sábado, 20 de outubro de 2012

A autonomia do indivíduo, questão coletiva

Ilustração:
http://www.filosoficamente.es/estimado-individualismo/

Ocorreu-me por esses dias, a respeito do necessário vínculo social do ser humano para se sentir existente, que o intenso e complexo curso de mudanças que se desenvolvem nos comportamentos humanos está enfatizando um novo paradigma sociológico: o do "indivíduo-estrutura". Ao longo da história da humanidade, as análises sociais tiveram como centro totalidades como "Deus", "Civilizações" e  "Estado" - em seus modos de ser e operar. A partir delas, mesmo a sociologia ainda se aprofundou limitadamente no que tange a esfera do ser individual. Precisamente essa dimensão da existência parece estar tendo agora uma transformação inovadora, determinada pela potencialização da tecnologia e da diversificação das identidades. E nesse novo cenário de “Sociedade Hipermoderna”, no conceito do filósofo Gilles Lipovetsky, que vejo como fértil para o desenvolvimento desse indivíduo-autônomo. Ao assistir ontem reportagem sobre o crescimento do número de pessoas que moram sozinhas no País - percebo que estamos formando uma geração cada vez mais dispersa e complexa para lidar em todos os sentidos. A educação, nesse cenário, precisa se transformar urgentemente. Da Família, já nem falo, pois é uma instância que sofre o pleno impacto disso há décadas. Mas no âmbito da escola, as políticas públicas têm que estar muito bem ajustadas a esse novo indivíduo. É parte do desafio de quem se propõe a atuar pelas coletividades.

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