terça-feira, 25 de junho de 2013

Um passo vital foi dado, o tamanho dos efeitos é ainda inestimável

Em meio a esse tempo de exigências de direitos que vivemos no País por todos os lados no País, seria interessante que a sociedade brasileira incorporasse também a suas agendas o respeito ao direito a diferença, em sua forma mais essencial - a vida, em toda sua diversidade e plenitude. Me refiro, entre outras questões, a questão do bem-estar animal. A crueldade aos animais ainda é naturalizada em nossa sociedade, infelizmente. Tratar dessa questão, em geral, é sempre superficial, raramente entra nos meandros que o tema envolve, pelo simples fato que somos uma sociedade escravizada pela cultura do consumo da carne como forma de prazer e lucro, simplesmente. Superar isso tem a ver com uma nova consciência, essa não se dá apenas pela exigência ou conquista de direitos, mas pela transformação do olhar sobre os outros seres vivos, uma superação da visão antropocêntrica que tem caracterizado nossa civilização, desde que o ser-humano assim se reconhece, mas em geral se estranha como tal.
Nada como um bate-papo com pessoas abertas ao mundo. Alguns minutos em um almoço, por exemplo, podem abrilhantar nossa semana... e abrir perspectivas, talvez, profundas em nossa vida. Sim, é nos pequenos momentos da vida que as melhores coisas podem acontecer. Mas é preciso estar atento. Uma avaliação da conjuntura atual também, em momentos curtos com gente de visão, nos permite perceber que tudo é muito próximo em termos de história. Impressionante como ela se repete, parece até que estamos revivendo momentos sobre os quais já li, e que pareciam estar absolutamente distantes. Ilusão. Engano.
Me peguei a pensar ontem sobre qual é o perfil real dos manifestantes que se mobilizam pelo País. No momento em que são anunciadas as medidas da presidenta Dilma para acalmar os ânimos pelo País, começa a se pensar se tudo vai acalmar de fato ou prosseguir mais intensamente. Mas com base em uma olhada mais direta no clima e ao ouvir depoimento de lideranças dessa miscelânia de pautas, me convenço cada vez mais que não é tão simples esse processo. Dei uma circulada pelo clima local no dia em que foi realizada uma manifestação na cidade, em que chegou a ser parada a BR 116, e constatei que esse público é mais diverso que se imagina. Mas em que nível isso era realmente diferente em outros tempos? Em momentos diferentes de nossa história - Reformas de Base, Diretas, Ipeachment - sabemos como foi alguns desses eventos com base em discursos narrados nos livros, ou por outros indivíduos. Dos movimentos que eu, particularmente, participei, durante as greves universitárias, lembro que haviam tendências bem distintas. Mas uma coisa me chamava atenção naquele período: elas eram relativamente convergentes em torno de um foco. Por ocasião do segundo governo de FHC esse foco era a defesa da universidade pública. Durante a greve das universidades federais de 1996, era um movimento universitário, é verdade, descolado da população civil. O movimento em questão hoje é predominantemente jovem também. Mas tem o envolvimento de famílias, e de gerações distintas. Lembro que durante aquelas manifestações contra o sucateamento das instituições de ensino superior havia um grupo anarquista que começou a desenvolver um trabalho sócio-comunitário em uma vila ao lado do campi. E a coisa avançou em um nível mais profundo, de modo que prosseguiu mesmo após a greve. Também recordo que havia um acampamento, no campi central, ondem se encontravam e debatiam acadêmicos dos mais diversos cursos, em um comando de greve único, no qual também se integravam professores e servidores. Havia uma pauta, por vezes controversa, mas clara. A novidade do que há agora, além das redes virtuais mais forte de mobilização – inexistente naquele período – é essa dispersão de pautas, que causa uma incerteza sobre seu futuro. Mas a proposta de Dilma e governantes regionais sobre um plebiscito para uma reforma política parece um passo vital, que ataca um dos centros desse movimento. Se é que ele tem algum centro. Por outro lado, as cinco questões atacadas pela presidenta em sua proposta: corrupção, transporte, educação, equilíbrio fiscal e saúde – deixa de lado, a priori, algumas pautas que já haviam antes mesmo das manifestações, que envolvem movimentos sociais novos (indígenas, ribeirinhos, homossexuais...), e que estão embrenhados nas manifestações ora em curso. Como vão proceder daqui para frentes esses segmentos? Fica a dúvida. Vivemos os próximos capítulos. 

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25/06/2013        17:57
Especialistas e autoridades propõe mudança de cultura para o bem-estar animal

Foto e Texto: Prefeitura de Canoas

Foto: Tony Capelão


"É preciso de uma pactuação com a sociedade, de modo a se pensar coletivamente recursos, ações e polítias específicas para o bem-estar animal". A afirmação foi realizada nesta tarde pelo prefeito Jairo Jorge, durante a abertura do 2.º seminário de Bem Estar Animal, para a discussão da política municipal para esse segmento.

O evento foi realizado no auditório Sady Schivitz da Prefeitura de Canoas, e contou com a presença de especialistas, autoridades e ativistas de Canoas, Porto Alegre e Região Metropolitana. Na ocasião, o prefeito também lembrou que esse debate foi impulsionado em 2012, com a criação da primeira edição desse evento. Ele destacou a necessidade de superação da visão antropocêntrica, que ainda é predominante na sociedade.

O prefeito observou ainda a transversalidade das política de bem-estar animal, orientadas pela coordenadoria, e apontou iniciativas de vários níveis, realizadas nessa gestão em atenção à questão. Entre elas, a criação da coordenadoria, a adoção de metas de castração de 3 mil animais por ano, de implantação de chip de identificação dos animais adotados, a conscientização para a posse responsável, a realização das feiras de adoção e a construção do Centro de Bem-Estar Animal. "Muitos que adotam os filhotes são os mesmos que os abandonam. Atacar o mal na raiz é a posse responsável", nota.

Na ocasião, o coordenador municipal de Bem Estar Animal, Cristiano Moraes, sugeriu  a criação de um fórum permanente para o debate e contribuição na construção de políticas de bem-estar animal. Também prestigiou o evento o secretário de Segurança Pública do RS, Airton Michels. Alguns animais, adotados ou em tratamengo, também foram levados ao local do evento e sensibilizaram os presentes (Foto).

Ética e Mudança de Cultura

Em sua fala, o professor Paulo Renato Pulz, da disciplina de Ética e Bem-Estar Animal (Ulbra) abordou a temática "Como enxergamos os animais". Ele traçou um panorama, da Grécia antiga aos nossos dias, destacando os fundamentos e as teorias construídas para a exploração e a difusão de práticas cruéis contra os animais. "Vivemos sob esse paradigma - Os animais existem para nos servir; ao serem convertidos em moeda de troca, eles passam a ganhar valor conforme a sua utilidade", observa.

O especialista também explicou doenças e dilemas a partir das práticas de confinamento, pressão genética e ambientes artificiais utilizado pelo mercado na comercialização de animais, sugerindo uma mudança de cultura, a partir dos próprios consumidores. Na continuidade, a advogada Luana Michels - mestre em Ciências Criminais e Especialista em Direitos da Fauna e Consultora, que abordou o tema Direitos Relativos aos Animais abordou o tema Direitos Relativos aos Animais e aos Protetores, e o Cinotécnico Alex Szekir, Cinotécnico responsável pela preparação psicológica do Centro de Bem Estar Animal, com a palestra Comportamento Canino e as Liberdades do Bem Estar Animal.

Também integraram a abertura do evento o vereador secretário municipal de Relações Institucionais, Mário Cardoso; os vereadores Ivo Fiorotti, Celso Jancke e José Patrício, da Frente Parlamentar de Bem-Estar Animal; o vereador de Esteio, Valmir Rodrigues. Participaram também do seminário subprefeitos, coordenadores, secretários e diretores de áreas afins à questão.


Crédito da notícia: Ronaldo M. Botelho

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