quarta-feira, 11 de julho de 2012

Controle dos Meios, o mesmo totalitarismo no Estado ou no Mercado

"Por toda a Etiópia, cruzei com mulheres que garantem o sustento da casa. (...) com gestos precisos, e olhares atentos, elas vão tecendo a vida e dando forma a um destino conhecido há séculos". Mais uma parte da reportagem especial de Aline Midlej no Continente Africano.



E no Vale do Gravataí, Agir faz acontecer na grande pequena arte.
Arte: perfil Uma Foto (Face).

Para quem está minimamente atualizado com o debate nacional sobre a construção da democracia e seus caminhos, sabe que o discurso único e totalitário dos meios de comunicação a partir do controle privado da imprensa é tão nocivo quanto o discurso único e totalitário desse meios a partir do controle estatal. Todavia, os interessados na comunicação social exclusivamente como negócio e lucro privado criaram o mito de uma certa  liberdade de imprensa, que  na realidade, representa a liberdade dos proprietários dos meios.  E esse mito, traduzido em uma cobertura tendenciosa, nos últimos anos tem se traduzido em uma campanha nítida para obstacularizar o debate para um marco regulatório nesse Setor. Logo que se começou a levantar esse debate pelo governo do então presidente Lula, foram chamados Empresários, Sociedade Civil e Estado. A Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) foi um momento aberto e plural de debate para nesse sentido. Mas, como de praxe, o empresariado da comunicação teve uma participação tímida com relação a sociedade civil. Na realidade, em sua maior parte, procurou boicotar esse processo. E, paralelo a isso, os segmentos mais represntativos dessa Imprensa Grande vociferava nervosamente contra o que chamou de “ameaça a liberdade de imprensa”. Também por causa dessas pressões o projeto de lei do Conselho Federal de Jornalismo foi sufocado, e a categoria articula uma nova conjuntura para reinseri-lo na pauta. Em um período de diversos avanços para uma sociedade transparente, em que o controle social é defendido em áreas estratégicas como Saúde, Educação e Segurança, por que a Comunicação teria o privilégio de não ser envolvida por esse processo de debate e participação pública nas decisões? Ninguém está livre de possuir interesses políticos, nem o Governo, nem o Mercado. E isso é notório no jornalismo diário, seja na cobertura nacional, seja no âmbito internacional. Sobre a América Latina, por exemplo, as contradições nas análises editoriais dos jornalões diários são gritantes. Governos de países como Venezuela, Equador e Argentina, que tem tido posições comuns em questões estratégicas na Região Sul-Americana, tem tido uma cobertura altissimamente crítica de nossa Mídia Nativa por se associarem uma posição de defesa da participação maior do Estado nas questões públicas. Nota-se aí que a veia neoliberal fortemente presente no jornalismo brasileiro, que também é perigosa. O argumento, que usa, já batido, é o da “ameaça de censura”. Não lembro de ter visto essa mesma preocupação quando os governos tucanos de Alckmin (SP) e Yeda (RS) sucatearam ao máximo imprimiram uma orientação ideológica clara nas TVs estatais de lá e daqui. Agora, no Paraguai, volta a se notar essa contradição discursiva. O silêncio ou moderadíssima crítica ao golpe branco que Lugo sofreu reflete isso. Esperamos que esse comprometimento ideológico de nossos Meios, não os conduza novamente a um alinhamento com setores conservadores a ponto de apoiar ditaduras – como ocorreu em outros momentos de nossa história. Acompanhemos por aqui como vai se dar a cobertura desses fatos relacionados ao controle da imprensa pelo “Novo Governo” paraguaio.   Nada encontrei sobre o assunto, por enquanto , no nosso OBservatório da Imprensa. O que já é preocupante.

"Decenas de periodistas, comunicadores sociales, productores de medios de comunicación están siendo despedidos de la Radio Nacional de Paraguay, la Televisión Pública, la agencia de noticias oficial IP Paraguay y de la Secretaría de Información y Comunicación para el Desarrollo (Sicom). Los despidos, sin causa justificada, se apoyan en argumentos ideológicos y políticos y van acompañados de amenazas para los trabajadores de la comunicación."
Matéria na íntegra em: Pagina 12.




Conforme vídeo amador publicado no Youtube na última semana de junho, e veiculado no blog do jornalista Chico Sant’Anna, técnicos a serviço do governo federal rondavam o prédio da emissora estatal, que não apresentava nenhum problema de reparo na ocasião.

Nenhum comentário: