorias. Se a greve integrasse também outros setores de trabalho da indústria, do comércio e dos serviços, talvez a pauta de reivindicações poderia ser melhor trabalhada para a adesão ampla e solidária aos metroviários, e não gerasse apenas incômodos amplos. E nesse caso, esvaziaria também muitas críticas corporativas da imprensa Grande. Deu para notar, por outro lado, o quanto os brasileiros de todas regiões são dependentes uniformemente desses meios de transporte coletivos. Uma professora em SP, por exemplo, declarou em reportagem que, na falta do Metrô, iria caminhar a pé por 10 Km. Não creio que as ciclovias sejam solução única como meio de transporte, mas não tenho dúvida que um sistema urbano integrando a cidade com alternativas seguras para as bicicletas é parte vital da construção de soluções radicais para o problema da mobilidade. Enfim, os aspectos são muitos, e a parte algum avanço que houve para os reivindicantes, é preciso que os trabalhadores atualizem suas estratégias e táticas, no sentido de somar para deixar marcas mais positivas e se fortalecer futuramente com o apoio do restante da população. Do contrário, vejo uma vitória muito relativa, seja ela qual for.
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