... é um estimulador da violência e do emburrecimento ou apenas um retrato do que o "Povo" quer? Questão de caráter ou de indefinição de um ofício? Boa parte do documentário Meia Hora e as manchetes que viram manchete convida à tais reflexões, debate salutar e batido nos cursos de comunicologia, ainda que de limitado alcance. Natural é que um fenômeno de tal proporção mobilize atenções e poĺêmicas. Mas porquê bundas, cadáveres e escrachos, e as reflexões que os cercam, mereceriam hora e meia de quem quer assistir uma história ou uma experiência na grande tela? Questão sem resposta, semelhantemente à dúvida ambulante sobre a racionalidade do leitor pós-moderno e os limites para a proteção de um produto nesse cenário: inalcançáveis e, por isso mesmo, perturbante.
"O HAMAS, que é um grupo palestino muçulmano sunita, tem como intenção, através de ataques, serem ouvidos sobre a situação caótica de seu povo árabe, pois através do diálogo não houve uma resposta satisfatória."
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Bom Fim, vários começos
Filme sobre um Bom Fim é um documentário, no sentido literal, ao mesmo tempo que também transcende convenções estéticas. É uma riqueza nesse trabalho de Boca Migotto a síntese construída da miscelânea de olhares de figuras emblemáticas na história desse bairro referencial p/ gerações porto-alegrenses. Mas vai além. É também uma história intertextual. A música, o teatro, o cinema, o comportamento urbano que marcaram momentos de muitas vidas, em um tempo comum, vão se revelando, singular e pluralmente, no avesso de sua própria criação, em conexões de uma grande memória coletiva. Transitando por pessoas tão próximas - de diferentes segmentos artísticos - na identificação com um mesmo pólo difusor (ou seria transformador?), poderia facilmente descambar no bairrismo, que é um vício de uma certa orientação cultural regional, mas, felizmente, escapa disso. A liberdade de opiniões, permitida nas entrevistas, aliada à uma diversidade larga de fontes, que olham por vários ângulos esse caldeirão urbano, oferece ao espectador a possibilidade de um riso crítico, quando a sí se enxerga, e, acredito, uma saudade do que não viveu, quando descobre esse universo como um outsider. Há, portanto, o clima para uma simbiose entre a tela e o público, que se enxerga ou se confunde entre as várias caras e memórias que já circularam, e que ainda circulam, por aquele trecho efervescente da Avenida Osvaldo Aranha e seus arredores. O valor simbólico maior desse documentário está, assim, na teia discursiva que articula com essas vozes, de distintos momentos, mas que falam de uma mesma experiência cultural. Uma comunidade de sentidos que se faz mais presente na medida que se apagam seus rastros.
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quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Sebastião Pinheiro: "A TECNOLOGIA NÃO É BOA, NEM MÁ: ELA CAUSA IMPACTOS"
A entrevista tem sete partes e foi realizada há mais de década e meia; mas, é impressionantemente atual e relevante cada trecho de análise. Fico orgulhoso de ter vivido e militado nessa causa, em uma fase de grandes tensões. "a função dos governos é estudar, antecipadamente, os impactos negativos e atenuá-los (…) infelizmente, na agricultura, em muitas das transformações tecnológicas existentes, não houve esse tipo de avaliação prévia (…) hoje, muitos dizem que agrotóxicos causam danos, mas isso deveria ser dito em 1940 ou 1950”.
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
Sobre a Dor em comum
Entre a dor do manifestante pelo impacto do cassetete que reprime uma causa justa e aquela produzida pela frustração do trabalhador soldado, de salário pouco para as contas de fim de mês, podem variar as causas, as marcas e a postura frente ao que oprime. Mas ambas são dores, com ou sem ideologia.
"Eu quero a TV Cultura Viva. E você?"
Acredito que até mesmo os tucanos de bom senso reagirão a isso. Aqui no RS, essa política privatista de sucatear para descumprir-se do interesse público, quase liquidou a TVE em outrora, e agora volta a ser reinaugurada na versão Sartori.
Leia:
Ex-apresentadores da TV Cultura convocam espectadores para lutar contra 'desmanche' do canal
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DEPOIS DA CHUVA, EM UM CINEMA COMPLETO
Rever hoje, por dentro, o ex Theatro Capitólio, e após mais de uma década fechado, restaurado e convertido em Cinemateca Capitolio , foi uma emoção tripla. Primeiro, pelo ambiente desse estiloso prédio, mantido na sua arquitetura e melhorado no conforto, um cinema no sentido pleno; segundo, pela oportunidade de ver, nesse espaço alternativo, um filme em película sobre uma temática atual e de conteúdo; e terceiro pela qualidade desse trabalho de Cláudio Marques e Marília Hughes, uma viagem deliciosa pela nossa história recente. O movimento das Diretas, como estiagem da "chuva" é uma herança de marcas e vazios no mundo do estudante Caio, protagonista, muito bem interpretado pelo ator Pedro Maia. A negação é defesa e o oxigênio desse jovem nos desencontros entre as incomprensões da escola e a ausência da família. Nos horizontes que se abrem como luzes para uma vida, está também a síntese do novo momento de um País. Destaque também para as belas imagens das ruas de Salvador e a selecionada trilha sonora, no ritmo e na intensidade da proposta (No link, o trailler oficial; na imagem, uma segunda versão)
terça-feira, 4 de agosto de 2015
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segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Vamos dançar o Kuarup e tocar o “shofar” por Cecil
Sebastião Pinheiro*
Estou chegando de Bananeiras, brejo paraibano, onde choveu uma semana sem parar e a temperatura não passou de 18 graus C. Um nevoeiro (como o fog londrino conhecido como “pea soup cream”) baixava repentinamente. O NEA-ITCP-UFRGS atendeu o convite da CCHSA da UFPB e ministrou o “Curso de Saúde do Solo e Cromatografia de Pfeiffer”, inclusive demonstrando a instalação de um campo de metagenômica e metaproteômica, que ficará a cargo dos Doutores professores Raunira e Alexandre, e por fim, montou e doou o laboratório de Cromatografia do Pólo Sindical dos Trabalhadores da Borborema.
Embora o curso tenha sido excelente e acompanhado ao pandeiro de “Sossego”, matei a saudade do Colégio Agrícola Vidal de Negreiros, onde estive há 19 anos, mas, minha gente, voltei triste, consternado, e para diminuir minha dor, a compartilho: Um imbecil, norte-americano, com graduação universitária assassinou “Cecil” um leão símbolo de um Parque Nacional do Zimbábue. As cores dos leões do Zimbábue, sua pelagem e juba são muito diferentes dos outros leões africanos, esteticamente atraentes Agora, recordo sua excelência o Senhor Embaixador dos Estados Unidos, uns dez anos atrás, que justificava o uso de herbicida sobre os Parques Nacionais Colombianos, em carta resposta a um médico, que denunciava os danos à saúde humana, animal e meio ambiente publicado no jornal de maior circulação de Bogotá.
Sou cidadão de um País onde um advogado foi obrigado a usar a lei de “Proteção aos Animais para defender o tratamento humano a um preso político, que mais tarde se transformou em feroz Ditador. Logo, o significado da morte de “Cecil” poderia passar batida, mas o trágico é que no mesmo dia foi noticiado o atropelamento de uma suçuarana (puma) em rodovia paulista, transformada na Globo News em onça (jaguar). O que me fez devanear: Já não conhecemos nossa fauna...
Não é possível que fosse em homenagem a Cecil Rhodes, o racista, facínora e genocida que fundou empresas de colonização que se transformaram em “Rhodesias” para a Casa de Windsor, cujas Capitais eram Levingstone (N) e Salisbury (S). Nem é possível que 50 anos depois de tudo que sofreram na luta da independência, desde a época dos “Mau-Maus” - grande movimento revolucionário, onde as mulheres eram a parte mais importante e estratégica na luta pela independência - agora se dê o infeliz nome ao pobre leão assassinado (pelo cretino dentista que gastou 170 mil dólares) e recebeu um editorial no New Yorker Times... Império é império.
“Mau mau” é o nome que a inteligência britânica popularizou para desviar a atenção, pois o movimento se chamava Kenya Land and Freedom Army – KLFA- (Exército da Liberdade das Terras do Quênia) e isso pegava muito mal na época (vejam o filme Guerrilha com Sidney Poiters). Abarcava toda a África subsaariana. O gozado é que “mau-mau” era o anagrama da expressão suazili: "Uma Uma" (Fora Brancos), que significava prisão e tortura a quem ousasse proferi-la, pelo que se dizia: “Mau Mau”. Muitos desafiantes foram devorados por cães famintos. É triste. As redes hegemônicas de televisão não permitem que se conheça história para eliminar a memória.
Lembrei dos amigos zimbabuanos “stipendiate” nas Alemanhas (ocupadas) que regozijavam o AK47 como “Banana Magazine” nos combates contra os traidores do King’s African Rifles. No Zimbábue, o movimento era o ZAPU, de Joshua Nkomo e o ZANU de Robert Mugabe antevendo o fim da África do Sul a inteligência britânica se antecipou após a independência da Zâmbia (Rodésia do Norte) criou a criou a Rodésia do Sul, estratégica por ser o maior produtor de fumo do mundo. Era preciso protelar a derrota através dos genocidas racistas de Ian Smith, que “sem o apoio de Londres” podia fazer o que quisesse para manter a colônia para segurança da valiosa África do Sul. Tanto Frelimo como MPLA e o Congresso Africano de Mandela foram imprescindíveis para a independência do Zimbábue de capital Harare.
Não é possível que o leão tenha o nome de “Cecil” em homenagem a Rhodes. Sei isso, pois tive de estudar um pasto denominado em sua homenagem capim Rhodes (Chloris gayana) (Foto) muito importante nas áreas áridas do mundo onde chove menos de 400 milímetros. Talvez por isso recebi a raríssima nota dez no exame de Praticultura (pradeiras).
No Brasil, foi introduzido desde o Kalahari um parente próximo dele bastante problemático, onde chove mais de 800 milímetros, o capim Annoni (Eragrotis plana, Nees), que um vaidoso colocou seu nome e hoje é uma praga internacional no Conesul. Não faz muito que um bando de imbecis me convidou para dar uma palestra sobre os danos do capim anoni. Por trás dele estavam os interesses de uma cooperativa, a Monsanto e uma entidade de latifundiários. Tomaram um torpedo e ficaram bem caladinhos e não houve a negociata corrupta de seu controle com herbicidas.
Voltando ao leão morto: Será que algum africano em sã consciência iria chamar o lindo leão de “Cecil”. Seguramente não. Seu nome soaria melhor em suazili: Mitupo (Totem). A foto do doutor shona é bem sugestiva.
Alerta minha gente: É necessário atender os anseios dos estudantes e professores retomando o verdadeiro significado do neologismo AGROECOLOGIA, hoje bastante usurpado. Mahatma Gandhi disse: "Não será fácil interiorizar a liberdade". Logo, devemos ver na morte do leão o motivo para alertar os estudantes que as Fundações: Rockefeller, Nestlé, Kellogs, Sazakawa, Bill & M. Gates, Coca Cola, Pepsi e Aliança para a Revolução Verde na África, onde Kofi Annan, ex Secretario Geral da ONU é “Lobby boy” ou “Bellhop”.
Não podemos fraudar o sonho de nossos jovens. Há que precavê-los. Vamos dançar o Kuarup pelo pobre leão e tocar o “shofar” do Doutor Shona...(foto), pois “Mitupo” morreu e renasceu.
Na terra de outro leão, o do Caverá um covarde e medroso “político” paga o salário da elite e atrasa parte do salário dos mais humildes. Diante do risco da prisão desmoralizadora, ausenta-se do Estado sem empossar o vice.
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*Engenheiro Agrônomo e Florestal, ambientalista e escritor.
domingo, 2 de agosto de 2015
LENTES DE SANGUE
"Muita gente trabalha para viver em Vera Cruz, e nós, jornalistas, parece que estamos trabalhando para morrer (...) não se pode viver com medo, se vives com medo, nunca vai mudar as coisas".
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