"O HAMAS, que é um grupo palestino muçulmano sunita, tem como intenção, através de ataques, serem ouvidos sobre a situação caótica de seu povo árabe, pois através do diálogo não houve uma resposta satisfatória."
quarta-feira, 26 de junho de 2013
As várias faces de um perfil dos novos atores e dos já em cena
Prosseguindo nas reflexões a respeito de qual é o real perfil desse indivíduo - jovem de alta ou baixa idade - que protesta hoje pelas ruas em torno de pautas, sem uma agenda claramente definida, ocorreu-me que nas manifestações que participei durante as minhas experiências de ativismo comunitário, partidário e estudantil, havia também jovens com anseios e posturas distintas nas passeatas. Todavia, existia um foco sobre um horizonte a seguir mais perceptível e politizado. É bem verdade também, que como nos anos 80 e 90, os movimentos políticos já eram dotados também daquela pureza do pessoal da faixa dos 20, que tinham a inocência de mudar o mundo, e cujo País vibrava no coração. Prossegue isso hoje, e não creio que deixe de ser emocionante. Mas, então, o que muda de fato nessa mobilização marcada pela negação, a horizontalidade e o policentrismo - como bem caracterizou um analista brasiliense? O ponto, ou um dos pontos vitais, creio eu, tem muito a ver com uma percepção, antes inconcebível e agora perturbadora, de dotação de um poder simbólico de expressão, que se confunde entre espetaculização onipresente , perversão bélico-midiática e pretensão de auto-suficiência política. Sim, há um espetáculo em questão, onde estar presente perante o mundo, o círculo de convivência e o País, concede status. E isso não iniciou hoje, mas desde que há essa possibilidade de reconhecimento poder pelos meios. Segmentos da sociedade cultivam isso há séculos. Desde o período dos reinados, desfilar nas ruas com trajes destoantes era cultivado pelas pessoas de famílias nobres. O exibicionismo, hoje, assumiu uma facilidade impressionante e, talvez, a adolescência ilustre isso mais do que qualquer nível etário. Esse controle sobre o tempo-espaço, em que se pode permanecer, ao mesmo tempo, em um espaço físico e um espaço virtual, é uma novidade vista por muitos como uma nova afirmação de existência, e consequentemente, poder de se expressar. Por outro lado, o fosso que se criou a partir do progressivo distanciamento dos jovens da política, isolou gerações em torno da observação distante da vida social. As novas tecnologias reaproximaram os indivíduos, mas a partir de patamares de convivência solitários. Articulados em grupos, nas novas dinâmicas criadas nas redes sociais, esses contingentes passaram a extravasar suas sociais necessidades de expressão da indignação com as estruturas e as ordens vigentes. A surdez dos partidos políticos, o especificismo do terceiro setor e dos movimentos sociais sedimentou esse afastamento, estimulando outras formas de sociabilidade. Agora, perante a massificação dessas tecnologias novas, se inflamam também essas formas de organização, adquirindo um encorpamento físico quando viabilizam encontros coletivo em torno de anseios comuns. Mas seria ingenuidade ignorar que há também aqueles indivíduos identificados com o poder de politização dos meios. Nesse caso, a questão está em se apropriar dessas novas tecnologias e perverter a sua dimensão dominadora em prol de uma orientação emancipadora. Essa parcela, mais ideológica, se vê relativamente perdida também nessa banalização das manifestações. Mas disputa espaço nesse contingente, seja fisicamente, seja simbolicamente. O erro está, e aí entro na última categoria, é entender que é suficiente essa militância virtual para a transformação de um cenário social. Em algum momento essa mobilização toda vai necessitar mais definitivamente de uma organização de uma agenda factível no âmbito das instituições estabelecidas, a fim de que se expresse como mudança no plano legal. Diferente disso, também haverão mudanças, como já estão ocorrendo, porém, mais lentas, e não necessariamente estruturais. Uma pena.
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Agradáveis momentos nesta manhã ao som de Jorginho do Trompete, acreditem, em plena Estação do Trem.
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