quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

As luzez que importam

Uma das necessárias perguntas a fazermos a sí mesmo para uma melhor convicção sobre o acerto ou equívoco nos caminhos que tomamos na vida, tem muito a ver, creio eu, com uma mistura de felicidade e racionalidade. No caso, do primeiro elemento, sentir-se bem com o ambiente, as ações e a qualidade com o que estamos desenvolvendo; no segundo caso, perceber uma dimensão criativa com o que realizamos e uma sensação de influência qualitativa desses atos na vida de outrem. Acompanhando por esses dias a série de homenagens realizadas à atriz Fernanda Montenegro pela Rede Globo, emissora onde ela desenvolveu a maior parte de sua trajetória televisiva - descontando teatro, cinema e outras artes - pude perceber essa sensação nos olhos e na postura de modéstia dessa atriz. Uma sabedoria traduzida em tranquilidade, típica de quem atingiu um nível de relação com sua obra que se emancipou há muito da necessidade de exibicionismo, vaidade ou concorrência e outras tendências mesquinhas do gênero humano. Aprendemos com pessoas desse tipo que o que mais vale na arte e na vida é mesmo o quanto o que fizemos nos realiza interiorimente, e assim, distribui luzes.

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