quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O Tempo e o Vento - uma impressão, a priori



Gostei da linguagem poética de O Tempo e o Vento. Esse seriado promete. Mesmo antipatizando com a caricatura gaudéria que se fez do gaúcho sul-riograndense, temos razões históricas para compreender traços rústicos que marcaram a nossa formação. Em "Um romancista apresenta sua terra, uma de suas mais célebres e belas crônicas, E. Veríssimo explica essas influências a uma escritora nordestina que, ...segundo ele, se negava a pisar nesse Estado pelo nosso 'acastelhamento'. Em contraponto realiza um convite a uma viagem imaginária pelas diversas regiões do RS. Diz ele no preâmbulo desse diálogo: "Somos uma fronteira. (...) Pagamos um pesado tributo de sofrimento e sangue para continuar deste lado da fronteira meridional do Brasil. Como pode você acusarnos de espanholismo? Fomos desde os tempos coloniais até o fim do século um território cronicamente conflagrado. Em 77 anos, tivemos 12 conflitos armados, contadas as revoluções. Vivíamos permanentemente em pé de guerra. Nossas mulheres raramente despiam o luto. Pense nas duras atividades da vida campeira - laçar, domar e marcar potros, conduzir tropas, sair para a faina diária quebrando as madrugadas de inverno - e você compreenderá porque a virilidade passou a ser a qualidade mais exigida e apreciada do gaúcho".

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