sábado, 11 de outubro de 2014

Sobre a estupidez e sua inutilidade


DECLARAÇÃO DE AVANÇADA LUCIDEZ DO Telmo Guerreiro em seu perfil no Facebook. Ando bem inclinado a seguir essa orientação. 

Acabei de excluir da minha lista de amigos uma pessoa que em outros tempos cabia lá (ou pelo menos eu acreditava que sim). Hoje não mais. Estou me sentindo muito bem por ter feito isso. Quem é condescendente com a injustiça, é injusto também. Não acho que o meu partido e os meus candidatos estejam acima de qualquer crítica. Longe disso.

Apenas vejo o que pessoas como este meu "amigo" se negam a enxergar: que este país evoluiu muito nessa última década, que pobres estão tendo acesso a coisas que antes não tinham e que as elites estão entrando em desespero. Isso pra mim é sinal mais do que suficiente pra acreditar que sim, esse governo está fazendo diferente, está fazendo melhor, está fazendo pra quem nunca antes teve vez.

Amizades - se as pessoas evoluírem - a gente recomeça um dia. Prejuízos sociais por conta de governos irresponsáveis são um assunto mais tenso. Não gosto da expressão "geração perdida". Lembro do meu pai e minha mãe, oriundos do campo, que estudaram só até a 4ª série. Depois, dê-lhe trabalhar pra prover o básico do básico. Nunca além disso. Me sinto parte de uma geração perdida também. Cresci em bairro pobre. Muitos dos meus amigos da infância caíram nas drogas, viraram bandidos, foram presos ou se resignaram a uma vida de trabalhador sem perspectivas (bem ao gosto das classes exploradoras que candidatos como Aécio representam). Faculdade, por exemplo, é coisa que nunca coube nos planos daqueles meus amigos da vila. 

Qual o interesse de dar informação e capacidade crítica a um mundaréu de gente que fica tão bem como massa de manobra, não? Buenas, isso está mudando. É essa mudança que quero pro futuro da minha filha. Acho justo querer isso. Não vivemos num sistema de castas pré-estabelecidas como o do Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Meus "amigos" direitosos com problemas de visão não têm o direito de perpetuar esse tipo de horror.

Então assim: foi aberto o precedente. Excluirei sem pestanejar qualquer amigo com mensagem "reaça" que surgir na minha time line. Faço isso por minha paz de espírito, mas também pelos negros, pelos sem-terra, pelos gays, pelos índios, pelos pobres, pelas mulheres que morrem nos abortos desesperados, pelas mulheres vítimas de violência doméstica, pelas crianças exploradas nas mais diversas situações, pelos mortos do narcotráfico e da polícia e por todos, enfim, que um bandido de gravata não hesitaria em colocar na sua lista de "tudo o que não presta".

Os que quiserem me excluir - por conta do "radicalismo" - devem mesmo fazê-lo. Não sou tolerante. Tolerância é uma palavra usada pra justificar muito cabresto e manutenção de injustiças por aí. As palavras que eu gosto são "justiça" e "ética".

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