"PORTA ARROMBADA. A Justiça decidiu expedir
mandado de busca coletivo em todas as casas (são 40 mil) da Favela da Maré,
tornada bairro desde 1994. O professor Jorge da Silva (Uerj), coronel
aposentado da PM, decepcionado, lançou uma afirmação: "Sintomático o
silêncio ensurdecedor dos 'Democratas'... De três, uma: ou a lei mudou sem que
eu tenha tomado conhecimento, ou o juiz a desconhece, ou, conhecendo-a, não lhe
faz caso". Ele faz as contas e mostra que a população das comunidades da
Maré é de 130 mil pessoas. Isso significa que, dos 5.570 municípios
brasileiros, 5.350 possuem população inferior. A decisão do mandado coletivo
significa invasão em massa de domicílios. Mesmo porque há um Guia de Ruas da
Maré com CEP e numeração de quase todas as casas". (M. Dias, C. Capital
ed.795, 16.4.2014).
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O discurso da dupla Marina-Eduardo Campos está tão convincente quanto o de um vendedor de tomates na segunda-feira, na Hora da Xêpa.
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O discurso da dupla Marina-Eduardo Campos está tão convincente quanto o de um vendedor de tomates na segunda-feira, na Hora da Xêpa.
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O assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos -
desaparecido no dia 4 desse mês em Três Passos (RS), e cujo corpo foi
encontrado dez dias depois em um matagal - já revela uma história de vida
marcada, precocemente, por maus-tratos, depressão e desespero. A investigação
desse caso, para que se faça real justiça, tem que considerar toda a
responsabilidade direta pelo ato cruel do homicídio, mas também, a eventual
omissão da justiça, caso se configure isso como contribuição indireta para o
desfecho trágico sofrido pela criança. Infelizmente, fatos como esse reforçam a
necessidade de o Estado e a sociedade civil estarem, sim, atentos e vigilantes
às suspeitas de abusos contra a vida dos vulneráveis, inclusive dos que
apresentem sob riscos, ainda que cercados pelo que tradicionalmente se chama de
Família.
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“Em Hiroshima havia 260 médicos, e duzentos morreram
instantaneamente por causa da explosão. A maioria dos que sobreviveram ficou
ferida. Os pouquíssimos sobrevientes – entre eles, o Padre Arrupe, formado em
medicina – não dispunha de qualquer elemento para socorrer as vítimas. As
farmácias e os depósitos de medicamento haviam desaparecidos sob os escombros.
E mesmo no caso de que tivessem tido recursos, desconhecia-se completamente o
tipo de tratamento a se aplicar às vítimas daquela monstruosa explosão. Os
primeiros feridos socorridos pelo Padre Arrupe, entretanto, foram favorecidos
por um acontecimento ainda não explicado: em meio à confusão, um aldeão pôs à
disposição do padre um saco com vinte quilos de ácído bórico. Foi esse o
primeiro tratamento que administrou a eles: cobrir as feridas com ácido bórico.
(Trecho da reportagem “Fala uma testemunha da primeira explosão atômica”, p.
480 do livro Entreamigos, 1982, que reúne crônicas, críticas e reportagens
jornalísticas do escritor Gabriel Garcia Marquez. Esta, de maio de 1955,
realizada por ele a partir de entrevista com o Jesuíta Pedro Arrupe, testemunha
ocular da devastação de Hiroshima).
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