HISTÓRIA: teoria e historiografia- lista inédita com 170 obras de História para download. [Revista Biografia]. Via Sociedadedospoetasamigos.
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106 obras geográficas disponíveis para download. Aqui. Via Geoluislopes.
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“Nós temos no Brasil hoje um numero elevadíssimo de escrituras onde não há fazendas”, comenta o geógrafo.
O geógrafo, pesquisador e professor da USP Ariovaldo Umbelino fala sobre a situação de propriedades que utilizam terras retiradas do patrimônio público ilegalmente, os famosos casos de grilagem (...) Umbelino alerta que o problema não é uma situação isolada ao norte do Brasil. Atualmente ele enfrenta a mesma realidade em outros estados do país. “Isso tem em todos os municípios do Brasil. Estou fazendo esse trabalho lá em Minas Gerais, em Riacho dos Machados, é a mesma coisa. Metade dos documentos é ilegal”, afirma.
Texto completo em Carta Capital.
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O VENENO DA "NEUTRALIDADE" E A GUERRA DAS PALAVRAS NA IMPRENSA BRASILEIRA. "Mudar o sistema político. Hum. Não fica claro se o cidadão quer uma ditadura. A Ucrânia não é uma democracia? O governo não foi eleito pela maioria? Hum… “Sem afiliação a partidos” – essa parece ser a chave para legitimar tudo nos dias que correm. A CIA, os EUA, a CNN, a Folha não tem filiação a partidos. Não. Nem o nobre manifestante de Kiev."
Texto e Imagem reproduzidos do Conversa Fiada.
UCRÂNIA E VENEZUELA: LUTAR COM PALAVRAS
“Lutar com palavras é a luta mais vã. No entanto lutamos mal rompe a manhã.” (Drummond)
por Rodrigo Vianna
Não se trata de poesia. Mas de política. A edição da “Folha” desta sexta-feira é mais uma demonstração de que a batalha nas ruas de Kiev ou Caracas não é feita só de coquetéis molotov, bombas e fuzis. A batalha se dá na mídia, na TV, na internet, nas páginas envelhecidas dos jornais. São Paulo, Caracas, Kiev, Moscou e Washington. A batalha é uma só.
Reparemos bem. Acima, temos a primeira página do jornal conservador paulistano – o mesmo que apoiou o golpe de 64 e emprestou seus carros para transporte de presos durante a ditadura militar. Na capa da “Folha”, ucranianos escalam uma montanha de entulho no centro de Kiev, e a legenda avisa: “Manifestantes antigoverno usam pneus e entulho para montar barricadas…” Logo abaixo, uma chamada sobre reintegração de posse em São Paulo: “Em SP, invasores destroem imóveis do Minha Casa”. Numa página interna, o jornal informa que esse “invasores resistiram e, até a noite, praticavam atos de vandalismo”. (página C-1)
Ucranianos não praticam “vandalismo”. São tratados de forma heróica. Ainda que se saiba que parte dos manifestantes em Kiev tem um discurso racista, próximo do nazismo. Brasileiros são “vândalos”. Ucranianos são “manifestantes”.
Mas sigamos adiante. Nas páginas internas, a “Folha” traz vários textos do enviado especial a Kiev. Num deles, o repórter mostra uma pequena fábrica para produção de coquetéis Molotov, dentro do Metrô de Kiev. O cidadão que produz as bombas é descrito assim: “Sem afiliação a partidos ou uma proposta ideológica clara, o cidadão diz ter sido atraído pela praça e pelas manifestações a partir da ideia de que é necessário mudar o sistema político na Ucrânia.”
Mudar o sistema político. Hum. Não fica claro se o cidadão quer uma ditadura. A Ucrânia não é uma democracia? O governo não foi eleito pela maioria? Hum… “Sem afiliação a partidos” – essa parece ser a chave para legitimar tudo nos dias que correm. A CIA, os EUA, a CNN, a Folha não tem filiação a partidos. Não. Nem o nobre manifestante de Kiev.
Ao lado da reportagem sobre os molotov, um texto opinativo assinado por Igor Gielow (sobrenome “eslavo”, muito bom! Isso dá credibilidade ao comentário). Basicamente, Gielow diz que a crise na Ucrânia é “reflexo da estratégia de Putin para a região”. Ele não está errado. Pena que esqueça de contar uma parte da história. “O importante não é o que eu publico, mas o que deixo de publicar”, dizia Roberto Marinho.
Gielow e a “Folha” ensinam: Putin é um líder malvado, que pretende manter na Ucrânia “a esfera de poder dos tempos imperiais e soviéticos”. Aprendam: só a Rússia tem interesses imperiais na Ucrânia. Do outro lado, há cidadãos sem afiliação partidária, lutando contra um insano governo pró-Moscou. Os EUA e a Europa não têm interesses na Ucrânia. Só Putin. A culpa é dos russos.
Na “Folha” luta-se com as palavras muito antes da manhã começar. Luta-se com as palavras em Kiev, em São Paulo, Moscou. Washington fica invisível. E toda a estratégia passa por aí. O poder imperial só existe por parte da Rússia. Washington não tem qualquer projeto imperial: nem na Ucrânia, nem na Síria, nem tampouco na América Latina…
Falando nisso, a cobertura sobre a Venezuela é também grandiosa no diário da família Frias. Declarações de Maduro aparecem entre aspas. Velho truque jornalistico para desqualificar, colocar no gueto da suspeição, qualquer fala dos chavistas. Segundo a Folha, o governo de Maduro afirma que o movimento (golpista? Isso a Folha não diz) é uma armação de “forças de ultradireita da Venezuela e de Miami”. No texto original a expressão está assim, entre aspas. Por que? Para dar a impressão de que Maduro é um lunático, e que não há forças de ultradireita lutando nas ruas. Não. Há só “estudantes” e “manifestantes” (e agora sou eu que coloco entre aspas).
A legenda da foto acima (também publicada pelo jornal conservador paulistano) diz: “Estudantes queimam lixo em atos contra Nicolás Maduro”. Primeiro, como se sabe que o sujeito é um “estudante”? Depois, reparem que queimar lixo na Venezuela é “ato contra Maduro“. Queimar prédios em desapropriação, em São Paulo, vira “vandalismo”.
Em Caracas não há “vândalos”.
Ao lado da foto, um texto assinado por repórter (que está em São Paulo!!!!!) narra roubo de equipamento da CNN em Caracas: “o ataque à CNN se assemelha a inúmeros relatos de motociclistas intimidando manifestantes, com tolerância e até respaldo das forças de segurança do governo”. O roubo ocorreu em manifestação da oposição. Mas o roubo certamente é coisa dos chavistas. Claro. Nem é preciso ir até Caracas pra saber (registro a bem da verdade factual que o repórter – a quem conheço, ótima pessoa – foi correspondente em Caracas).
No mesmo texto (assinado, de São Paulo) os grupos que defendem o governo são chamados de “milícias”. Ok. Já estive em Caracas cinco ou seis vezes. E há grupos chavistas que se assemelham mesmo a milícias. Mas do lado da oposição há o que? Não há milícias? A turma de Leopoldo, que deu golpe em 2002, é formada por cidadãos inocentes. E só.
Quem lê a “Folha” aprende que, em Caracas, há de um lado “milícias chavistas”. De outro, só “estudantes” e “manifestantes”.
Não há neutralidade no uso das palavras. Nunca houve. Nunca haverá. E quanto mais agudas as crises, mais isso fica claro. Há escolhas. A “Folha” faz as suas. A CNN, a Telesur, a VTV – ou esse blogueiro. A diferença é que uns assumem que têm lado. Outros fingem que estão “a serviço do Brasil”.
Lutemos, com as palavras. Não há saída. O outro lado luta todos os dias, todas horas.
“Palavra, palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate” (Drummond).
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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Outra iniciativa interessante rumo ao bem-estar animal.
"O HAMAS, que é um grupo palestino muçulmano sunita, tem como intenção, através de ataques, serem ouvidos sobre a situação caótica de seu povo árabe, pois através do diálogo não houve uma resposta satisfatória."
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Movimentos que mudam na Arte e na Vida
13 de fevereiro de 2014 por Fê Neute
Reproduzido de Feliz com a Vida.
VIAJAR O MUNDOVIAJAR O MUNDOEu
raramente falo sobre as minhas viagens por aqui, mas acaba sendo
inevitável que as pessoas sintam curiosidade sobre isso uma vez que
eu decidi pedir demissão do meu emprego em São Paulo para fazer
essa pesquisa sobre a felicidade viajando pelo mundo.
Depois de 6 meses na estrada, muita
gente ainda não entendia se isso era um ano sabático, se era uma
viagem de volta ao mundo ou o que eu vou fazer quando eu voltar ao
Brasil. Foi por causa dessas dúvidas que eu decidi escrever um pouco
sobre a minha vida e o que é ser um nômade digital.
Para muitos, inclusive para mim, essa é
a vida que todo mundo sonha. Poder viajar sem data definida para
voltar, conhecer lugares, viver experiências e trabalhar durante o
percurso. Mas, será que viajar pelo mundo e fazer o que ama é
realmente o caminho para ter uma vida mais feliz e plena? Uma vida
cheia de significado e propósito? A minha resposta é não.
- Como não? Não é você a pessoa que
está fazendo exatamente isso?
Sim, por isso mesmo. E para vocês não
me acharem louca, eu explico:
1. A felicidade está dentro de você
Espero que você não pare de ler
depois desse clichê de doer os olhos, mas não poderia ser mais
verdadeiro. Quanto mais você busca a felicidade, quanto mais você
tenta ser feliz, menos você é já que nossas expectativas acabam
sendo sempre mais altas do que a nossa capacidade de reconhecer a
felicidade.
Acho que desde o sucesso de Comer,
Rezar, Amar muita gente passou a achar que viajar o mundo pode ser a
solução para os problemas. Isso também acontece porque carregamos
memórias de momentos incríveis das nossas férias, lembramos da dor
ao fazer as malas para voltar e da depressão do primeiro dia de
trabalho.
Mesmo que você decida viajar por um
ano inteiro, vivendo uma aventura diferente todos os dias, a
realidade um dia vai bater à sua porta. E quando você voltar do seu
ano sabático, será que vai estar preparado para encarar o que te
espera?
OK, você percebeu que seu trabalho te
permite ser um nômade digital e você vai poder viajar para sempre!
Eu te garanto, depois de alguns meses isso não vai te fazer muito
mais feliz do que você era antes, sabe por que? Porque viajar vai
virar sua nova rotina e como toda rotina, vai ter seus momentos de
chatice, tédio e encheção de saco.
Você não será mais feliz em nenhum
outro lugar se já não for na sua vida normal. Se as coisas simples
que acontecem no seu dia-a-dia não estão te fazendo feliz,
acredite, isso não vai mudar por você estar viajando por um longo
período.
2. Viajar não vai solucionar seus
problemas
Parece meio óbvio depois do primeiro
item, né? Mas eu quero te cutucar um pouco mais. Independentemente
de onde você esteja, você já parou para pensar no que faz a sua
vida não ser pequena? Você já parou para pensar sobre qual é o
tipo de trabalho que te faria feliz? Ou quem sabe, você já parou
para pensar qual é o estilo de vida que você quer viver?
Nenhuma dessas respostas vão aparecer
magicamente enquanto você estiver meditando em Bali ou andando pelos
templos no Camboja.
Se você nunca parou para pensar nessas
coisas, é bom que pense e muito antes de decidir que você precisa
fazer uma viagem para se encontrar. Ao contrário do que você pensa,
viajar pelo mundo pode fazer você ficar muito mais perdido.
3. Sonho VS Realidade
Para que a gente tenha uma vida feliz é
preciso que haja equilíbrio. Tudo que acontece em excesso gera um
desequilíbrio inevitável que vai acabar trazendo algum tipo de
angústia ou até infelicidade. Isso vale para tudo. Beber demais,
comer de menos, trabalhar demais, se divertir de menos e até, viajar
demais.
O que você tem feito para trazer mais
animação e alegria para a sua vida cotidiana? É bem mais fácil
ter uma vida incrível viajando, mas vamos combinar que ninguém é
como um pássaro que migra durante o inverno deixando tudo para trás
todos os anos. Mesmo quando tomamos essa decisão, sabemos que isso
não vai durar para sempre e se você não estiver preparado, vai
ficar muito mais difícil ser feliz com uma vida normal depois de uma
experiência como esta.
Essa foi uma das principais razões
pela qual eu sugeri o desafio #100diasfelizescomavida. Primeiro,
porque quem participa passa a prestar mais atenção nas pequenas
coisas que fazem a vida mais feliz, mas também, para mostrar que
mesmo viajando vocês vão poder ver o quanto a minha vida é normal.
4. A armadilha do “faça o que você
ama”
Esse eu “roubei” do texto incrível
que eu li esses dias e você também deveria ler no link acima!
É uma entrevista que a Dani Arrais e a
Luiza Voll da Contente fizeram com a socióloga e doutora em ciências
sociais pela UNICAMP, Barbara Castro:
“Não é todo mundo que pode,
efetivamente, largar tudo e botar um mochilão nas costas (e aqui não
faço nenhum julgamento moral sobre isso, é só uma questão de
oportunidades e de classe), isso gera uma ansiedade absurda em quem
já se sente oprimido pelo trabalho. O problema é que o que circula
são sempre os casos bem sucedidos. De quem pediu demissão e
inventou um negócio bem sucedido. De quem nunca trabalhou em uma
firma e vive de frila, rodando o mundo enquanto escreve uma ou outra
matéria. Mas o que eu sempre me pergunto é: quem pode, efetivamente
fazer isso? Eu acho restrito, ingênuo e glamourizado. Porque amar o
que você faz sempre vem acompanhado de ter dinheiro, morar em uma
cidade incrível e cara e ser bem-sucedido. É um discurso de
felicidade que, além de irreal pra maioria das pessoas, quem não
vive de trabalhos criativos que podem ser feitos fora de uma empresa,
traz um modelo de felicidade hermético. E acho que o que a gente
precisa discutir de verdade é o que existe no trabalho tal como ele
é organizado hoje, que nos faz abrir esse flanco entre produção e
felicidade.”
Além de não ser fácil encontrar a
tal “paixão”, ninguém é feliz o tempo todo, mesmo quando ama o
que faz. Sempre vão existir angústias, medos ou sapos para engolir.
Acho que um bom exemplo é o caso, que
foi bastante comentado nas últimas semanas, da blogueira fitness
Gabriela Pugliesi. Em um ano, ela que era uma pessoa totalmente
comum, virou web-celebridade, esculpiu o corpo, passou a ganhar rios
de dinheiro e agora está tendo de lidar com a crítica e até
processo do Conar por propaganda velada. Não tenho dúvidas de que
ela faz o que ama, nem por isso deixou de passar por esse
inconveniente.
5. Propósito
Outro mito gerado pela teoria de viajar
o mundo para ser mais feliz é que, vivendo novas experiências,
conhecendo pessoas e lugares novos vai te ajudar a encontrar o seu
verdadeiro propósito, o significado da sua vida. Parece que o fato
de você estar trabalhando no seu escritório todos os dias das 9h as
18h é o que te impede de encontrar a sua vocação ou aquilo que vai
te fazer verdadeiramente feliz.
Desculpe te desapontar, mas você
também não vai esbarrar no propósito da sua vida andando pelas
ruas de Barcelona ou de Paris. Propósito, além de nem sempre estar
relacionado ao trabalho, é algo que você encontra fazendo coisas,
testando algo novo, se superando em algo que parecia difícil no
começo, correndo riscos, se relacionando com pessoas, ou seja,
aquilo que faz com que você tenha razões para sair da cama todos os
dias.
O que faz as pessoas acharem que vão
encontrar seus propósitos viajando é a sensação de que você vai
estar usando o seu tempo de forma mais inteligente e não perdendo
tempo no transito ou no trabalho que você odeia. Se você não tem
um propósito na sua vida hoje, viajar talvez só te proporcione uma
mudança de cenário.
Embora possa parecer, eu não quero te
convencer de que pedir demissão de um trabalho que não te faz feliz
e viajar o mundo seja uma péssima ideia. Eu fiz isso e não me
arrependo nem por um minuto. Mas fiz não porque eu odiava meu
trabalho ou porque eu queria “me encontrar”. Eu já era muito
feliz com a minha vida. Eu fiz para alimentar a minha avidez pelo
novo, pelo desconhecido, para me desafiar a sair ainda mais da zona
de conforto, mas sempre com o pé na realidade porque ela vai te
seguir onde quer que você vá.
A minha intenção aqui é escrever
exatamente o que você não quer ler quando acompanha um blog como o
meu. É dizer que nem sempre você precisa tomar uma atitude como a
minha para mudar o que não está fazendo você feliz ou para começar
algo que você queira muito.
Quer mudar algo? Comece pequeno. Quer
ter um blog? Escreva nos fins de semana. Quer aprender fotografia?
Compre uma câmera e saia fazendo testes por aí. Não gosta do seu
emprego, peça demissão, não para viajar, mas para abrir espaço
para algo melhor entrar.
Mudar de país ou fazer um mochilão
pelo mundo não é o que vai fazer com que você comece a criar
coisas novas para a sua vida. É a sua vontade de mudar aquilo que
não te faz feliz que vai!
“Em vez de ficar sonhando com o seu
próximo destino de férias, talvez você devesse criar uma vida a
qual você não precise fugir.”
– Seth Godin
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BOA NOTÍCIA. "A mais nova exposição do fotógrafo, Genesis, poderá ser visitada na área externa do Salão de Atos da UFRGS, a partir da mesma data."
Sebastião Salgado estará na UFRGS no
dia 14 de março para a Aula Magna de 2014, às 10h, no Salão de
Atos. A atividade é aberta ao público, com entrada franca, sem
necessidade de inscrição prévia.
A mais nova exposição do fotógrafo,
Genesis, poderá ser visitada na área externa do Salão de Atos da
UFRGS, a partir da mesma data.
As atividades integram a programação
especial da Universidade para comemorar seus 80 anos.
Foto: Suzanne Plunkett / Reuters
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Devaneios
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Tragédias e interpretações
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O cidadão Santiago Ilídio Andrade, colega cinegrafista da
Band, foi assassinado. Segmentos mais doentios da sociedade, e da baixa
política, buscam um mártir desde junho passado. Santiago, atingido por aquele
rojão ao cobrir uma manifestação no Rio de Janeiro na última quinta-feira. Um
dia antes tratamos aqui da violência que se espalha. Violência que têm causas
seculares. E que tantos fazem de conta ser produto apenas do aqui e do agora.
Como fazem de conta ser produto apenas da ação do Outro, dos Outros. É produto
também do aqui e do agora. Mas não apenas. Não cansaremos de repetir: nas
últimas 3 décadas, a média de 50 mil brasileiros têm sido assassinados a cada
ano. No estado de São Paulo, em dezembro, 436 mortes por violência. A violência
está ai, num país que tem toque de recolher quando escurece e já nem se dá
conta disso. A violência está, esteve num dos pilares da formação da sociedade
brasileira. Ou a escravidão por 380 anos, quatro quintos da nossa história
oficial, não é violência? O menino pobre e preto preso a um poste por
"justiceiros", no Rio de Janeiro, não é só violência. É uma assombrosa
revisita ao passado dos Pelourinhos. A violência não está só nas ruas. Quem
viaja pelo país sabe qual é o prato servido, em cada cidade, antes do almoço ou
do jantar: violência. Aqueles programas policiais com cenas cruas da barbárie
nas ruas são mera informação? Ou terminam sendo uma formula, comercial, de
retroalimentação da violência? E isso em espaços, Tv e rádio, que são
concessões do Estado. Há quem se valha da violência que está aí para pregar
ainda mais violência; filme já visto aqui e mundo afora e que sabemos como
termina: com o fascismo no poder. Há quem, mesmo sem perceber, esteja
alimentado essa caminhada. A violência, antes e depois de tudo, pode estar
também na palavra, e nas linguagens todas. O banditismo é violência. Como é
violência a ação de "justiceiros", "milícias", e a ação de
polícias ainda treinadas com o receituário das ditaduras. Discursos de ódio
induzem à violência, e tanto faz se nos parlamentos ou em púlpitos. Não importa
se na mídia das redes sociais ou nas mídias tradicionais. Ódio é ódio. O
verniz, seja ele real ou simulado, não esconde ódios e recalques, o
ressentimento e o oportunismo que embalam a lógica da violência. Tanto faz se
em nome da pátria, religião, futebol ou de ideologias. Assim como miséria pode
alimentar a violência, os ódios fomentam essa lógica da violência. Santiago
morreu nas ruas. A lógica daquela violência mais refinada, a da linguagem,
quase sempre travestida, já opera em espaços midiáticos. Supõe ter encontrado
seu mártir.
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O BOM EXEMPLO DOS CIDADÃOS DE "BEM" COMEÇA A SE
REPRODUZIR; AGORA SÓ FALTA O SBT CONTRATAR UM REPRESENTANTE DO TALIBÃ PARA
SUBSTITUIR A OUTRA, TUDO PELA COMPETÊNCIA "TOPA TUDO POR AUDIÊNCIA",
A MAIS PERVERSA POSSÍVEL. “Durante as duas horas em que ficou amarrado, algumas
pessoas tentaram libertá-lo, ato que foi violentamente rechassado pelos dois
homens que o prenderam. No mais, a multidão, estonteada, admirava estupidamente
o espetáculo do homem que gritava, rugia e pedia por socorro. Diversas
autoridades estiveram no local, a exemplo de soldados do Ronda”
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A imprensa brasileira não deixa de me surpreender. P.Q.P!! É impressionante até que ponto chega a a edição "independente" para abrigar os fatos dentro de uma direção interpretativa "livre". Aula de comunicologia. Via José Antonio Meira da Rocha.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Polícias, a condenação seletiva na TV e a estupidez disfarçada de humor
A Lua está lindamente e sozinha esta noite. Mas com o mundo todo aos seus pés.
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POLÍCIA PARA MUITO ALÉM DA POLÍCIA. "Faltam informação e consciência à sociedade. Faltam ousadia e coragem às lideranças. Coragem para enfrentar o conceito de segurança nascido nas ditaduras do século 20. Conceito de segurança que tem como princípio e meta não o cidadão, mas a proteção ao patrimônio e a defesa do Estado. Conceito de segurança que vê a sociedade e os cidadãos como potenciais inimigos."
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BELA ANÁLISE DE BIA; CERTAMENTE FOI UM DESFECHO INSCONSCIENTE NO PROCESSO CRIATIVO DE W. CARRASCO. MAS QUEM DISSE QUE O INCONSCIENTE ESTÁ DIVORCIADO DA AUTOCENSURA, OU QUE ESSA ROMPE OU DEIXA DE CORRESPONDER COM O SENSO COMUM E AS EXPECTATI...VAS MERCADOLÓGICAS QUE O CERCAM? "Afinal, se todas as mulheres devem ser punidas por desejarem poder, dinheiro, serem egoístas ou terem um comportamento sexual considerado inadequado, enquanto os homens são perdoados por essas mesmas questões, ainda não saímos das fogueiras das bruxas.".
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A DIFERENÇA ENTRE RISÍVEL E O ESTÚPIDO PODE SER A RESPONSABILIDADE, A INTELIGÊNCIA, OU A FALHA DE AMBAS. "A doadora de leite humano que salva vidas foi transformada em uma criminosa, pelo simples fato de doar leite e sensibilizar outras lactantes a doarem o seu excesso de leite materno."
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POLÍCIA PARA MUITO ALÉM DA POLÍCIA. "Faltam informação e consciência à sociedade. Faltam ousadia e coragem às lideranças. Coragem para enfrentar o conceito de segurança nascido nas ditaduras do século 20. Conceito de segurança que tem como princípio e meta não o cidadão, mas a proteção ao patrimônio e a defesa do Estado. Conceito de segurança que vê a sociedade e os cidadãos como potenciais inimigos."
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BELA ANÁLISE DE BIA; CERTAMENTE FOI UM DESFECHO INSCONSCIENTE NO PROCESSO CRIATIVO DE W. CARRASCO. MAS QUEM DISSE QUE O INCONSCIENTE ESTÁ DIVORCIADO DA AUTOCENSURA, OU QUE ESSA ROMPE OU DEIXA DE CORRESPONDER COM O SENSO COMUM E AS EXPECTATI...VAS MERCADOLÓGICAS QUE O CERCAM? "Afinal, se todas as mulheres devem ser punidas por desejarem poder, dinheiro, serem egoístas ou terem um comportamento sexual considerado inadequado, enquanto os homens são perdoados por essas mesmas questões, ainda não saímos das fogueiras das bruxas.".
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A DIFERENÇA ENTRE RISÍVEL E O ESTÚPIDO PODE SER A RESPONSABILIDADE, A INTELIGÊNCIA, OU A FALHA DE AMBAS. "A doadora de leite humano que salva vidas foi transformada em uma criminosa, pelo simples fato de doar leite e sensibilizar outras lactantes a doarem o seu excesso de leite materno."
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Poesia e dois comentários
A TV, com todo o seu poder, é incapaz de esconder a realidade. É por isso que a expressa sempre, ainda que de forma maquiada, conservadora e caricaturizada - mesmo quando o tema mexe com os padrões sociais vigentes. O desfecho de Amor a Vid...a foi emblemático, no que se refere ao tema da homossexualidade. Ainda que com um papel magistral dos dois atores - referencial admirável - em se tratando de felicidade, esse final pouco demonstra de inovador. Acomoda o "anormal" dentro da normalidade, ajustado a caixinhas de comportamento invioláveis, e devolve ao público embrulhado e rotulado de realização. A permitida. No engate, fica tudo Em Família. A aceitável. Há quem diga que certas coisas mudam para continuar como estão. De qualquer forma, achei a cena do SBT mais bem produzida. E bem menos polemizada. Sintomático.
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Declamei ontem, pela primeira vez, no Boteco Pau Brasil, Dentro da Noite Veloz (F. Gullar). Foi durante a o Sarau de Laçamento da 3.ª edição da Revista Entreverbo. Outras devem ocorrer. Energia pura! Parabéns aos mentores dessa iniciativa!!! Evento teve cobertura fotográfica de Danielle Silva. Confira aqui: http://www.flickr.com/photos/94633152@N06/sets/72157640372760894/
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POIS É. "A greve dos rodoviários é justa, mas se volta contra eles e a favor dos patrões, que jogam seus funcionários contra a população. Na lógica simplista, os rodoviários devem voltar ao trabalho para não prejudicar os usuários. O pobrezinho do patrão que oferece lata velha sem ar-condicionado, comemora. A pressão sobre eles é mínima. Coitadinhos." (Juremir Machado)
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Declamei ontem, pela primeira vez, no Boteco Pau Brasil, Dentro da Noite Veloz (F. Gullar). Foi durante a o Sarau de Laçamento da 3.ª edição da Revista Entreverbo. Outras devem ocorrer. Energia pura! Parabéns aos mentores dessa iniciativa!!! Evento teve cobertura fotográfica de Danielle Silva. Confira aqui: http://www.flickr.com/photos/94633152@N06/sets/72157640372760894/
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POIS É. "A greve dos rodoviários é justa, mas se volta contra eles e a favor dos patrões, que jogam seus funcionários contra a população. Na lógica simplista, os rodoviários devem voltar ao trabalho para não prejudicar os usuários. O pobrezinho do patrão que oferece lata velha sem ar-condicionado, comemora. A pressão sobre eles é mínima. Coitadinhos." (Juremir Machado)
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