terça-feira, 9 de junho de 2015

A vida e a TV

Ligo a TV para assistir o Café Com Jornal, na Band, programa que nasceu inovador (e prossegue sendo), mas noto, outra vez, que a velocidade e a qualidade, no telejornalismo, são coisas que podem facilmente brigar entre si, em prejuízo ao telespectador. Uma desapropriação de uma comunidade de 3 mil famílias e 400 barracos, instalada no Rodoanel, em Osasco, é tratada a toque de caixa. Um abusador de menores, ex-presidiário, violenta e mata uma menor, após esta ser devolvida a ele por familiares, pelo próprio Conselho Tutelar. Uma manchete a mais. Trânsito, Economia, Variedades, tudo em drops, são conteúdos despejados, de forma fria, rápida, superficial. A informação parece ser apresentada para "encher" quem está do outro lado da tela, imprópria às mínimas condições de de uma interatividade reflexiva. Parece uma partida de futebol. A cidade e seu ritmo contamina o jornalismo, é fato; mas, se este não existe para as pessoas entender o tempo em que vivem, sentirem o que tem a ver com algo e se posicionarem, pra quê existe? A comunicação de massa se resume a um pacote diário, pasteurizado e desumanizador, que é despejado diariamente nas salas dos brasileiros, reproduzindo e banalizando a violência cotidiana, em suas mais diversas formas. E no jornalismo paulistano, em que pulsa turbinadamente toda essa tensão urbana, é mais fácil enxergar isso. Com Renê Rojo e Lu Lins.

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