Sebastião Pinheiro*
A Rede Bandeirantes de TV mostrou durante toda a semana, imagens repetitivas de caçadas de "porcos monteiros" como se javali fossem em Monte Azul/SP. Um javali é bem diferente de um porco monteiro. A introdução de javalis com intuito de criar o rentável segmento turístico de caça desportiva não é coisa recente, fomos vítima disso há mais de vinte anos, quando já usávamos nossa técnica de "buscar a quinta pata do gato" e denunciar, inibindo qualquer fascinação, estupefação ou reverencia à informação de "aparência ingênua ou inconfessável".
A caça desportiva no Brasil somente era permitida no Estado do RS para lebres, aves de banhado (marrecas e paturis) e de terra firme (perdizes, codornizes e poucas outras do bioma Pampa) até inferência do Ministério Público Estadual junto à Fundação Zoobotânica, criada durante a ditadura com a finalidade de impedir qualquer critica à introdução da Agricultura Moderna e seus impactos sociais, ambientais e econômicos.
A FZB parte da Secretaria da Agricultura, como órgão de elite, dinâmico e livre do ranço burocrático em poder de herdeiros latifundiários e já condenada pelos novos tempos da "Revolução Verde". Seus estudos eram ansiosamente aguardados todos os anos para as cotas, locais e número de peças de abate permitido; Assim como seus programas de controle e fiscalização. A FZB ficou visível no atual "governo" interessado em seu decesso. Coincidindo com a leitura do livro Negro da WWF (Schwarzbuch WWF, foto) entendi a proposta sulista e a propaganda paulista, pois na globalização da natureza tudo é dinheiro, sustentável e deve consumir serviços de entidades tipo WWF, GIZ, JICA, USAID ou Médicos Sem Fronteiras, pois não há mais políticas públicas, tudo é mercado, sem fomento para compra de serviços. Eis "a quinta pata do gato".
Em 1992 tive a oportunidade de atender uma denuncia de presença de javali no Município de Caxias do Sul como um funcionário do IBAMA/RS, pois havia sido o primeiro agrônomo no Brasil a ser "de fenestrado" do Ministério da Agricultura, embora concursado, à pedido da Máfia dos Agrotóxicos pelo Collor de Mello, mas não podia ser demitido e me enviaram para aquele triste órgão ambiental.
Com relutância o dono não queria mostrar o animal denunciado, um jovem híbrido de porco Duroc Jersey com Javali europeu. Logo percebi a intenção do seu proprietário de origem italiana: Usá-lo como reprodutor (levaria pelo menos oito anos para obter matrizes e reprodutores verdadeiramente javalis, mas de alta endocria).
Um javali nada mais é que um porco domesticado desde o Holoceno e seus cruzamentos com o javali nada mais é que um retrocruzamento que possibilita heterose (vigor híbrido). Os genes atávicos dominantes permitem rápida adaptação à vida livre na forma comunitária. Liberdade é tudo, logo o que temos são híbridos, que dentro de breve voltarão a ser algo mais que porcos monteiros e sim javalis do Antropoceno como há no Canadá e Argentina.
Durante os estágios de engenharia florestal na Patagônia tive alguns encontros com javalis verdadeiros, onde o mesmo cem anos antes fora introduzido para criação de coutos de caça, assim como o cervo vermelho e o cervo Dama, além dos castores e animais de peles raras (visão, martas etc.). Vale à pena contar que o maior ato de bravura mapuche nos bosques patagônicos é montar em um javali somente segurando uma orelha com uma mão e com a outra encontrar seu coração com as adagas gaúchas. Ainda rio, pois entendo a expressão dos gaúchos daqui: "montar num porco". O javali alcança fácil 400 quilos e abre um bisão, boi ou cavalo ao meio com apenas um movimento de cabeça (foto canadense).
No retorno visitei na capital gaúcha um restaurante que oferecia carne de javali na Rua Benjamim Constante. Elaborei um requintado relatório antevendo o futuro, estive na TVE e nos jornais alertando para ele. Encaminhei o relatório para os chefes do órgão ambiental com cópia ao Ministério Público Federal, pois a introdução de espécies exóticas é um crime de alta gravidade e lembro bem que alertava para o principal risco que ocorre na Argentina, onde a carne de javali é contaminada pelo verme a Trichina spiralis, então inexistente no Brasil e mortal. Eu bem sabia que não era somente isso, pois nos Sul pelo ratão do banhado a Leptospirose, Toxoplasmose endêmica no Alto Uruguai, Brucelose, Aftosa, lepra e até o raro carbúnculo, mas o mais temível é o ataque a humanos.
No livro "Ladrões de Natureza" está o registro sobre a introdução criminosa do javali ignorado pelas "autoridades ambientais" ressaltando os riscos futuros pela questão fronteiriça com o Uruguai de onde estava sendo introduzido por contrabando o animal. Nenhuma ação foi tomada e logo fui colocado na "geladeira" após impedir falcatruas no corte de araucárias na nascente do Rio do Peixe e outras, denunciadas em Audiência Pública na Assembléia Legislativa perante o Deputado Francisco Appio e vários procuradores federais... Um furo na água, 3 anos depois da geladeira fui convidado a ir para UFRGS pela participação no trabalho "Suicídios em Venâncio Aires e Fosforados na Fumicultura".
Reflexão: - Muitos não lembram quando vinte navios carregados de soja retornaram da China, pela contaminação com sementes tratadas com fungicida misturada à carga. O governo assumiu os custos e indenizou os compradores e deixou os responsáveis pela jogada especulativa com a soja nacional impunes. - Poderá, novamente, alguém usar a presença do javali, como retaliação ou especulação nas compras agrícolas alegando o potencial de riscos de zoonoses ou vender certificados de Responsabilidade e Sustentabilidade nos produtos agrícolas regionais e nacionais? Por favor, leiam o livro negro da WWF de Wilfried Huismann e saberão a que me refiro.
Um cunhado afirma que em toda região de Butiá, São Jerônimo, assim como Assentamentos da Reforma Agrária há incidentes com porcos monteiros/javalis no RS na atualidade, mas logo teremos mortes de humanos.
O segmento de caça desportiva já está formatado e logo terá sua associação e lobby, igualzinho à importação de "pneus usados" que expandiu a dengue e tinha até uma ex-ministra (W.D) como sua porta-voz... Mas esse é outro relatório na construção do "biopoder camponês", e fica para depois...
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*Engenheiro Agrônomo e Florestal, Ambientalista e Escritor.
"O HAMAS, que é um grupo palestino muçulmano sunita, tem como intenção, através de ataques, serem ouvidos sobre a situação caótica de seu povo árabe, pois através do diálogo não houve uma resposta satisfatória."
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
terça-feira, 22 de setembro de 2015
PROVOCAÇÕES DO TIÃO - A Violência Sujeito e o alicerce do Biopoder
Sebastião Pinheiro*
Estava escutando e lendo o “Livro Negro da WWF” (Schwarzbuch WWF, Negócios Sujos através do Panda) que baixei grátis em pdf, sem surpresa, fascínio ou estupefação exceto pela foto do genitor de sua alteza real britânica posando diante de uma fileira de tigres chacinados como muitos jovens nas vielas das favelas do Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos Aires, México ou alhures. Não há originalidade comparar jovens a tigres, mas quem o fez foi Bernard Shaw, já a quase um século para encontrar o objeto de uma violência sujeito.
Vimos essas cenas em menor escala faz quase vinte anos com os albaneses invadindo os portos do sul da Itália. Quantos ficaram? Quantos voltaram atrás? Qual é a próxima jogada?
Afinal a “Companhia das Índias Orientais”, exemplo de empreendedorismo liberal, foi fundada com o botim de prata roubado de um galeão espanhol por corsários (piratas oficiais do reino). Na construção do biopoder camponês precisamos, apenas e tão somente de memória e uma escala de valores que perpassam o Infra-Mundo na ética de respeito ao próximo, pois a crise será longa, dura e catastrófica.
Estava escutando e lendo o “Livro Negro da WWF” (Schwarzbuch WWF, Negócios Sujos através do Panda) que baixei grátis em pdf, sem surpresa, fascínio ou estupefação exceto pela foto do genitor de sua alteza real britânica posando diante de uma fileira de tigres chacinados como muitos jovens nas vielas das favelas do Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos Aires, México ou alhures. Não há originalidade comparar jovens a tigres, mas quem o fez foi Bernard Shaw, já a quase um século para encontrar o objeto de uma violência sujeito.
Violência sujeito é meu tema predileto, principalmente
quando todos estão enfronhados na “toada” polarizada dos transgênicos.
Logo percebi não ser permitido pioneirismo desde a
periferia, ainda mais na condição de autodidata consciente, sem berço, estirpe,
eira ou beira. A Cartilha dos Transgênicos e a gravação de três horas na Radio
Universidad da UNAM em 1998 foram instrumentos de revolução social, que para
alguns continua atual, infelizmente, bem manipulados por WWF, GIZ, JICA, USAID
et caterva, que consolido na invocação: O laureado poeta Rudyard Kipling
negou-se por 3 vezes a receber o título de “Sir do Império Britânico”, pior,
depois aceitou ser o primeiro inglês a receber o Premio Nobel de Literatura em
1907.
Talvez o tenha feito não por seus “genes de alta estirpe”
britânica, mas pelo “meio ambiente”, “fenótipo”, ou modernamente, “proteômico”
de selvas, de tigres, elefantes e uma diversidade sócio-cultural de mais de
2.500 anos impregnada em seu desenvolvimento, a Índia.
Ao ler o New Yorker Times de hoje fiquei perplexo com as
notícias de veteranos que retornam à casa desde o Iraque/Afeganistão e não
suportam a hipocrisia de sua realidade e se suicidam. A violência coletiva
desencadeada como um negócio tão negro quanto os da WWF e outras citadas, mas
que se transformam em uma reação e solução individual desesperada.
Mais sábios, os maias cultuavam o Infra-Mundo como prevenção
a um arrependimento impossível. Já os cultos de alta estirpe “eurocentrista”
antecipam o purgatório lendo Dante Alighieri...
No The N.Y. Times referido há cenas de Musa Qala (2008) onde
o 7º Regimento de Marines promoveu ações impossíveis de serem facilmente
esquecidas por quem delas participou. Por isso os índices autopunição pelas
atrocidades assustam as autoridades, especialistas, e agora os companheiros de
farda.
O poema “Epítetos da Guerra”, do primeiro Prêmio Nobel de
Literatura inglês é preciso e consta no comentário sobre a matéria
jornalística:
If any question why we died, (Se alguém perguntar por que
morremos)
Tell them because our fathers lied (Conte que foi pelas
mentiras de nossos pais)
Em meio à hipocrisia dos governos fantoches, mas
sanguinários derrocados por razões financeiras que impõem à televisão as
imagens de levas de desesperados (induzidos, manipulados, conduzidos) formando
a “Cruzada Muçulmana” para alcançar a redenção no novo império em seu
nascimento.
Vimos essas cenas em menor escala faz quase vinte anos com os albaneses invadindo os portos do sul da Itália. Quantos ficaram? Quantos voltaram atrás? Qual é a próxima jogada?
No debate dos postulantes a candidato republicano, na CNN
mostrou por que a ação desesperadora começa a deixar de ser individual e passa
a ter um componente coletivo crescente, onde a mentira é o alicerce do império
que soçobra.
Afinal a “Companhia das Índias Orientais”, exemplo de empreendedorismo liberal, foi fundada com o botim de prata roubado de um galeão espanhol por corsários (piratas oficiais do reino). Na construção do biopoder camponês precisamos, apenas e tão somente de memória e uma escala de valores que perpassam o Infra-Mundo na ética de respeito ao próximo, pois a crise será longa, dura e catastrófica.
Consta no Livro Negro da WWF: O presidente da WWF, Príncipe
Philip em entrevista à Deutsche Press Agentur - DPA, em 1988 afirmou:»Im Falle
meiner Reinkarnation würde ich gerne als tödliches Virus zurückkehren, um etwas
zur Lösung des Problems der Überbevölkerung beizutragen.« (Em caso de minha
reincarnação eu gostaria de retornar como um vírus mortal para solucionar os
problemas de superpopulação).
Sim, o ambiente (fenótipo, proteoma, metagenômica) é tudo,
mas não pode ser mercantilizado. Esse é o alicerce do BIOPODER muito além do
Estado.
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Engenheiro Agrônomo e Florestal, Ambientalista e escritor.
terça-feira, 15 de setembro de 2015
Provocações de Tião: Confesiones inéditas vinculan a la CMPC con la masacre de 19 trabajadores en Laja*
**Sebastião Pinheiro
Por : Juan Pablo Figueroa
En Reportajes de investigaciónPublicado: 13.01.
Fue una cacería. En septiembre de 1973 los carabineros de la Tenencia de Laja apresaron a 14 trabajadores de la Papelera y Ferrocarriles, a dos estudiantes secundarios y dos profesores, a los que llevaron al Fundo San Juan donde los ejecutaron y enterraron clandestinamente. Todos los policías habían bebido copiosamente pisco que les envió la CMPC, la que también aportó vehículos para la caravana de la muerte encabezada por el agricultor Peter Wilkens. A pesar de la desesperada búsqueda de sus familiares, el pacto de silencio sobre lo que ocurrió aquella noche se mantuvo hasta agosto del año pasado.
Vea lo que ocurrió con el trabajador de la CMPC Luis Saez.
“Como era arena no era difícil cavar. Hicimos una zanja de 2 a 3 metros de largo por 1,5 de profundidad. Luego bajamos de los vehículos a los 19 detenidos. A algunos los arrodillamos frente a la zanja; a los otros los dejamos de pie. Estaban delante de nosotros, dándonos la espalda. Recuerdo muy bien cuando el carabinero Gabriel González discutió fuertemente con Nelson Casanova, porque éste último no quería disparar. Fue tanto que yo me metí y le dije a González que si le hacía algo a Casanova, yo le dispararía a él con el fusil Sig que tenía en la mano. Era tanta la tensión. Todos estábamos muy alterados, pero igual cuando el oficial dio la orden, procedimos a disparar. Todos disparamos, y cuando digo todos, incluyo al teniente Alberto Fernández Michell. Les disparamos por la espalda.
Algunos cayeron directamente al foso. A otros, ya muertos, los tuvimos que empujar para que cayeran o bien los tomamos y tiramos al foso. Quedaron uno encima del otro. Luego los tapamos con la misma arena y algunas ramas y tomamos rumbo a Laja. Cuando llegamos a la Tenencia, seguimos tomando el pisco y las bebidas que el teniente había traído del casino de la planta papelera de la CMPC. Recién entonces los que quedaron en la guardia supieron lo que había pasado. Fernández dio la orden de guardar silencio. Después todo siguió como si nada”.
El cabo 1º (r) Samuel Vidal Riquelme fue el primero que quebró el pacto. Por 38 años guardó el secreto de lo que pasó la madrugada del 18 de septiembre de 1973 con los 19 trabajadores que durante los cinco días previos él y sus compañeros de la Tenencia de Laja aprehendieron en esa localidad y San Rosendo para luego meterlos en un pequeño calabozo, torturarlos y después, esa noche, ejecutarlos clandestinamente en un bosque cerca del Puente Perales, en el Fundo San Juan.
La primera vez que Vidal habló sobre lo que pasó esa noche fue en 1979, cuando el Arzobispado de Concepción presentó una querella contra los carabineros de la Tenencia y el entonces ministro en visita de la Corte de Apelaciones de Concepción, José Martínez Gaensly, lo entrevistó. Pero esa vez dijo lo mismo que sus 15 compañeros de la Tenencia de Laja: que a los prisioneros los habían llevado al Regimiento de Los Ángeles.
Martínez preguntó a los militares de ese regimiento por los 19 trabajadores, pero ellos aseguraron que nunca ingresaron allí. Entonces volvió a hablar con los carabineros. Aunque cambiaron la versión, todos dijeron lo mismo: que los habían subido a una micro que les había facilitado la Compañía Manufacturera de Papeles y Cartones (CMPC) y que en el camino a Los Ángeles se los habrían entregado a una “patrulla fantasma” de militares. Que desde entonces les perdieron la pista.
Para algo sirvieron las indagaciones de Martínez: se supo que los cuerpos estaban en una fosa común del Cementerio Parroquial de Yumbel. Que los habían llevado allí en octubre de 1973, sin que nadie supiera, cuando los sacaron del hoyo donde los habían enterrado después de que un agricultor denunciara a Carabineros de Yumbel que sus perros mordisqueaban unos restos humanos. El parte con la denuncia llegó al Juzgado de Letras de Mayor Cuantía de la localidad, pero la juezaCorina Mera ordenó que se guardara en la caja de fondos. Nunca se investigó.
Sin saber cómo habían llegado los cuerpos al cementerio ni quién los había ejecutado, los restos fueron identificados, y entregados a sus familiares que por seis años los habían buscado sin tregua. En marzo de 1980, Martínez se declaró incompetente y remitió los antecedentes a la Fiscalía Militar Ad Hoc de Concepción. En tres meses la causa fue sobreseída y a fines de 1981, la Corte Suprema ratificó el sobreseimiento. Esa fue la acción de la justicia.
27 años después, la Asociación de Familiares de Ejecutados Políticos (AFEP) y el Programa de Continuación Ley 19.123, del Ministerio del interior, solicitaron a la Corte de Apelaciones de Concepción la reapertura de la causa. Después de revisar los antecedentes, el ministro Carlos Aldana dejó sin efecto la resolución que sobreseyó definitivamente a los carabineros denunciados y la ratificación de ese fallo por parte de la Corte Suprema. Se reabrieron así el sumario y la investigación bajo la causa rol 27-2010.
CIPER tuvo acceso a las declaraciones y documentos de esa investigación. Entre ellos está laconfesión del cabo Samuel Vidal el 14 de junio de 2011 ante la Policía de Investigaciones (PDI). Desde entonces comenzaron a surgir uno a uno los detalles sobre el destino de los 19 trabajadores que él y sus compañeros asesinaron por la espalda la madrugada del 18 de septiembre de 1973. Así se supo de los operativos de captura, de la ejecución en un descampado y del apoyo y financiamiento que dieron para su exterminio un importante empresario de la zona y en especial la CMPC de la zona, empresa presidida en ese entonces por el ex Presidente Jorge Alessandri y cuyoprincipal accionista era el empresario Eliodoro Matte Ossa.
El juramento que los carabineros de la Tenencia de Laja hicieron en noviembre de 1973 en el Puente Perales, cuando su oficial a cargo, el teniente Alberto Fernández Michell, se iba destinado a Antofagasta, se había roto: “Que si alguien abría la boca, había que pitiárselo entre los mismos compañeros”.
15/9/73: CACERÍA EN SAN ROSENDO
El maquinista de Ferrocarriles Luis Alberto Araneda fue al mediodía a la Casa de Máquinas de San Rosendo para ver si estaba en “tabla”. Era lo que hacía todos los días cuando no le tocaba viajar la jornada anterior. Cuando llegó, vio a través de sus lentes de marco negro y grueso el papel que indicaba el itinerario de los trenes que saldrían ese día. Buscó su nombre, pero no aparecía entre los que tenían programado viajar ese sábado 15 de septiembre de 1973. Entonces comenzó la caminata de vuelta a su hogar en la Población Quinta Ferroviaria.
-Devuélvase al trabajo, que lo andan buscando los carabineros, a usted y a Juan Acuña –le dijo su vecino Eusebio Suárez, preocupado, cuando lo vio llegar.
Pero Luis Alberto no le hizo caso. Le respondió que su máquina estaba en la Maestranza, así que no tenía nada que hacer ese día allá. Además, si lo buscaban, no tenía por qué preocuparse. El día anterior había llegado de un viaje al sur y apenas supo que Carabineros requería que militantes y dirigentes sindicales se presentaran, Luis Alberto fue al Retén de San Rosendo. Allí le pidieron sus datos. En un papel escribieron su nombre, su RUT, que tenía 43 años, que era militante del Partido Socialista (PS), que presidía la Junta de Abastecimientos y Precios (JAP) y que era dirigente sindical de la Federación Santiago Watt de Ferrocarriles del Estado. Después le dijeron que podía retirarse. Luis Alberto volvió a su casa y no pensó más en eso, ni siquiera cuando Eusebio le dijo al día siguiente en la calle que lo buscaban, que hacía sólo unos minutos una patrulla de policías de Laja le había preguntado por él y que les había dicho dónde vivía.
Cuando estaba por llegar a su hogar, su esposa lo vio venir a través de la ventana con su vestón gris a rayas, su pantalón café, sus zapatos negros y sus anteojos del mismo color. También vio como seis o siete carabineros con cascos le cerraron el paso, levantaron sus fusiles y lo apuntaron justo cuando estaba por abrir la reja. Luis Alberto quedó tieso. Ella no lo pensó y salió gritando a los policías para que la dejaran, al menos, despedirse. Luis Alberto, que ya tenía las manos amarradas a la espalda, le dijo que sacara de su bolsillo el dinero y su reloj. Ella lo hizo. Luego vio como se lo llevaban. Faltaba poco para las 16:00 horas. La cacería en San Rosendo recién comenzaba.
Como la patrulla que comandaba el teniente Fernández venía de Laja y no conocía a quiénes debía detener, el carabinero Sergio Castillo Basaul, del retén de San Rosendo, les sirvió de guía. No había una lista formal ni órdenes de aprehensión: la orden que vino de la Comisaría de Los Ángeles fue detener a todos los dirigentes de la Unidad Popular (UP). Si Castillo, que los conocía, decía que alguno de los vecinos debía ser detenido, de inmediato lo apuntaban, lo amarraban y se lo llevaban.
Juan Antonio Acuña, 33 años, tres hijos, también maquinista y dirigente del sindicato de Ferrocarriles, fue el siguiente en la lista. Lo fueron a buscar a su casa una hora después, cuando estaba por sentarse a tomar once con su familia. La misma patrulla que había llegado a pie desde Laja se metió a la fuerza y lo sacó a punta de cañón. Luego le tocó al empleado de la Compañía Manufacturera de Papeles y Cartones (CMPC), Dagoberto Garfias, de 23 años. A él le siguieron Mario Jara (21) que estaba en su casa con su mamá y su abuela; Raúl Urra (23), que también estaba en su domicilio; y el director de la Escuela 45 de San Rosendo, Óscar Sanhueza (23).
Todos fueron llevados a la Plaza de San Rosendo, donde los esperaba otro detenido: Jorge Zorrilla, un obrero minero de 25 años que trabajaba en Argentina y que estaba pasando en Chile sus vacaciones. Él, al igual que Luis Alberto Araneda, se presentó voluntariamente ante Carabineros. De inmediato lo apresaron y cuando llegaron los demás, la patrulla los amarró y se los llevó a pie por el puente peatonal que unía San Rosendo con Laja. Al otro lado los esperaba una micro, una de las tantas cortesías de la CMPC con la patrulla comandada por el teniente Fernández Michell, el oficial a cargo de la Tenencia de Laja. Una vez arriba del bus, se los llevaron.
11/9/73: LAS PRIMERAS ÓRDENES
Aunque fue el primero en ser detenido, el teniente (r) Fernández Michell fue el último de los miembros de la Tenencia de Laja en declarar ante el Tribunal. El 16 de agosto del año pasado fue detenido en Iquique, donde trabajaba como instructor en una escuela de conducción. Y cuando el día siguiente rompió el pacto de silencio que él mismo propuso después de la ejecución, partió por el principio:
“Estaba en mi domicilio entregado por la CMPC cuando recibí la noticia del Golpe Militar. Había llegado a la Tenencia de Laja a mediados de 1973 como subteniente subrogante, y como no había oficial, quedé de jefe. Tenía 22 años. Para el 11 de septiembre yo era la autoridad policial, y apenas supe del Golpe, mientras esperaba órdenes, llamé al acuartelamiento de todos los carabineros. Eso lo coordinaron el suboficial mayor Evaristo Garcés Rubilar y el sargento Pedro Rodríguez Ceballos, que me seguían en el mando”.
“Esa misma mañana recibí la orden por parte de la Jefatura de Los Ángeles para que detuviera a todas las autoridades de gobierno, subdelegados y al alcalde. La acción se cumplió sin problemas y después de detenerlos en nuestra unidad, fueron derivados al Regimiento de Los Ángeles en buses facilitados por la Papelera, porque ya tenía mucha gente en el cuartel. Días después, mi superior en Los Ángeles, el comisario Aroldo Solari Sanhueza, me ordenó comenzar a detener a todos los activistas de la comuna. Como la CMPC tenía una planta química, los activistas podían tomársela y actuar en nuestra contra. Esa fue la información que me llegó de inteligencia militar. Uno de esos días llegó el coronel de Ejército Alfredo Rehern Pulido para reiterar la orden. Les ordené a lossuboficiales Garcés y Rodríguez que procedieran con el personal a realizar esa labor, porque ellos conocían más a esas personas”.
Desde que Salvador Allende asumió la presidencia en 1970, la CMPC formaba parte de la lista de empresas que el gobierno pretendía expropiar. Por eso, el mismo día del Golpe, una patrulla comandada por Fernández Michell fue hasta la planta que la Papelera tenía –y aún tiene– en Laja. Eran las 16:00 horas cuando los cerca de 300 funcionarios que salían de su jornada se encontraron con Fernández, Garcés, Rodríguez y otros miembros de la Tenencia. Los hicieron formarse en filas. La patrulla tenía en sus manos una lista que el superintendente de la planta Carlos Ferrer y el jefe de personal Humberto Garrido, habían preparado: esos eran los “activistas”.
Los que figuraban en la nómina fueron separados y llevados a golpes y apuntados por fusiles al edificio contiguo, donde funcionaba el policlínico de la empresa. Allí los volvieron a golpear. Después los subieron a vehículos de la CMPC y se los llevaron al cuartel. Todos ellos fueron derivados después, en la misma micro de la empresa del Grupo Matte, a Los Ángeles. Entre ellos estaba Eduardo Cuevas, un mecánico de mantención de la Papelera y militante del MIR que se sumó voluntariamente a la reconstitución de escena que llevó a cabo el ministro Aldana el 18 de agosto del año pasado. Antes de que se lo llevaran, Fernández lo agarró y se los mostró a sus compañeros de trabajo aún formados en la fila: “¡Véanlo por última vez!”, les gritó.
Después de poco más de un año y tres meses en centros de detención y tortura, y luego de pasar por un Consejo de Guerra, a Eduardo Cuevas se le volvió a ver. Una “suerte” que los que fueron cazados los días siguientes no tuvieron.
13 y 14/9/73: LA CAÍDA DEL ESTUDIANTE Y LOS OBREROS
Lo primero que hizo la patrulla que ese día encabezaba el sargento Pedro Rodríguez Ceballos, fue ir a la Estación de Trenes. En el andén, Manuel Becerra se despedía de su mamá, su abuela, su hermano y su prima. Eran las 8:00 y en sólo unos minutos saldría el tren que lo llevaría de vuelta a Curacautín, donde cursaba la enseñanza media en la Escuela Industrial. Estaba a punto de abordar cuando los carabineros lo agarraron. Entre los gritos de sus familiares, Manuel Becerra fue sacado a golpes de la estación, lo subieron al jeep que la CMPC les había otorgado para que se movilizaran, y se lo llevaron a la Tenencia de Laja. Era el 13 de septiembre de 1973. Mario tenía 18 años.
En cosa de minutos le avisaron a su papá, que trabajaba en las oficinas de Transportes Cóndor. Apenas supo, le pidió a su jefe que hablara con Carabineros y gestionara su liberación. Él fue a la Tenencia y habló con el guardia de turno, pero le dijeron que ya habían registrado su detención en los libros correspondientes. Después le dirían a su padre que lo habían detenido porque “militaba con los miristas”. Manuel ya había sido detenido antes, durante la campaña para las elecciones parlamentarias de 1973, por pintar junto a otros amigos consignas del MIR en Laja. El joven quedó detenido.
El siguiente en la lista fue Luis Armando Ulloa, 41 años, casado, cinco hijos, militante del Partido Comunista (PC) y obrero maderero de la Barraca Burgos de Laja, adonde lo fueron a buscar. Eran las 8:30. Como su hijo mayor trabajaba con él, lo primero que hicieron sus compañeros fue avisarle apenas llegó, porque justo cuando se lo llevaron no estaba. Él corrió a su casa y le avisó a su madre aún convaleciente del último parto. Tampoco pudieron hacer nada por sacarlo.
Esa tarde, los carabineros volvieron a la CMPC. Apenas puso un pie afuera de la planta, Juan de Dios Villarroel fue secuestrado por la patrulla de Rodríguez. Tenía 34 años, cuatro hijos y la mala fortuna de trabajar en una empresa que elaboró una lista negra con los nombres de sus propios empleados. En esa misma nómina estaban sus compañeros de trabajo Jack Gutiérrez, militante del MAPU; Heraldo Muñoz, del PS; y Federico Riquelme. A todos los llevaron a la Tenencia, donde se sumó el comerciante de frutas y verduras y regidor del Municipio, Alfonso Macaya, que llegó voluntariamente después de oír en una radio local que lo andaban buscando. A él lo dejaron libre al día siguiente, pero el 15 de septiembre lo fueron a buscar de nuevo a la casa de sus suegros. Nunca regresó.
El 14 de septiembre, Rodríguez salió de nuevo a las calles en el jeep de la CMPC. No tuvo que alejarse mucho, porque a los dos hombres que se sumaron ese día al grupo de detenidos políticos, los encontró saliendo de su trabajo en la planta papelera. Uno era Wilson Muñoz. El otro, Fernando Grandón, que a sus 34 años ya tenía ocho hijos.
16 y 17/9/73: LA PEQUEÑA TENENCIA
Muy probablemente, la Tenencia de Laja nunca tuvo tantas visitas como esos días. Para la noche del 15 de septiembre de 1973, en el calabozo de aquella construcción en Las Viñas Nº 104 que Fernández recuerda como “dos mediaguas grandes a las que se le habían hecho unos agregados”,había 17 personas detenidas: a los siete que trajeron de San Rosendo y a los nueve que secuestraron en Laja, se había sumado esa tarde el director del Sindicato Industrial de la CMPC, Jorge Lamana, que se presentó en la Tenencia de forma voluntaria.
Desde que comenzaron las detenciones, sus padres, hermanos e hijos los fueron a visitar con la autorización del oficial a cargo del recinto. La esposa de Fernando Grandón llegó el mismo día que lo detuvieron a verlo por primera vez. Cuando lo vio, lo notó asustado, pero sin lesiones. La hija mayor de Luis Armando Ulloa también fue a verlo y cuando lo encontró en medio del grupo, se dio cuenta que le habían cortado el pelo a tijeretazos. Pero la peor parte se la llevaron los de San Rosendo. Todos ellos tenían moretones, rasguños y mordeduras de perros. Jorge Zorrilla, el minero detenido en sus vacaciones, dijo a uno de los familiares de los detenidos que también los habían sentado en la pica.
El 16 de septiembre llegaron a la celda los últimos dos miembros del grupo. A Juan Carlos Jara, de 17 años, lo agarró la patrulla de Pedro Rodríguez cuando peleaba con otros jóvenes en la calle. A Rubén Campos, director de la Escuela Consolidada de Laja, lo sacaron de su casa y de ahí fue directo al calabozo.
Hasta el 17 de septiembre, las visitas a los prisioneros continuaron. En las mañanas llegaban casi todos los familiares con el desayuno recién hecho y ropa limpia. Más tarde les llevaban almuerzo y en la noche la cena. También los visitaba el párroco de Laja, el sacerdote Félix Eicher, que ingenuamente había acompañado a algunos de los que se presentaron voluntariamente a la Tenencia para que “arreglaran sus problemas”. Y cada vez que iban intentaban convencer a los carabineros de que los soltaran. Los presos les decían que estuvieran tranquilos, que pronto saldrían de allí. La noche de la víspera de fiestas patrias, el teniente Fernández Michell recibió una orden.
“Estaba cenando en el comedor cuando el suboficial Garcés me dijo que el mayor Solari, el comisario de Los Ángeles, estaba al teléfono. Estaba muy molesto conmigo porque había mandado mucha gente al regimiento sin preguntarle. Yo lo había hecho por un tema de espacio. Me asustó que estuviera enojado, porque yo me había casado sin permiso de mis superiores y estaba esperando a mi primera hija, así que tenía que hacer lo que me dijera, si no me arriesgaba a otra sanción. Me preguntó cuántos detenidos tenía en la unidad. Le dije que había 19 personas. Me dio la orden de “eliminarlos”. Me dijo que si no lo hacía, tendría que atenerme a las consecuencias. Luego cortó. De inmediato llamé a Garcés y Rodríguez y les dije que alistaran al personal”.
18/9/73: MATANZA EN EL BOSQUE
Los hombres que seguían a Fernández en la cadena de mando hicieron unas llamadas y en sólo minutos consiguieron cordeles, alambres, palas, vehículos y hasta un lugar alejado donde llevar a cabo la masacre. Tenían carabinas y fusiles para todos los funcionarios de la Tenencia. También el alcohol que les dio la CMPC. El plan para matar a los 19 ya estaba en curso.
“Cuando nos llamaron al cuartel, ya había comenzado el toque de queda. Al llegar, nos juntaron en una sala que usábamos de comedor y nos ordenaron beber pisco en abundante cantidad. Estábamos casi todos los integrantes de la Tenencia de Laja, desde el teniente Fernández Michell, hacia abajo. Los que no llegaron al cuartel, se unirían más tarde a nosotros. Después de tomar, el teniente Fernández nos dijo que sacáramos a los 19 detenidos de los calabozos de la Tenencia. Les amarramos las manos atrás de sus espaldas con cáñamo y alambres de fardo de pastos, los llevamos afuera y los subimos al bus de la CMPC. Yo tuve que custodiar el interior del bus. Por eso llevaba mi fusil Sig en las manos. Tomamos la carretera hacia Los Ángeles. Al frente de la caravana iban en un jeep Fernández, Garcés y Peter Wilkens, un agricultor alemán de la zona”.
Hasta que el cabo Samuel Vidal declarara en junio de 2011, el nombre de Wilkens jamás apareció en la investigación. Después de él, Fernández y varios carabineros ratificaron su participación en la matanza de esa noche. Antes no se sabía que Garcés lo había llamado, que había acompañado a Fernández en el jeep de la CMPC que lideraba la caravana ni que pasado el Puente Perales, después de una curva en el camino entre Laja y Los Ángeles, fue él quien le dijo que doblara a la derecha y que se detuviera 300 metros más allá, en un claro junto a un bosque de pinos. Como sólo los carabineros que estuvieron esa noche y juraron silencio sabían que Wilkens había estado allí, nadie relacionó el hecho cuando en 1985 un joven de 19 años llamado Arturo Arriagada, sin antecedentes, ingresó a su fundo en Laja, mató a su mayordomo, ingresó a su habitación y le dio un escopetazo. Después subió los cadáveres a su furgón y los sepultó el borde del camino, muy cerca de donde esa noche sepultaron a los detenidos de Laja y San Rosendo.
Según un reportaje que publicó Contacto cuando en 2001 se estaba por abolir la pena de muerte en Chile, Arriagada fue condenado a cadena perpetua y para entonces, por su buena conducta, había sido incorporado al Centro de Educación y Trabajo (CET) de Concepción. Para su acto criminal, la justicia sí funcionó. Wilkens, en cambio, murió sin que nadie lo interpelara por haber sido cómplice y haber guiado y observado como un grupo de policías fusilaba a 19 obreros la madrugada del 18 de septiembre de 1973 en el Fundo San Juan. Una noche que el sargento 2º (r) Pedro Parrarecuerda muy bien:
“No había militares ni agentes de la DINA; sólo estábamos los de la Tenencia, menos los tres que se quedaron en la guardia. Cuando nos detuvimos, la camioneta quedó muy cerca de unos arbustos. La noche estaba clara y había luna, pero igual se usaron las luces de los vehículos. Con la pelea entreGabriel González y Nelson Casanova, recién tomé el peso de lo que estaba pasando. Ya estaba todo decidido. El teniente Fernández Michell no decía nada; era uno más del grupo. Los detenidos estaban frente a nosotros con sus manos atadas. Yo tenía una carabina Mauser. Cuando Fernández dio la orden, todos apuntamos a los detenidos que nos habían asignado. Ninguno de ellos se quejaba o decía algo. Entonces dieron la orden de disparar. Todos lo hicimos”.
18/9/73: DESPUÉS DE LA MASACRE
Los cadáveres quedaron bajo tierra. El grupo de carabineros subió a los vehículos y volvió al cuartel de Laja. Todos recuerdan que fue un momento extraño, que nadie se atrevió a decir algo. Cuando llegaron, se bebieron lo que había quedado del pisco que habían tomado antes de partir. Y allí mismo acordaron que nadie diría nada, que si alguno hablaba, correría la misma suerte de los que acababan de asesinar.
A la mañana de ese día, Gloria Urra se levantó temprano, preparó el desayuno, y como los días anteriores, fue a la Tenencia a ver a su hermano Raúl. Esperaba encontrarse con todos los detenidos y sus familiares, sentarse junto a ellos y compartir la comida. Pero el calabozo estaba vacío. Ahora que lo estaban limpiando, se veía mucho más grande. A Hilda Bravo, la esposa del comerciante de frutas Alfonso Macaya, no le habían permitido verlo cuando lo encerraron dos días antes, así que esa mañana esperaba encontrarse con su marido. Pero le dijeron lo mismo que a las madres, esposas, hermanos e hijos de los 19 trabajadores que estuvieron allí hasta la noche anterior: que los habían trasladado al Regimiento de Los Ángeles.
Los familiares se agruparon y partieron a buscarlos. En el Regimiento de Los Ángeles no los encontraron. Pasaron por la cárcel, el gimnasio de IANSA; nada. Después, algunos se fueron a Concepción y preguntaron en el Estadio Regional, en la Isla Quiriquina, en Talcahuano; sus nombres no aparecieron en las listas de prisioneros. Pasaron los días y la desesperada búsqueda se repitió una y otra vez en Chillán, en Linares. Así fue por semanas, por años. Muchos gastaron sus ahorros recorriendo distintas ciudades del país, buscando y preguntando sin respuestas. Pasaron por Temuco hasta llegar a Santiago. Todo fue inútil: los 19 se habían esfumado.
Dos días después de la masacre, el sacerdote Félix Eicher acompañó al obrero de la CMPC, Luis Sáez, a Los Ángeles, según declaró ante el ministro Carlos Aldana, “para que los de Laja no le hicieran nada”. Los días previos habían allanado dos veces su casa buscándolo, pero no lo habían encontrado. “Así como se entregó Macaya, dile a tu marido que también lo haga”, le habría dicho el sargento Rodríguez a su esposa. El sacerdote lo convenció de que se entregara el 20 de septiembre de 1973. Ese mismo día quedó detenido. Seis años después, cuando encontraron a los otros 19 en el cementerio de Yumbel –donde habían sido llevados clandestinamente por Fernández y sus hombres–, los restos de Luis Sáez aparecieron en el Fundo San Juan.
EL PROCESO DE LOS FUSILEROS DE LAJA
Aunque habían pasado 38 años, muchos de los carabineros que trabajaron en la Tenencia de Laja en septiembre de 1973 pretendieron en 2011 mantener su juramento de silencio sobre lo ocurrido en la madrugada del 18 de septiembre de ese año . El sargento 1º (r) Gabriel González, por ejemplo, aseguró ante la PDI que no sabía nada de los 19 desaparecidos y que él sólo participó en algunas detenciones. Nada dijo de su pelea con Nelson Casanova esa madrugada justo antes de dispararles por la espalda. Y el mismo Casanova, quien según los testimonios se resistió a disparar, declaró: “En esa época había muy buena relación con los trabajadores de la CMPC, por lo que no tuve conocimiento de que hayan sido detenidos empleados de dicha empresa”.
Fueron los testimonios de los que sí decidieron confesar los que le permitieron al ministro en visita Carlos Aldana emitir en agosto de 2011 una orden de detención para los 14 funcionarios aún vivos que participaron en las detenciones y en la ejecución de los trabajadores asesinados en el Fundo San Juan. Después de eso, todos comenzaron a hablar. El 18 de ese mes, Aldana realizó con todos los detenidos la reconstitución de escena de la cadena de hechos que acabaron con la vida de los 19 trabajadores. Fue un día clave, dramático. Después de eso, no quedaron más dudas: luego de cuatro días, el ministro procesó a nueve de los carabineros por homicidio y a uno por encubrimiento. Otros tres, los que esa noche se quedaron en la guardia, fueron sobreseídos. A pesar de la crudeza de los crímenes, hoy todos están libres.
La siguiente es la lista de todos los carabineros involucrados y lo que ocurrió con ellos:
1.- Alberto Juan Fernández Michell: Teniente (r) de Carabineros. Fue el oficial a cargo de la Tenencia de Laja y el responsable de ejecutar las órdenes que provenían de Los Ángeles. Él ordenó y participó en las detenciones y la ejecución en el Fundo San Juan. Fue llamado a retiro de la institución en 1979, aduciendo “falta de vocación”. Fue procesado como autor de homicidio. Cuando todos los demás obtuvieron la libertad provisional, él quedó detenido por ser el oficial responsable. Su defensa apeló y salió libre luego de pagar una fianza de $300.000.
2.- Evaristo Garcés Rubilar: Era suboficial de Carabineros y el segundo al mando en la Tenencia de Laja, por lo que jugó un papel clave en la organización de las detenciones y la matanza de los 19 en el Fundo San Juan. Él se consiguió el lugar para la ejecución clandestina y contactó al agricultor alemán Peter Wilkens. Murió el 25 de diciembre de 1987 a los 60 años por un accidente vascular producto de la diabetes.
3.- Pedro Rodríguez Ceballos: Sargento de Carabineros. Estuvo a cargo de varias de las detenciones y tuvo un papel protagónico en la gestión de la ejecución. Estaba casado y tiempo después de lo que ocurrió esa noche, pasó a ser parte de la DINA. Murió el 22 de diciembre de 2002 el el Hospital Dipreca por un cáncer gástrico metastásico que le provocó una falla multiorgánica. Tenía 64 años.
4.- Lisandro Alberto Martínez García: Sargento 1º (r) de Carabineros. Si bien declaró en un principio no haber participados en la masacre porque en ese entonces trabajaba en la oficina de partes del cuartel, terminó aceptando su participación: “Todos portábamos fusiles y disparamos”, dijo. Fue procesado como autor de homicidio y salió en libertad provisional con una fianza de $300.000.
5.- Luis Antonio León Godoy: Sargento 2º (r) de Carabinero
s. Al principio dijo que habían sido los militares los que pasaron por la Tenencia y se llevaron a los 19 detenidos. Luego cambió su versión:“Cuando mi suboficial Garcés dio la orden, todos debimos disparar”, señaló. Fue procesado como autor de homicidio y salió en libertad provisional luego de pagar una fianza de $300.000.
6.- José Jacinto Otárola Sanhueza: Sargento (r) de Carabineros. En sus declaraciones aseguró que no había participado y que no estuvo la noche de la matanza. Pero en la reconstitución de escena, reconoció haber estado allí. Su función fue estar todo el tiempo en el jeep de la CMPC alumbrando lo que sucedía al frente suyo. Lo vio todo, pero no apretó el gatillo. Fue procesado por encubrimiento de homicidio y luego de pagar una fianza de $100.000, obtuvo su libertad provisional.
7.- Gerson Nilo Saavedra Reinike: Sargento 1º (r) de Carabineros. Fue uno de los primeros en prestar declaración y reconocer lo que sucedió la madrugada del 18 de septiembre de 1973. Esa noche se juntó con la caravana cuando ya estaban por llegar al Fundo San Juan. Lo procesaron por homicidio y obtuvo su libertad provisional después de pagar una fianza de $300.000.
8.- Florencio Osvaldo Olivares Dade: Sargento 2º (r) de Carabineros. También reconoció su participación desde el 11 de septiembre de 1973. “Fueron días difíciles, se dormía poco”, dijo. Es uno de los procesados por homicidio y tras pagar los $300.000 de la fianza, salió en libertad provisional.
9.- Pedro del Carmen Parra Utreras: Sargento 2º (r) de Carabineros. Apenas lo interrogaron, contó con detalles lo que sucedió esa noche. También fue procesado por homicidio y está con libertad provisional desde que pagó los $300.000 de su fianza.
10.- Gabriel Washington González Salazar: Sargento 1º (r) de Carabineros. Fue el hombre que se peleó antes de disparar, aunque cuando le tocó declarar, dijo que habían sido los militares. Después reconoció su participación. Los procesaron por homicidio y hoy está libre.
11.- Samuel Francisco Vidal Riquelme: Cabo 1º (r) de Carabineros. Fue el primero que rompió el pacto de silencio. Su testimonio fue clave para aclarar lo que pasó con los 19 trabajadores en Laja. Fue procesado por homicidio y también obtuvo su libertad tras pagar la fianza de $300.000.
12.- Víctor Manuel Campos Dávila: Perteneció por 30 años a Carabineros. En su primera declaración sólo dijo que después del 11 de septiembre, la Tenencia de Laja se mudó a dependencias de la CMPC. Después agregó que estuvo esa noche y que disparó cuando se lo ordenaron, pero que no lo hizo a los cuerpos. Es uno de los procesados por homicidio y hoy goza de libertad provisional.
13.- Nelson Casanova Salgado: Sargento 1º (r) de Carabineros. Había dicho que nunca había participado en un operativo de detención de trabajadores de la CMPC, pero se comprobó su participación. También procesado por homicidio, hoy está libre después de pagar la fianza.
14.- Luis Muñoz Cuevas: Cabo 1º (r) de Carabineros. Como esa noche se quedó haciendo guardia en el cuartel, el ministro Aldana lo sobreseyó de la investigación.
15.- Anselmo del Carmen San Martín Navarrete: Suboficial (r) de Carabineros. Su misión esa noche fue detener el tránsito en la zona del hospital para que pasara la caravana. Después volvió a la Tenencia y se quedó toda la noche allí. Es uno de los tres carabineros sobreseídos.
16.- Juan de Dios Oviedo Riquelme: Suboficial (r) de Carabineros. También se quedó esa noche de guardia en la Tenencia de Laja, por lo que fue sobreseído.
17.- Sergio Castillo Basaul: Suboficial de Carabineros. Si bien no participó en el fusilamiento, tuvo un rol activo al guiar las detenciones en San Rosendo, ya que el se desempeñaba en esa localidad y conocía a sus habitantes. Murió el 16 de septiembre de 2005 por una hemorragia digestiva masiva, várices esofágicas y cirrosis de laennec, la que produce el alcoholismo.
LUIS SÁEZ: EL FUSILADO Nº 20
La primera vez que los carabineros de la Tenencia de Laja fueron a buscar a Luis Sáez Espinoza (37 años) a su casa en la Población Mario Medina, fue el 11 de septiembre de 1973 a las 10:00. Además de empleado en la CMPC, Sáez era dirigente sindical y militante del MAPU. Por eso, apenas supo del Golpe, pasó a la clandestinidad. Como él no estaba cuando llegaron los carabineros, allanaron su casa frente a su esposa, Rosa Ibaca, y sus hijos. Tres horas después, la patrulla al mando del sargento Pedro Rodríguez Ceballos volvió en el jeep que la empresa del Grupo Matte les había proporcionado, con cascos y armamento largo. De nuevo allanaron su vivienda, pero esa vez se llevaron a Rosa. Apuntándola con sus fusiles, la llevaron donde unos vecinos y como nadie sabía dónde estaba Luis, la dejaron allí. Al día siguiente se repitió la escena.
El 14 de septiembre, el sargento Rodríguez llegó de nuevo a buscar a Luis y por tercera vez, no lo encontró. Ese fue el día en que le dio a su esposa el recado: que se entregara como ya lo había hecho el día anterior Alfonso Macaya. Minutos después llegaron unos asistentes sociales de la empresa para ver cómo estaba la familia y se comprometieron en hablar con el teniente Fernández Michell para que no allanaran más esa casa. Los niños estaban traumatizados.
Seis días después, el párroco de Laja, Félix Eicher, fue a hablar con la mujer. Le dijo que sabía dónde estaba Luis y que quería hablar con ella. El sacerdote la llevó en su camioneta. Cuando se encontraron, ella le dijo que debía entregarse. Luis tenía miedo, sabía que su vida peligraba, que sólo dos días antes el grupo de 19 detenidos había desaparecido sin dejar rastros. Para que no le pasara nada, el cura lo convenció de ir a Los Ángeles y no a la Tenencia de Laja. Él acepto. Ese mismo día, 20 de septiembre de 1973, poco antes del toque de queda, fueron en la camioneta del sacerdote hasta la Prefectura de Los Ángeles. Luis se bajó del vehículo, se presentó y allí quedó detenido. El sacerdote Eicher fue testigo.
Al día siguiente el mismo sacerdote le avisó al sargento Rodríguez que Luis ya se había entregado.
Rosa fue a dejarle ropa y comida en la oficina de la Cruz Roja, pero todo se lo devolvieron porque Luis no estaba en ningún centro de detención. Su esposa lo buscó durante años con la ayuda del sacerdote y el obispo de Los Ángeles, Orozimbo Fuenzalida, pero nada. Nunca más se supo de Luis.
La búsqueda se extendió hasta 1979, cuando la investigación que conducía el ministro en visita José Martínez llevó al paradero de los fusilados de Laja y San Rosendo, pero no a sus victimarios. Mientras que los demás habían sido llevados al Cementerio Parroquial de Yumbel, los restos de Luis aparecieron enterrados clandestinamente en el mismo lugar donde se llevó a cabo la masacre, en el Fundo San Juan, junto a un bosque de pinos de la CMPC. Tenía un orificio de bala y estaba amarrado con alambres.
En los documentos a los que tuvo acceso CIPER, aparece mencionado el Informe Policial Nº 988 del 15 de marzo de 2011. Según ese documento, se le preguntó a sus familiares directos, pero ellos dijeron que nunca les entregaron sus restos, por lo que aún Luis Sáez Espinoza es un detenido desaparecido.
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*Laja fica a uns 600 km de Santiago, rumo ao Sul. É uma área de terrenos dobrados, que são difíceis para a agricultura e a pecuária. Para evitar sua destruição, foi feito um projeto de reflorestamento com Pinus insignis e um grupo latifundiário aproveitou para criar uma pequena empresa de papel e celulose. Esse grupo tinha o antigo presidente da republica, Jorge Alessandri, em seu conselho diretor....
Com a eleição de Allende, este grupo sabia que ia ser expropriado pois as terras que ocupavam eram pertencentes aos indígenas Mapuches.
Apoiaram o golpe militar de Pinochet e entregaram 14 empregados seus para os carabineiros fuzilarem. Uns dos que comandou o fuzilamento era um cidadão alemão de nome Peter Wilkens, talvez de passado nazista... Ele foi "vingado" por um parente das vítimas junto ao seu mordomo em 1985 com um tiro de espingarda calibre 12....
Todo o setor de celulose e papel é mega-monopólico, por isso se diz que está ligado às coroas nórdicas e inglesa (Canadá). O Chile funciona pelo Cobre que também é de propriedade anglo(canadense). Aqui entre nós a Compañia Manufactora de Papel y Celulosa - CMPC Riograndense, em Guaiba comprou da coroa britanica a Aracruz Celulose-Fibria e agora vai concentrar capital através de sua magnificação....
**Engenheiro Agrônomo e Florestal, Ambientalista e escritor
Por : Juan Pablo Figueroa
En Reportajes de investigaciónPublicado: 13.01.
Fue una cacería. En septiembre de 1973 los carabineros de la Tenencia de Laja apresaron a 14 trabajadores de la Papelera y Ferrocarriles, a dos estudiantes secundarios y dos profesores, a los que llevaron al Fundo San Juan donde los ejecutaron y enterraron clandestinamente. Todos los policías habían bebido copiosamente pisco que les envió la CMPC, la que también aportó vehículos para la caravana de la muerte encabezada por el agricultor Peter Wilkens. A pesar de la desesperada búsqueda de sus familiares, el pacto de silencio sobre lo que ocurrió aquella noche se mantuvo hasta agosto del año pasado.
Vea lo que ocurrió con el trabajador de la CMPC Luis Saez.
“Como era arena no era difícil cavar. Hicimos una zanja de 2 a 3 metros de largo por 1,5 de profundidad. Luego bajamos de los vehículos a los 19 detenidos. A algunos los arrodillamos frente a la zanja; a los otros los dejamos de pie. Estaban delante de nosotros, dándonos la espalda. Recuerdo muy bien cuando el carabinero Gabriel González discutió fuertemente con Nelson Casanova, porque éste último no quería disparar. Fue tanto que yo me metí y le dije a González que si le hacía algo a Casanova, yo le dispararía a él con el fusil Sig que tenía en la mano. Era tanta la tensión. Todos estábamos muy alterados, pero igual cuando el oficial dio la orden, procedimos a disparar. Todos disparamos, y cuando digo todos, incluyo al teniente Alberto Fernández Michell. Les disparamos por la espalda.
Algunos cayeron directamente al foso. A otros, ya muertos, los tuvimos que empujar para que cayeran o bien los tomamos y tiramos al foso. Quedaron uno encima del otro. Luego los tapamos con la misma arena y algunas ramas y tomamos rumbo a Laja. Cuando llegamos a la Tenencia, seguimos tomando el pisco y las bebidas que el teniente había traído del casino de la planta papelera de la CMPC. Recién entonces los que quedaron en la guardia supieron lo que había pasado. Fernández dio la orden de guardar silencio. Después todo siguió como si nada”.
El cabo 1º (r) Samuel Vidal Riquelme fue el primero que quebró el pacto. Por 38 años guardó el secreto de lo que pasó la madrugada del 18 de septiembre de 1973 con los 19 trabajadores que durante los cinco días previos él y sus compañeros de la Tenencia de Laja aprehendieron en esa localidad y San Rosendo para luego meterlos en un pequeño calabozo, torturarlos y después, esa noche, ejecutarlos clandestinamente en un bosque cerca del Puente Perales, en el Fundo San Juan.
La primera vez que Vidal habló sobre lo que pasó esa noche fue en 1979, cuando el Arzobispado de Concepción presentó una querella contra los carabineros de la Tenencia y el entonces ministro en visita de la Corte de Apelaciones de Concepción, José Martínez Gaensly, lo entrevistó. Pero esa vez dijo lo mismo que sus 15 compañeros de la Tenencia de Laja: que a los prisioneros los habían llevado al Regimiento de Los Ángeles.
Martínez preguntó a los militares de ese regimiento por los 19 trabajadores, pero ellos aseguraron que nunca ingresaron allí. Entonces volvió a hablar con los carabineros. Aunque cambiaron la versión, todos dijeron lo mismo: que los habían subido a una micro que les había facilitado la Compañía Manufacturera de Papeles y Cartones (CMPC) y que en el camino a Los Ángeles se los habrían entregado a una “patrulla fantasma” de militares. Que desde entonces les perdieron la pista.
Para algo sirvieron las indagaciones de Martínez: se supo que los cuerpos estaban en una fosa común del Cementerio Parroquial de Yumbel. Que los habían llevado allí en octubre de 1973, sin que nadie supiera, cuando los sacaron del hoyo donde los habían enterrado después de que un agricultor denunciara a Carabineros de Yumbel que sus perros mordisqueaban unos restos humanos. El parte con la denuncia llegó al Juzgado de Letras de Mayor Cuantía de la localidad, pero la juezaCorina Mera ordenó que se guardara en la caja de fondos. Nunca se investigó.
Sin saber cómo habían llegado los cuerpos al cementerio ni quién los había ejecutado, los restos fueron identificados, y entregados a sus familiares que por seis años los habían buscado sin tregua. En marzo de 1980, Martínez se declaró incompetente y remitió los antecedentes a la Fiscalía Militar Ad Hoc de Concepción. En tres meses la causa fue sobreseída y a fines de 1981, la Corte Suprema ratificó el sobreseimiento. Esa fue la acción de la justicia.
27 años después, la Asociación de Familiares de Ejecutados Políticos (AFEP) y el Programa de Continuación Ley 19.123, del Ministerio del interior, solicitaron a la Corte de Apelaciones de Concepción la reapertura de la causa. Después de revisar los antecedentes, el ministro Carlos Aldana dejó sin efecto la resolución que sobreseyó definitivamente a los carabineros denunciados y la ratificación de ese fallo por parte de la Corte Suprema. Se reabrieron así el sumario y la investigación bajo la causa rol 27-2010.
CIPER tuvo acceso a las declaraciones y documentos de esa investigación. Entre ellos está laconfesión del cabo Samuel Vidal el 14 de junio de 2011 ante la Policía de Investigaciones (PDI). Desde entonces comenzaron a surgir uno a uno los detalles sobre el destino de los 19 trabajadores que él y sus compañeros asesinaron por la espalda la madrugada del 18 de septiembre de 1973. Así se supo de los operativos de captura, de la ejecución en un descampado y del apoyo y financiamiento que dieron para su exterminio un importante empresario de la zona y en especial la CMPC de la zona, empresa presidida en ese entonces por el ex Presidente Jorge Alessandri y cuyoprincipal accionista era el empresario Eliodoro Matte Ossa.
El juramento que los carabineros de la Tenencia de Laja hicieron en noviembre de 1973 en el Puente Perales, cuando su oficial a cargo, el teniente Alberto Fernández Michell, se iba destinado a Antofagasta, se había roto: “Que si alguien abría la boca, había que pitiárselo entre los mismos compañeros”.
15/9/73: CACERÍA EN SAN ROSENDO
El maquinista de Ferrocarriles Luis Alberto Araneda fue al mediodía a la Casa de Máquinas de San Rosendo para ver si estaba en “tabla”. Era lo que hacía todos los días cuando no le tocaba viajar la jornada anterior. Cuando llegó, vio a través de sus lentes de marco negro y grueso el papel que indicaba el itinerario de los trenes que saldrían ese día. Buscó su nombre, pero no aparecía entre los que tenían programado viajar ese sábado 15 de septiembre de 1973. Entonces comenzó la caminata de vuelta a su hogar en la Población Quinta Ferroviaria.
-Devuélvase al trabajo, que lo andan buscando los carabineros, a usted y a Juan Acuña –le dijo su vecino Eusebio Suárez, preocupado, cuando lo vio llegar.
Pero Luis Alberto no le hizo caso. Le respondió que su máquina estaba en la Maestranza, así que no tenía nada que hacer ese día allá. Además, si lo buscaban, no tenía por qué preocuparse. El día anterior había llegado de un viaje al sur y apenas supo que Carabineros requería que militantes y dirigentes sindicales se presentaran, Luis Alberto fue al Retén de San Rosendo. Allí le pidieron sus datos. En un papel escribieron su nombre, su RUT, que tenía 43 años, que era militante del Partido Socialista (PS), que presidía la Junta de Abastecimientos y Precios (JAP) y que era dirigente sindical de la Federación Santiago Watt de Ferrocarriles del Estado. Después le dijeron que podía retirarse. Luis Alberto volvió a su casa y no pensó más en eso, ni siquiera cuando Eusebio le dijo al día siguiente en la calle que lo buscaban, que hacía sólo unos minutos una patrulla de policías de Laja le había preguntado por él y que les había dicho dónde vivía.
Cuando estaba por llegar a su hogar, su esposa lo vio venir a través de la ventana con su vestón gris a rayas, su pantalón café, sus zapatos negros y sus anteojos del mismo color. También vio como seis o siete carabineros con cascos le cerraron el paso, levantaron sus fusiles y lo apuntaron justo cuando estaba por abrir la reja. Luis Alberto quedó tieso. Ella no lo pensó y salió gritando a los policías para que la dejaran, al menos, despedirse. Luis Alberto, que ya tenía las manos amarradas a la espalda, le dijo que sacara de su bolsillo el dinero y su reloj. Ella lo hizo. Luego vio como se lo llevaban. Faltaba poco para las 16:00 horas. La cacería en San Rosendo recién comenzaba.
Como la patrulla que comandaba el teniente Fernández venía de Laja y no conocía a quiénes debía detener, el carabinero Sergio Castillo Basaul, del retén de San Rosendo, les sirvió de guía. No había una lista formal ni órdenes de aprehensión: la orden que vino de la Comisaría de Los Ángeles fue detener a todos los dirigentes de la Unidad Popular (UP). Si Castillo, que los conocía, decía que alguno de los vecinos debía ser detenido, de inmediato lo apuntaban, lo amarraban y se lo llevaban.
Juan Antonio Acuña, 33 años, tres hijos, también maquinista y dirigente del sindicato de Ferrocarriles, fue el siguiente en la lista. Lo fueron a buscar a su casa una hora después, cuando estaba por sentarse a tomar once con su familia. La misma patrulla que había llegado a pie desde Laja se metió a la fuerza y lo sacó a punta de cañón. Luego le tocó al empleado de la Compañía Manufacturera de Papeles y Cartones (CMPC), Dagoberto Garfias, de 23 años. A él le siguieron Mario Jara (21) que estaba en su casa con su mamá y su abuela; Raúl Urra (23), que también estaba en su domicilio; y el director de la Escuela 45 de San Rosendo, Óscar Sanhueza (23).
Todos fueron llevados a la Plaza de San Rosendo, donde los esperaba otro detenido: Jorge Zorrilla, un obrero minero de 25 años que trabajaba en Argentina y que estaba pasando en Chile sus vacaciones. Él, al igual que Luis Alberto Araneda, se presentó voluntariamente ante Carabineros. De inmediato lo apresaron y cuando llegaron los demás, la patrulla los amarró y se los llevó a pie por el puente peatonal que unía San Rosendo con Laja. Al otro lado los esperaba una micro, una de las tantas cortesías de la CMPC con la patrulla comandada por el teniente Fernández Michell, el oficial a cargo de la Tenencia de Laja. Una vez arriba del bus, se los llevaron.
11/9/73: LAS PRIMERAS ÓRDENES
Aunque fue el primero en ser detenido, el teniente (r) Fernández Michell fue el último de los miembros de la Tenencia de Laja en declarar ante el Tribunal. El 16 de agosto del año pasado fue detenido en Iquique, donde trabajaba como instructor en una escuela de conducción. Y cuando el día siguiente rompió el pacto de silencio que él mismo propuso después de la ejecución, partió por el principio:
“Estaba en mi domicilio entregado por la CMPC cuando recibí la noticia del Golpe Militar. Había llegado a la Tenencia de Laja a mediados de 1973 como subteniente subrogante, y como no había oficial, quedé de jefe. Tenía 22 años. Para el 11 de septiembre yo era la autoridad policial, y apenas supe del Golpe, mientras esperaba órdenes, llamé al acuartelamiento de todos los carabineros. Eso lo coordinaron el suboficial mayor Evaristo Garcés Rubilar y el sargento Pedro Rodríguez Ceballos, que me seguían en el mando”.
“Esa misma mañana recibí la orden por parte de la Jefatura de Los Ángeles para que detuviera a todas las autoridades de gobierno, subdelegados y al alcalde. La acción se cumplió sin problemas y después de detenerlos en nuestra unidad, fueron derivados al Regimiento de Los Ángeles en buses facilitados por la Papelera, porque ya tenía mucha gente en el cuartel. Días después, mi superior en Los Ángeles, el comisario Aroldo Solari Sanhueza, me ordenó comenzar a detener a todos los activistas de la comuna. Como la CMPC tenía una planta química, los activistas podían tomársela y actuar en nuestra contra. Esa fue la información que me llegó de inteligencia militar. Uno de esos días llegó el coronel de Ejército Alfredo Rehern Pulido para reiterar la orden. Les ordené a lossuboficiales Garcés y Rodríguez que procedieran con el personal a realizar esa labor, porque ellos conocían más a esas personas”.
Desde que Salvador Allende asumió la presidencia en 1970, la CMPC formaba parte de la lista de empresas que el gobierno pretendía expropiar. Por eso, el mismo día del Golpe, una patrulla comandada por Fernández Michell fue hasta la planta que la Papelera tenía –y aún tiene– en Laja. Eran las 16:00 horas cuando los cerca de 300 funcionarios que salían de su jornada se encontraron con Fernández, Garcés, Rodríguez y otros miembros de la Tenencia. Los hicieron formarse en filas. La patrulla tenía en sus manos una lista que el superintendente de la planta Carlos Ferrer y el jefe de personal Humberto Garrido, habían preparado: esos eran los “activistas”.
Los que figuraban en la nómina fueron separados y llevados a golpes y apuntados por fusiles al edificio contiguo, donde funcionaba el policlínico de la empresa. Allí los volvieron a golpear. Después los subieron a vehículos de la CMPC y se los llevaron al cuartel. Todos ellos fueron derivados después, en la misma micro de la empresa del Grupo Matte, a Los Ángeles. Entre ellos estaba Eduardo Cuevas, un mecánico de mantención de la Papelera y militante del MIR que se sumó voluntariamente a la reconstitución de escena que llevó a cabo el ministro Aldana el 18 de agosto del año pasado. Antes de que se lo llevaran, Fernández lo agarró y se los mostró a sus compañeros de trabajo aún formados en la fila: “¡Véanlo por última vez!”, les gritó.
Después de poco más de un año y tres meses en centros de detención y tortura, y luego de pasar por un Consejo de Guerra, a Eduardo Cuevas se le volvió a ver. Una “suerte” que los que fueron cazados los días siguientes no tuvieron.
13 y 14/9/73: LA CAÍDA DEL ESTUDIANTE Y LOS OBREROS
Lo primero que hizo la patrulla que ese día encabezaba el sargento Pedro Rodríguez Ceballos, fue ir a la Estación de Trenes. En el andén, Manuel Becerra se despedía de su mamá, su abuela, su hermano y su prima. Eran las 8:00 y en sólo unos minutos saldría el tren que lo llevaría de vuelta a Curacautín, donde cursaba la enseñanza media en la Escuela Industrial. Estaba a punto de abordar cuando los carabineros lo agarraron. Entre los gritos de sus familiares, Manuel Becerra fue sacado a golpes de la estación, lo subieron al jeep que la CMPC les había otorgado para que se movilizaran, y se lo llevaron a la Tenencia de Laja. Era el 13 de septiembre de 1973. Mario tenía 18 años.
En cosa de minutos le avisaron a su papá, que trabajaba en las oficinas de Transportes Cóndor. Apenas supo, le pidió a su jefe que hablara con Carabineros y gestionara su liberación. Él fue a la Tenencia y habló con el guardia de turno, pero le dijeron que ya habían registrado su detención en los libros correspondientes. Después le dirían a su padre que lo habían detenido porque “militaba con los miristas”. Manuel ya había sido detenido antes, durante la campaña para las elecciones parlamentarias de 1973, por pintar junto a otros amigos consignas del MIR en Laja. El joven quedó detenido.
El siguiente en la lista fue Luis Armando Ulloa, 41 años, casado, cinco hijos, militante del Partido Comunista (PC) y obrero maderero de la Barraca Burgos de Laja, adonde lo fueron a buscar. Eran las 8:30. Como su hijo mayor trabajaba con él, lo primero que hicieron sus compañeros fue avisarle apenas llegó, porque justo cuando se lo llevaron no estaba. Él corrió a su casa y le avisó a su madre aún convaleciente del último parto. Tampoco pudieron hacer nada por sacarlo.
Esa tarde, los carabineros volvieron a la CMPC. Apenas puso un pie afuera de la planta, Juan de Dios Villarroel fue secuestrado por la patrulla de Rodríguez. Tenía 34 años, cuatro hijos y la mala fortuna de trabajar en una empresa que elaboró una lista negra con los nombres de sus propios empleados. En esa misma nómina estaban sus compañeros de trabajo Jack Gutiérrez, militante del MAPU; Heraldo Muñoz, del PS; y Federico Riquelme. A todos los llevaron a la Tenencia, donde se sumó el comerciante de frutas y verduras y regidor del Municipio, Alfonso Macaya, que llegó voluntariamente después de oír en una radio local que lo andaban buscando. A él lo dejaron libre al día siguiente, pero el 15 de septiembre lo fueron a buscar de nuevo a la casa de sus suegros. Nunca regresó.
El 14 de septiembre, Rodríguez salió de nuevo a las calles en el jeep de la CMPC. No tuvo que alejarse mucho, porque a los dos hombres que se sumaron ese día al grupo de detenidos políticos, los encontró saliendo de su trabajo en la planta papelera. Uno era Wilson Muñoz. El otro, Fernando Grandón, que a sus 34 años ya tenía ocho hijos.
16 y 17/9/73: LA PEQUEÑA TENENCIA
Muy probablemente, la Tenencia de Laja nunca tuvo tantas visitas como esos días. Para la noche del 15 de septiembre de 1973, en el calabozo de aquella construcción en Las Viñas Nº 104 que Fernández recuerda como “dos mediaguas grandes a las que se le habían hecho unos agregados”,había 17 personas detenidas: a los siete que trajeron de San Rosendo y a los nueve que secuestraron en Laja, se había sumado esa tarde el director del Sindicato Industrial de la CMPC, Jorge Lamana, que se presentó en la Tenencia de forma voluntaria.
Desde que comenzaron las detenciones, sus padres, hermanos e hijos los fueron a visitar con la autorización del oficial a cargo del recinto. La esposa de Fernando Grandón llegó el mismo día que lo detuvieron a verlo por primera vez. Cuando lo vio, lo notó asustado, pero sin lesiones. La hija mayor de Luis Armando Ulloa también fue a verlo y cuando lo encontró en medio del grupo, se dio cuenta que le habían cortado el pelo a tijeretazos. Pero la peor parte se la llevaron los de San Rosendo. Todos ellos tenían moretones, rasguños y mordeduras de perros. Jorge Zorrilla, el minero detenido en sus vacaciones, dijo a uno de los familiares de los detenidos que también los habían sentado en la pica.
El 16 de septiembre llegaron a la celda los últimos dos miembros del grupo. A Juan Carlos Jara, de 17 años, lo agarró la patrulla de Pedro Rodríguez cuando peleaba con otros jóvenes en la calle. A Rubén Campos, director de la Escuela Consolidada de Laja, lo sacaron de su casa y de ahí fue directo al calabozo.
Hasta el 17 de septiembre, las visitas a los prisioneros continuaron. En las mañanas llegaban casi todos los familiares con el desayuno recién hecho y ropa limpia. Más tarde les llevaban almuerzo y en la noche la cena. También los visitaba el párroco de Laja, el sacerdote Félix Eicher, que ingenuamente había acompañado a algunos de los que se presentaron voluntariamente a la Tenencia para que “arreglaran sus problemas”. Y cada vez que iban intentaban convencer a los carabineros de que los soltaran. Los presos les decían que estuvieran tranquilos, que pronto saldrían de allí. La noche de la víspera de fiestas patrias, el teniente Fernández Michell recibió una orden.
“Estaba cenando en el comedor cuando el suboficial Garcés me dijo que el mayor Solari, el comisario de Los Ángeles, estaba al teléfono. Estaba muy molesto conmigo porque había mandado mucha gente al regimiento sin preguntarle. Yo lo había hecho por un tema de espacio. Me asustó que estuviera enojado, porque yo me había casado sin permiso de mis superiores y estaba esperando a mi primera hija, así que tenía que hacer lo que me dijera, si no me arriesgaba a otra sanción. Me preguntó cuántos detenidos tenía en la unidad. Le dije que había 19 personas. Me dio la orden de “eliminarlos”. Me dijo que si no lo hacía, tendría que atenerme a las consecuencias. Luego cortó. De inmediato llamé a Garcés y Rodríguez y les dije que alistaran al personal”.
18/9/73: MATANZA EN EL BOSQUE
Los hombres que seguían a Fernández en la cadena de mando hicieron unas llamadas y en sólo minutos consiguieron cordeles, alambres, palas, vehículos y hasta un lugar alejado donde llevar a cabo la masacre. Tenían carabinas y fusiles para todos los funcionarios de la Tenencia. También el alcohol que les dio la CMPC. El plan para matar a los 19 ya estaba en curso.
“Cuando nos llamaron al cuartel, ya había comenzado el toque de queda. Al llegar, nos juntaron en una sala que usábamos de comedor y nos ordenaron beber pisco en abundante cantidad. Estábamos casi todos los integrantes de la Tenencia de Laja, desde el teniente Fernández Michell, hacia abajo. Los que no llegaron al cuartel, se unirían más tarde a nosotros. Después de tomar, el teniente Fernández nos dijo que sacáramos a los 19 detenidos de los calabozos de la Tenencia. Les amarramos las manos atrás de sus espaldas con cáñamo y alambres de fardo de pastos, los llevamos afuera y los subimos al bus de la CMPC. Yo tuve que custodiar el interior del bus. Por eso llevaba mi fusil Sig en las manos. Tomamos la carretera hacia Los Ángeles. Al frente de la caravana iban en un jeep Fernández, Garcés y Peter Wilkens, un agricultor alemán de la zona”.
Hasta que el cabo Samuel Vidal declarara en junio de 2011, el nombre de Wilkens jamás apareció en la investigación. Después de él, Fernández y varios carabineros ratificaron su participación en la matanza de esa noche. Antes no se sabía que Garcés lo había llamado, que había acompañado a Fernández en el jeep de la CMPC que lideraba la caravana ni que pasado el Puente Perales, después de una curva en el camino entre Laja y Los Ángeles, fue él quien le dijo que doblara a la derecha y que se detuviera 300 metros más allá, en un claro junto a un bosque de pinos. Como sólo los carabineros que estuvieron esa noche y juraron silencio sabían que Wilkens había estado allí, nadie relacionó el hecho cuando en 1985 un joven de 19 años llamado Arturo Arriagada, sin antecedentes, ingresó a su fundo en Laja, mató a su mayordomo, ingresó a su habitación y le dio un escopetazo. Después subió los cadáveres a su furgón y los sepultó el borde del camino, muy cerca de donde esa noche sepultaron a los detenidos de Laja y San Rosendo.
Según un reportaje que publicó Contacto cuando en 2001 se estaba por abolir la pena de muerte en Chile, Arriagada fue condenado a cadena perpetua y para entonces, por su buena conducta, había sido incorporado al Centro de Educación y Trabajo (CET) de Concepción. Para su acto criminal, la justicia sí funcionó. Wilkens, en cambio, murió sin que nadie lo interpelara por haber sido cómplice y haber guiado y observado como un grupo de policías fusilaba a 19 obreros la madrugada del 18 de septiembre de 1973 en el Fundo San Juan. Una noche que el sargento 2º (r) Pedro Parrarecuerda muy bien:
“No había militares ni agentes de la DINA; sólo estábamos los de la Tenencia, menos los tres que se quedaron en la guardia. Cuando nos detuvimos, la camioneta quedó muy cerca de unos arbustos. La noche estaba clara y había luna, pero igual se usaron las luces de los vehículos. Con la pelea entreGabriel González y Nelson Casanova, recién tomé el peso de lo que estaba pasando. Ya estaba todo decidido. El teniente Fernández Michell no decía nada; era uno más del grupo. Los detenidos estaban frente a nosotros con sus manos atadas. Yo tenía una carabina Mauser. Cuando Fernández dio la orden, todos apuntamos a los detenidos que nos habían asignado. Ninguno de ellos se quejaba o decía algo. Entonces dieron la orden de disparar. Todos lo hicimos”.
18/9/73: DESPUÉS DE LA MASACRE
Los cadáveres quedaron bajo tierra. El grupo de carabineros subió a los vehículos y volvió al cuartel de Laja. Todos recuerdan que fue un momento extraño, que nadie se atrevió a decir algo. Cuando llegaron, se bebieron lo que había quedado del pisco que habían tomado antes de partir. Y allí mismo acordaron que nadie diría nada, que si alguno hablaba, correría la misma suerte de los que acababan de asesinar.
A la mañana de ese día, Gloria Urra se levantó temprano, preparó el desayuno, y como los días anteriores, fue a la Tenencia a ver a su hermano Raúl. Esperaba encontrarse con todos los detenidos y sus familiares, sentarse junto a ellos y compartir la comida. Pero el calabozo estaba vacío. Ahora que lo estaban limpiando, se veía mucho más grande. A Hilda Bravo, la esposa del comerciante de frutas Alfonso Macaya, no le habían permitido verlo cuando lo encerraron dos días antes, así que esa mañana esperaba encontrarse con su marido. Pero le dijeron lo mismo que a las madres, esposas, hermanos e hijos de los 19 trabajadores que estuvieron allí hasta la noche anterior: que los habían trasladado al Regimiento de Los Ángeles.
Los familiares se agruparon y partieron a buscarlos. En el Regimiento de Los Ángeles no los encontraron. Pasaron por la cárcel, el gimnasio de IANSA; nada. Después, algunos se fueron a Concepción y preguntaron en el Estadio Regional, en la Isla Quiriquina, en Talcahuano; sus nombres no aparecieron en las listas de prisioneros. Pasaron los días y la desesperada búsqueda se repitió una y otra vez en Chillán, en Linares. Así fue por semanas, por años. Muchos gastaron sus ahorros recorriendo distintas ciudades del país, buscando y preguntando sin respuestas. Pasaron por Temuco hasta llegar a Santiago. Todo fue inútil: los 19 se habían esfumado.
Dos días después de la masacre, el sacerdote Félix Eicher acompañó al obrero de la CMPC, Luis Sáez, a Los Ángeles, según declaró ante el ministro Carlos Aldana, “para que los de Laja no le hicieran nada”. Los días previos habían allanado dos veces su casa buscándolo, pero no lo habían encontrado. “Así como se entregó Macaya, dile a tu marido que también lo haga”, le habría dicho el sargento Rodríguez a su esposa. El sacerdote lo convenció de que se entregara el 20 de septiembre de 1973. Ese mismo día quedó detenido. Seis años después, cuando encontraron a los otros 19 en el cementerio de Yumbel –donde habían sido llevados clandestinamente por Fernández y sus hombres–, los restos de Luis Sáez aparecieron en el Fundo San Juan.
EL PROCESO DE LOS FUSILEROS DE LAJA
Aunque habían pasado 38 años, muchos de los carabineros que trabajaron en la Tenencia de Laja en septiembre de 1973 pretendieron en 2011 mantener su juramento de silencio sobre lo ocurrido en la madrugada del 18 de septiembre de ese año . El sargento 1º (r) Gabriel González, por ejemplo, aseguró ante la PDI que no sabía nada de los 19 desaparecidos y que él sólo participó en algunas detenciones. Nada dijo de su pelea con Nelson Casanova esa madrugada justo antes de dispararles por la espalda. Y el mismo Casanova, quien según los testimonios se resistió a disparar, declaró: “En esa época había muy buena relación con los trabajadores de la CMPC, por lo que no tuve conocimiento de que hayan sido detenidos empleados de dicha empresa”.
Fueron los testimonios de los que sí decidieron confesar los que le permitieron al ministro en visita Carlos Aldana emitir en agosto de 2011 una orden de detención para los 14 funcionarios aún vivos que participaron en las detenciones y en la ejecución de los trabajadores asesinados en el Fundo San Juan. Después de eso, todos comenzaron a hablar. El 18 de ese mes, Aldana realizó con todos los detenidos la reconstitución de escena de la cadena de hechos que acabaron con la vida de los 19 trabajadores. Fue un día clave, dramático. Después de eso, no quedaron más dudas: luego de cuatro días, el ministro procesó a nueve de los carabineros por homicidio y a uno por encubrimiento. Otros tres, los que esa noche se quedaron en la guardia, fueron sobreseídos. A pesar de la crudeza de los crímenes, hoy todos están libres.
La siguiente es la lista de todos los carabineros involucrados y lo que ocurrió con ellos:
1.- Alberto Juan Fernández Michell: Teniente (r) de Carabineros. Fue el oficial a cargo de la Tenencia de Laja y el responsable de ejecutar las órdenes que provenían de Los Ángeles. Él ordenó y participó en las detenciones y la ejecución en el Fundo San Juan. Fue llamado a retiro de la institución en 1979, aduciendo “falta de vocación”. Fue procesado como autor de homicidio. Cuando todos los demás obtuvieron la libertad provisional, él quedó detenido por ser el oficial responsable. Su defensa apeló y salió libre luego de pagar una fianza de $300.000.
2.- Evaristo Garcés Rubilar: Era suboficial de Carabineros y el segundo al mando en la Tenencia de Laja, por lo que jugó un papel clave en la organización de las detenciones y la matanza de los 19 en el Fundo San Juan. Él se consiguió el lugar para la ejecución clandestina y contactó al agricultor alemán Peter Wilkens. Murió el 25 de diciembre de 1987 a los 60 años por un accidente vascular producto de la diabetes.
3.- Pedro Rodríguez Ceballos: Sargento de Carabineros. Estuvo a cargo de varias de las detenciones y tuvo un papel protagónico en la gestión de la ejecución. Estaba casado y tiempo después de lo que ocurrió esa noche, pasó a ser parte de la DINA. Murió el 22 de diciembre de 2002 el el Hospital Dipreca por un cáncer gástrico metastásico que le provocó una falla multiorgánica. Tenía 64 años.
4.- Lisandro Alberto Martínez García: Sargento 1º (r) de Carabineros. Si bien declaró en un principio no haber participados en la masacre porque en ese entonces trabajaba en la oficina de partes del cuartel, terminó aceptando su participación: “Todos portábamos fusiles y disparamos”, dijo. Fue procesado como autor de homicidio y salió en libertad provisional con una fianza de $300.000.
5.- Luis Antonio León Godoy: Sargento 2º (r) de Carabinero
s. Al principio dijo que habían sido los militares los que pasaron por la Tenencia y se llevaron a los 19 detenidos. Luego cambió su versión:“Cuando mi suboficial Garcés dio la orden, todos debimos disparar”, señaló. Fue procesado como autor de homicidio y salió en libertad provisional luego de pagar una fianza de $300.000.
6.- José Jacinto Otárola Sanhueza: Sargento (r) de Carabineros. En sus declaraciones aseguró que no había participado y que no estuvo la noche de la matanza. Pero en la reconstitución de escena, reconoció haber estado allí. Su función fue estar todo el tiempo en el jeep de la CMPC alumbrando lo que sucedía al frente suyo. Lo vio todo, pero no apretó el gatillo. Fue procesado por encubrimiento de homicidio y luego de pagar una fianza de $100.000, obtuvo su libertad provisional.
7.- Gerson Nilo Saavedra Reinike: Sargento 1º (r) de Carabineros. Fue uno de los primeros en prestar declaración y reconocer lo que sucedió la madrugada del 18 de septiembre de 1973. Esa noche se juntó con la caravana cuando ya estaban por llegar al Fundo San Juan. Lo procesaron por homicidio y obtuvo su libertad provisional después de pagar una fianza de $300.000.
8.- Florencio Osvaldo Olivares Dade: Sargento 2º (r) de Carabineros. También reconoció su participación desde el 11 de septiembre de 1973. “Fueron días difíciles, se dormía poco”, dijo. Es uno de los procesados por homicidio y tras pagar los $300.000 de la fianza, salió en libertad provisional.
9.- Pedro del Carmen Parra Utreras: Sargento 2º (r) de Carabineros. Apenas lo interrogaron, contó con detalles lo que sucedió esa noche. También fue procesado por homicidio y está con libertad provisional desde que pagó los $300.000 de su fianza.
10.- Gabriel Washington González Salazar: Sargento 1º (r) de Carabineros. Fue el hombre que se peleó antes de disparar, aunque cuando le tocó declarar, dijo que habían sido los militares. Después reconoció su participación. Los procesaron por homicidio y hoy está libre.
11.- Samuel Francisco Vidal Riquelme: Cabo 1º (r) de Carabineros. Fue el primero que rompió el pacto de silencio. Su testimonio fue clave para aclarar lo que pasó con los 19 trabajadores en Laja. Fue procesado por homicidio y también obtuvo su libertad tras pagar la fianza de $300.000.
12.- Víctor Manuel Campos Dávila: Perteneció por 30 años a Carabineros. En su primera declaración sólo dijo que después del 11 de septiembre, la Tenencia de Laja se mudó a dependencias de la CMPC. Después agregó que estuvo esa noche y que disparó cuando se lo ordenaron, pero que no lo hizo a los cuerpos. Es uno de los procesados por homicidio y hoy goza de libertad provisional.
13.- Nelson Casanova Salgado: Sargento 1º (r) de Carabineros. Había dicho que nunca había participado en un operativo de detención de trabajadores de la CMPC, pero se comprobó su participación. También procesado por homicidio, hoy está libre después de pagar la fianza.
14.- Luis Muñoz Cuevas: Cabo 1º (r) de Carabineros. Como esa noche se quedó haciendo guardia en el cuartel, el ministro Aldana lo sobreseyó de la investigación.
15.- Anselmo del Carmen San Martín Navarrete: Suboficial (r) de Carabineros. Su misión esa noche fue detener el tránsito en la zona del hospital para que pasara la caravana. Después volvió a la Tenencia y se quedó toda la noche allí. Es uno de los tres carabineros sobreseídos.
16.- Juan de Dios Oviedo Riquelme: Suboficial (r) de Carabineros. También se quedó esa noche de guardia en la Tenencia de Laja, por lo que fue sobreseído.
17.- Sergio Castillo Basaul: Suboficial de Carabineros. Si bien no participó en el fusilamiento, tuvo un rol activo al guiar las detenciones en San Rosendo, ya que el se desempeñaba en esa localidad y conocía a sus habitantes. Murió el 16 de septiembre de 2005 por una hemorragia digestiva masiva, várices esofágicas y cirrosis de laennec, la que produce el alcoholismo.
LUIS SÁEZ: EL FUSILADO Nº 20
La primera vez que los carabineros de la Tenencia de Laja fueron a buscar a Luis Sáez Espinoza (37 años) a su casa en la Población Mario Medina, fue el 11 de septiembre de 1973 a las 10:00. Además de empleado en la CMPC, Sáez era dirigente sindical y militante del MAPU. Por eso, apenas supo del Golpe, pasó a la clandestinidad. Como él no estaba cuando llegaron los carabineros, allanaron su casa frente a su esposa, Rosa Ibaca, y sus hijos. Tres horas después, la patrulla al mando del sargento Pedro Rodríguez Ceballos volvió en el jeep que la empresa del Grupo Matte les había proporcionado, con cascos y armamento largo. De nuevo allanaron su vivienda, pero esa vez se llevaron a Rosa. Apuntándola con sus fusiles, la llevaron donde unos vecinos y como nadie sabía dónde estaba Luis, la dejaron allí. Al día siguiente se repitió la escena.
El 14 de septiembre, el sargento Rodríguez llegó de nuevo a buscar a Luis y por tercera vez, no lo encontró. Ese fue el día en que le dio a su esposa el recado: que se entregara como ya lo había hecho el día anterior Alfonso Macaya. Minutos después llegaron unos asistentes sociales de la empresa para ver cómo estaba la familia y se comprometieron en hablar con el teniente Fernández Michell para que no allanaran más esa casa. Los niños estaban traumatizados.
Seis días después, el párroco de Laja, Félix Eicher, fue a hablar con la mujer. Le dijo que sabía dónde estaba Luis y que quería hablar con ella. El sacerdote la llevó en su camioneta. Cuando se encontraron, ella le dijo que debía entregarse. Luis tenía miedo, sabía que su vida peligraba, que sólo dos días antes el grupo de 19 detenidos había desaparecido sin dejar rastros. Para que no le pasara nada, el cura lo convenció de ir a Los Ángeles y no a la Tenencia de Laja. Él acepto. Ese mismo día, 20 de septiembre de 1973, poco antes del toque de queda, fueron en la camioneta del sacerdote hasta la Prefectura de Los Ángeles. Luis se bajó del vehículo, se presentó y allí quedó detenido. El sacerdote Eicher fue testigo.
Al día siguiente el mismo sacerdote le avisó al sargento Rodríguez que Luis ya se había entregado.
Rosa fue a dejarle ropa y comida en la oficina de la Cruz Roja, pero todo se lo devolvieron porque Luis no estaba en ningún centro de detención. Su esposa lo buscó durante años con la ayuda del sacerdote y el obispo de Los Ángeles, Orozimbo Fuenzalida, pero nada. Nunca más se supo de Luis.
La búsqueda se extendió hasta 1979, cuando la investigación que conducía el ministro en visita José Martínez llevó al paradero de los fusilados de Laja y San Rosendo, pero no a sus victimarios. Mientras que los demás habían sido llevados al Cementerio Parroquial de Yumbel, los restos de Luis aparecieron enterrados clandestinamente en el mismo lugar donde se llevó a cabo la masacre, en el Fundo San Juan, junto a un bosque de pinos de la CMPC. Tenía un orificio de bala y estaba amarrado con alambres.
En los documentos a los que tuvo acceso CIPER, aparece mencionado el Informe Policial Nº 988 del 15 de marzo de 2011. Según ese documento, se le preguntó a sus familiares directos, pero ellos dijeron que nunca les entregaron sus restos, por lo que aún Luis Sáez Espinoza es un detenido desaparecido.
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*Laja fica a uns 600 km de Santiago, rumo ao Sul. É uma área de terrenos dobrados, que são difíceis para a agricultura e a pecuária. Para evitar sua destruição, foi feito um projeto de reflorestamento com Pinus insignis e um grupo latifundiário aproveitou para criar uma pequena empresa de papel e celulose. Esse grupo tinha o antigo presidente da republica, Jorge Alessandri, em seu conselho diretor....
Com a eleição de Allende, este grupo sabia que ia ser expropriado pois as terras que ocupavam eram pertencentes aos indígenas Mapuches.
Apoiaram o golpe militar de Pinochet e entregaram 14 empregados seus para os carabineiros fuzilarem. Uns dos que comandou o fuzilamento era um cidadão alemão de nome Peter Wilkens, talvez de passado nazista... Ele foi "vingado" por um parente das vítimas junto ao seu mordomo em 1985 com um tiro de espingarda calibre 12....
Todo o setor de celulose e papel é mega-monopólico, por isso se diz que está ligado às coroas nórdicas e inglesa (Canadá). O Chile funciona pelo Cobre que também é de propriedade anglo(canadense). Aqui entre nós a Compañia Manufactora de Papel y Celulosa - CMPC Riograndense, em Guaiba comprou da coroa britanica a Aracruz Celulose-Fibria e agora vai concentrar capital através de sua magnificação....
**Engenheiro Agrônomo e Florestal, Ambientalista e escritor
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
NÃO HÁ COMO NÃO SE ENXERGAR EM 18 COMIDAS
... mas quem alimenta alguma expectativa de ver um filme de receita água com açúcar, pode se decepcionar. Jorge Coira Nieto põe energia em cada uma das várias histórias que ocorrem, simultaneamente, mexendo em sentimentos profundos, a partir de um ato tão básico e essencial, como é o de alimentar-se. Transformar a partir da cozinha e servir ao outro, bem mais do que um prato: uma revelação de um passado, um futuro ou da própria intensidade de um amor - seja na verdade ou na mentira, no encontro ou no engano, no começo ou no fim. Para quem acha que só os franceses conseguem ser dramáticos, o filme apresenta também nos espanhóis uma forma singular e visceral de olhar o lado sombrio da vida por meio de um sorriso.
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sábado, 12 de setembro de 2015
Provocações do Tião - A perda dos ciclos e outras vioências sobre a Natureza
Sebastiao Pinheiro*
Tentei imaginar o mural “Man, Controller of the Universe” (foto) contratado a Diego de Rivera para o salão RCA do Rockefeller Center. A RCA mudou de nome e hoje é “GE”; O Rockefeller Center deu lugar às Torres Gêmeas que ontem fez 14 anos do tombamento.
Eu, como muitos, estava perdido no meio da multidão. Eles chegaram com ansiedade nos olhos, mas bem diferente da situação dos desesperados em Budapeste, Áustria, Grécia e Macedônia, desejando chegar ao paraíso alemão. “Os olhos são o espelho da alma”, logo percebi estar perto de minha casa.
O palpitar dos corações não era de terror mortal, mas de angustia atual e responsabilidade com as violências internas e externas. Para entendê-las, é preciso ler os últimos capítulos do volume II do livro “La Espiral de la Energía”, de Ramón Fernández Durán y Luis González Reyes, pois a mega crise está chegando, e não é apenas um mural ou nova forma de império.
A grande maioria trazia um coração vermelho vivo, nos mais jovens, vermelho quase negro, tamanha a esperança, contudo, uns tinham o coração rosado e cheiravam creme e outros, poucos, exalavam o aroma da nata, creme da creme, como cheira a “ciência” periférica e tinham maior anemia, facilmente curável ao descalçar as botas e calçarem sandálias, que deixam marcas de húmus nos pés; húmus de humildade.
Ah, si tudo fosse tão fácil na construção do BIOPODER CAMPONÊS.
Nos primeiros tempos pós guerra fria, Karl Rove um dos principais neoconservadores, emergido no triunvirato imperial de Reagan, Tatcher, J. Paulus II afirmou: “O importante não é a realidade, mas sua percepção, condicionada pela linguagem... E nos a fazemos”.
Isso foi o que desenvolveu Warren Weaver na “Teoria Matemática da Comunicação” entre a fonte e o transmissor, o sinal e o receptor. Fora ficam os ruídos. Para ultrapassar isso, o melhor são as metáforas, que etimologicamente estão muito além do significado ou sentido, e com múltiplas intersecções.
El neologismo AGROECOLOGÍA (AGIR-AGRI + ECOLOGIA) ressoou no Brasil no IIIº Encontro Brasileiro de Agricultura Alternativa em Cuiabá MT, em 1987.
Por essa época, a palavra AGRIBUSINESS ganhava espaço e seu prócer Ney Bittencourt de Araújo, diretor da empresa de sementes AGROCERES (formada pelos consultores do Grupo Rockefeller com o espolio do seqüestro das sementes e linhagens de milho dos agricultores locais durante sua estada para à fundação da Universidade de Viçosa).
Agroceres foi durante longo tempo a principal produtora de sementes híbridas de milhos em concorrência com o governo do Estado de São Paulo.
A criação de um neologismo torna necessário se criar a dialética antagônica para seu espelho, pois as dimensões da realidade são complementares e recíprocas. Logo, percebemos que Agroecologia é o espelho do Agribusiness, sem importar com a verbalização induzida, e manipulada naquele evento.
Pertence a historia os planos do Grupo Rockefeller obrigado a diversificar suas inversões e prioridades na agricultura com especial predileção por sementes, fertilizantes químicos e agrotóxicos.
Não é divulgado que o principal artífice do valor das sementes foi o científico (botânico e geneticista) soviético Nikolai Vavilov, que fez grandes expedições pelo mundo coletando na agrobiodiversidade sementes cultiváveis e foi o pioneiro no estudo da imunidade nos vegetais e preservou durante o cerco de Leningrado a maior coleção de sementes do mundo, negando-se abandoná-las.
Ao contrariar a ignorância do agrônomo Trofim Lysenko, que afirmava haver herança não-mendeliana na vernalização, foi condenado a morte, mas por possuir o título de herói da URSS (Medalha Lênin) e ser irmão mais velho do presidente da Academia de Ciências da URSS (físico Sergei I. Vavilov) teve a pena comutada para 20 anos de prisão e foi levado ao Gulag em Saratov (campo de prisioneiros políticos, onde morreu de inanição em 26 de Janeiro de 1943), desde então, a genética passou a ser uma “ciência burguesa” na União Soviética de Stálin. Somente em 1955 Vavílov foi reabilitado perante a ciência e povo soviéticos.
Os anexos da coleção de sementes de Vavílov na Criméia e Ucrânia foram tomados pela Unidade de Genética de Plantas da SS (Ahnenerbe) e transferida para Lannach no castelo de Graz (Áustria) antes do final da Batalha de Stalingrad por Heinz Brücher, que posteriormente refugiou-se na Argentina onde foi investigador e professor universitário (sendo assassinado por traficantes por desenvolver um vírus para destruir cultivos de Coca em 1991.).
Sobre a Vida no planeta sobressaem se umas poucas espécies, por sua organização recebem o nome de seres “ultrassociais”, entre eles, estão as formigas saúvas, cupins, abelhas, ratos-topos e a característica desses seres é que delegam a parte da população a produção de alimentos, a defensa etc.
A agricultura é um tempo ultrassocial e não existe na natureza. O humano agricultor escravo, em servidão ou livre, a tem sob sua responsabilidade. Ela é realizada na Biosfera, a "primeira pele, que dia a dia se transforma, e nos últimos 250 anos, a cupidez da modernidade destrói suas perspectivas futura e as faz irreversíveis pela dimensão do Agronegócio. Assim, chegamos ao Antroposfera, a "segunda pele", que se converte no Antropoceno ao nos darmos conta de nossa capacidade de destruir o Planeta, mas antes, estamos destruindo o solo fértil, membrana viva que alimenta a humanidade e seu responsável, o camponês, pressionado e oprimido pelas múltiplas violências impostas pela sociedade.
Na construção do biopoder camponês, dados do ETC 2013b y GRAIN, 2014 confirmam que o Agronegocios ocupa de 70 a 80% da terra cultivada, mas só oferece de 30 a 40% da demanda mundial de alimentos. Gera as violências e riscos com efeitos nocivos sobre a vida e à fertilidade do solo; Enquanto tanto os camponeses ocupam só de 20 a 30% da terra produtiva mas provêem de 30 a 35% da população, com impactos positivos e benéficos de sua ação para a sociedade humana, saúde do solo e clima, antagônicos aos impactos do agronegócios e são submetidos à forte violência internacional.
A retórica da "sustentabilidade" não é suficiente para disfarçar seus impactos negativos e satisfazer os interesses industriais e bancários. Instam as organizações multilaterais, governos e cidadãos a priorizarem os meios para que as tecnologias camponesas fortaleçam a comunidade mediante a proteção da primeira e a segunda pele do planeta para reverter o dano do efeito estufa e mudança climática que ameaça a vida, e pode alcançar a noosfera ou consciência cósmica de Vernadsky, nossa terceira pele. A práxis coletiva da ação camponesa revitaliza os ciclos do Carbono, Nitrogênio, Enxofre e Fósforo, elevando o armazenamento da matéria orgânica e água, mediante a fixação dos "gases do efeito estufa" no solo longe de eliminar a ameaça da mudança climática através do reequilíbrio da tranqüilidade da humanidade.
Ainda há tempo para as grandes corporações, organizações multilaterais e governos dividirem as responsabilidades e assumirem a responsabilidade das necessidades dos camponeses esta nova tarefa unidas nas funções ultrassociais para a mudança de rumo na agricultura, saúde, alimentação e educação e sem futuro, paz e evolução.
O fato de que as atividades da agricultura camponesa reverter as ameaças dos gases com Efeito de E e riscos das mudanças climáticas através de técnicas de fixação permanente e crescente de Carbono, Nitrogênio, Enxofre, Fósforo etc., ao solo agrícola, com o aumento da fertilidade e qualidade dos alimentos diametralmente antagônicas à produzida pelo agronegócio faz com que a necessidade de adoção de um Programa Estratégico Internacional agricultura camponesa para restaurar o clima do planeta Biopoder Camponês, esquecendo a idiotice dita por Margaret Thatcher (1983) de que a "flatulência das vacas" indianas era, também, uma forte fonte de poluição, como se fossem diferente da de outro ser humanos.
Esta ação não é social ou economicamente difícil, mas confrontada com a afirmação de crescimento excessivo do capitalismo mundial, desde a já superada modernidade, ao Estado Híbrido Século XXI (Javier Esteinou Madrid).
Para entender essa situação são necessárias as leituras antes recomendadas, também para compreender a violência e periódicas chacinas em muitas cidades da América Latina. São dezenas, e até centenas, de jovens que se somam a cada ano; milhares, e até dezenas, de milhares de vítimas mortas ou desaparecidas.
Várias chacinas locais têm o impacto de um massacre regional ou continental. Na web, procurei o termo “holocausto” mas a conotação é um pouco diferente.
Entre os 10 maiores massacres da humanidade iniciamos com o de Nanquim (China), perpetrado pelo Exército Imperial Japonês; seguido de “Babi yar” pela SS, dentro do Holocausto; depois, o de São Bartolomeu na Francia Medieval; seguido pelo da NKVD soviética, contra ucranianos, e logo, Katyn causada pelos mesmos na Polônia. Em sequência, temos o de Tessalônica, nos tempos antigos, e ademais, o do exército de Elphinstone.
Voltamos à modernidade, com o de Sabra e Chatila, feito pelas tropas de Israel; Já o de Batak, foi causado pelos turcos, e por fim, o de Granada. Recentemente, tivemos o massacre dos Tutsies, pelos Hutus, na tentativa de extermínio, a exemplo do que fizeram Hitler, Stálin, Hiroito, Truman, Pol Pot e outros tão sanguinários, mas pela baixa intensidade de suas ações como Videla, Pinochet ou Napoleão e algumas coroas contra curdos, armênios, árabes, zulus, guaranis, etc.
Então, Holocausto é o assassinato de um grupo da sociedade. Quando sua dimensão é maior, se trata de um genocídio, que pode ser ainda mais silencioso e sanguinário com finalidade lucrativa ou rentável, como estamos vivendo com o uso de Gliphosate nos cultivos transgênicos, onde há casos de uso de 20 vezes a dose por desespero de não ter nenhum efeito sobre "ervas daninhas" mutantes resistentes ao herbicida.
Quais são as conseqüências? - Os agricultores comprovam epidemias de clostridiose (C. dificille) e salmonelose (Salmonella spp.), pois são os únicos organismos que permanecem no ambiente onde há o uso continuado do herbicida. Como Glyphosate é um produto muito antigo, sua patente industrial expirou. Monsanto requereu e obteve a nova patente como fungicida e bactericida para controlar uma imensa maioria dos microrganismos.
É alarmante que nos países centrais haja epizootias em frangos e porcos escondidas, pois no nosso mundo cada vez mais bizarro, a informação é classificada nos meios científicos, acadêmicos e governamentais. No entanto, eles começam escapar ou ser intencionalmente liberados por pessoas, grupos e movimentos. Isso cria um leque de versões que encobre responsáveis e futuras punições.
Quem estuda a molécula química do herbicida em questão conhece a sua estabilidade ambiental e mínima decomposição, químicas (oxidação foto), térmica, microbiana, etc., pelo que a sua longa persistência no solo e na água.
Muitas pessoas não sabem que o Glyphosate tem patentes industriais desde o Império Austro-húngaro e Alemão, como seqüestrador de metais (minerais) em reações químicas de interesse industrial como a limpeza de caldeiras e tubos (1920, 1930) e, em seguida, para uso militar para desmineralizar o combustível do foguete A4.
Sua herbicida ação só foi descoberta no final dos anos 60 nos EUA nos escoamentos da água de limpeza dos tubos e caldeiras e começou a ser comercializado como "Roundup".
No livro O herbicida de Glyphosate de Grossbard & Atkinson, produzido pela Monsanto, em 1985, registra a sua capacidade de "seqüestrar minerais" e no metabolismo das plantas, mas omite os seus efeitos através da inibição da formação de metal-proteínas (proteínas ligadas a minerais).
As Me-proteínas são estratégicas no metabolismo e autopoiese dos seres vivos, principalmente microrganismos. Entre elas destacam-se as “enzimas”, catalisadores biológicos de máxima importância na vida.
Existem milhões de enzimas conhecidas, e outras ainda por conhecer. O exemplo do Selênio-proteínas és esclarecedor. O Selênio é um mineral traça na nutrição humana (essencial contra o envelhecimento e contra o câncer), animal y vegetal. A Selênio-proteína são responsáveis pela neutralização e eliminação de toxinas de bactérias, fungos e ação de metais pesados, como tal, estratégica para o sistema imunológico. Os alimentos que contêm Selênio são normalmente ricos em lipídios (nozes) e gordura animal.
Sendo o Glyphosate um seqüestrador de minerais e inibidor na formação de Metal-proteínas Qual és seu impacto sobre a saúde humana, animal e vegetal? A ciência privada sabe e cala por interesse econômico classificando seus resultados como rigor militar e atua sobre a ciência pública fazendo-a cúmplice.
Na Rússia foi feito recentemente um estudo com o uso de microrganismos para degradar moléculas de Fosfonil (Os “fosfonis” são moléculas muito conhecidas e formadoras das mais poderosas armas químicas (gases venenosos modernos (VX) dos arsenais dos países centrais. Foram usadas 15 bactérias para decompô-los, mas somente cinco conseguiram atacar e degradar a molécula do Glyphosate.
Na evolução da vida dos microrganismos encontramos dois grandes grupos:
- Os saprófitos que não necessitam destruir ou matar células para se alimentar e
- Os patogênicos que obrigatoriamente usam toxinas para matar ou destruir células e poder hospedar-se sobre elas.
Um dos mecanismos recentemente estudados está o do ferro (Fe) um dos principais elementos traça. Como saprófitos e patogênicos são antagonistas, os saprófitos possuem maior capacidade evolutiva de bloquear o acesso ao ferro oxidado muito abundante no meio ambiente, mas de baixa solubilidade, em nível de yoctogramas (1x 10-24) impedindo a multiplicação e ação dos patogênicos, entretanto alguns patogênicos sim podem formar sideróforos e são bloqueados pelos saprófitos.
Para entender isso o melhor é recordar as vovós quando seus netos se feriam em pregos, ossos ou arames enferrujados. Elas tomavam uma cebola, alho, babosa ou outra planta medicinal, esquentavam-na e a colocavam sobre o ferimento. O Enxofre presente na cebola, alho ou outra planta bloqueava quimicamente o Ferro e os microrganismos patogênicos tenham o acesso impedido evitando gangrenas, tétanos, antrazes e outras enfermidades perigosas.
O que a ciência agora descobriu é que a presença de resíduos de Glyphosate no solo, água, alimento, ar e meio ambiente está desmineralizando alimentos e água por meio do seqüestro de minerais do metabolismo e autopoiese dos seres vivos.
Com o uso crescente de sementes transgênicas resistentes ao Glyphosate a contaminação alimentar e ao meio ambiente cresceu exponencialmente.
Isso traz uma nova desordem na luta entre saprófitos e patogênicos. Para evitar a presença de patogênicos, os saprófitos procuraram reduzir a presença de ferro (Fe) no ambiente e fazê-lo através conjugados chamados "siderophores". Os sideróforos são protetores importantes, um deles é o complexo B (B12, etc.). O que acontece é que agora os resíduos de Glyphosate (fungicida) combinado com os metais, reduzem a ação de formação de sideróforos protetores nos seres vivos expondo-os à ação de agentes patogênicos.
Ocorre que as Salmonellas e Clostridiums são mais resistentes ao Glyphosate seres e começamos a ver o resultado em vários países, a ponta do iceberg do genocídio que fará os holocaustos e massacres, como Nanquim, Katyn, Batak, Ruanda-Burundi, Camboja, parecem meras chacinas cotidianas, ao final o marketing, também é parte da indústria de alimentos (agronegócio).
Os protozoários Criptosporidum são beneficiários do seqüestro de ferro no meio ambiente pelo herbicida?
"Agosto é o mês do mês de desgosto, do cachorro louco". A verdade é que os cães não têm qualquer culpa, nem são ultrassocial e, infelizmente, vivem no Antropoceno comendo rações e comida com resíduos de Glyphosate®.
O magno problema global é que o uso de Glyphosate® no solo impede a "Hipótese de Ferro", que é a corrosão de dióxido de carbono e outros gases de Efeito Estufa, fixando-os no solo por sua insolubilidade através dos microrganismos. Por isso, usamos Farinha de Rocha, Biofertilizantes na construção do Biopoder Camponês.
Enquanto isso, Glyphosate continua sua cruzada de Eugenia Mercantil, já um genocídio igual ao da época de Vavilov, Brücher, agora com Bill Gates e Carlos Slim criando o programa MásAgro dentro do CIMMYT com micróbios e sementes da terceira fase da Revolução Verde.
Voltando ao Agroecologia neologismo: Qual é a importância de substituir o nome AGIR (AGRI) + CULTURA no contexto atual? A Ecologia no campo, onde os antigos agrônomos, se transformam em licenciados em Agroecologia permitem consolidar a separação entre as sociedades de Saber (Centro) e Fazer (Periferia)?
Quando porta-vozes do poder anunciaram a "mudança de paradigma" e a construção da transição significou que o mesmo poder detinha o controle da passagem da matriz (química) para a outra (biotecnologia), sem que isso significasse qualquer alteração nas relações de poder. Assim, nossa estratégia foi a de criar "o papel de bombeiro" com ferramentas de resgate e emergência dos camponeses em meio ao caos e desordem na reconstrução de seu biopoder.
No entanto, a atual mega-crise não está sob controle e precisa estratégias emergenciais de biopolítica camponesa.
Boaventura de Souza Santos estabelece a importância de "descolonizar o conhecimento, reinventar o poder".
Estas ferramentas são identificadas com a matriz anterior por suas origens, mas foram deixadas de lado. Elas são facilmente aplicáveis por sua simplicidade, baixo custo e apropriados na crise, como a "ferramenta justa” de Illich (2012) contra os meios de imposição (violência, cultura, economia) do poder em decomposição no Antropoceno.
Tenha o nome que tiver a agricultura sempre continuará a mesma. No entanto para não contrariar a vou denominar “Agroecología Camponesa”, diferente da do Departamento de Estado que é científica. Para ela temos nossa caixa de ferramentas de bombeiros para as emergências necessárias, longe dos micróbios industriais da biotecnologia, pois sabemos que a Bayer já vendia “Alinit” em 1897 para prover o solo de Nitrogênio microbiano com o Bacillus Ellenbachensis Alpha, nessa transição de mais de Século, que eles propalam...
Ignácio Ramirez, el Negromante dizia: “No existe Dios, los seres de la naturaleza se sostienen por si”.
Verdadeiro ou não, pouco importa, já Ignácio Sánchez (de D. de Rivera) pereniza o Biopoder Camponês (foto), que ultrapassa a retórica sociológica típica da periferia e alicerça-o sobre os princípios da Física, já que o camponês trabalha transformando a energia do Sol em matéria (alimentos, medicamentos, fibras, combustíveis e materiais diversos) através da fertilidade do solo.
O solo fértil, diferente das máquinas e organismos vivos não tem “desgaste” nem “envelhecimentos” respectivos por ser uma interface complexa entre o inorgânico, orgânico e energia viva, ambiente de multiplicação (ecossistema) e evolução do microcosmos. Assim, a fertilidade do solo cresce quando há a integração total de energia – matéria – Vida.
Há 4,8 milhões de anos este solo vem em formação buscando seu zênite através da agricultura. Para os humanos ultrassociais desde o recente Holoceno com sua fertilidade crescente, mas nos últimos 250 anos de agricultura industrial está condenado pelo agronegócio à ruptura e perdas nos ciclos biogeoquímicos (H, C, N, S, P, O) em sua fertilidade e evolução, como na canção: “Nada do que foi será,.... De novo da forma como já foi um dia…”
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*Engenheiro agrônomo e florestal, escritor e ambientalista.
Tentei imaginar o mural “Man, Controller of the Universe” (foto) contratado a Diego de Rivera para o salão RCA do Rockefeller Center. A RCA mudou de nome e hoje é “GE”; O Rockefeller Center deu lugar às Torres Gêmeas que ontem fez 14 anos do tombamento.
Eu, como muitos, estava perdido no meio da multidão. Eles chegaram com ansiedade nos olhos, mas bem diferente da situação dos desesperados em Budapeste, Áustria, Grécia e Macedônia, desejando chegar ao paraíso alemão. “Os olhos são o espelho da alma”, logo percebi estar perto de minha casa.
O palpitar dos corações não era de terror mortal, mas de angustia atual e responsabilidade com as violências internas e externas. Para entendê-las, é preciso ler os últimos capítulos do volume II do livro “La Espiral de la Energía”, de Ramón Fernández Durán y Luis González Reyes, pois a mega crise está chegando, e não é apenas um mural ou nova forma de império.
A grande maioria trazia um coração vermelho vivo, nos mais jovens, vermelho quase negro, tamanha a esperança, contudo, uns tinham o coração rosado e cheiravam creme e outros, poucos, exalavam o aroma da nata, creme da creme, como cheira a “ciência” periférica e tinham maior anemia, facilmente curável ao descalçar as botas e calçarem sandálias, que deixam marcas de húmus nos pés; húmus de humildade.
Ah, si tudo fosse tão fácil na construção do BIOPODER CAMPONÊS.
Nos primeiros tempos pós guerra fria, Karl Rove um dos principais neoconservadores, emergido no triunvirato imperial de Reagan, Tatcher, J. Paulus II afirmou: “O importante não é a realidade, mas sua percepção, condicionada pela linguagem... E nos a fazemos”.
Isso foi o que desenvolveu Warren Weaver na “Teoria Matemática da Comunicação” entre a fonte e o transmissor, o sinal e o receptor. Fora ficam os ruídos. Para ultrapassar isso, o melhor são as metáforas, que etimologicamente estão muito além do significado ou sentido, e com múltiplas intersecções.
El neologismo AGROECOLOGÍA (AGIR-AGRI + ECOLOGIA) ressoou no Brasil no IIIº Encontro Brasileiro de Agricultura Alternativa em Cuiabá MT, em 1987.
Por essa época, a palavra AGRIBUSINESS ganhava espaço e seu prócer Ney Bittencourt de Araújo, diretor da empresa de sementes AGROCERES (formada pelos consultores do Grupo Rockefeller com o espolio do seqüestro das sementes e linhagens de milho dos agricultores locais durante sua estada para à fundação da Universidade de Viçosa).
Agroceres foi durante longo tempo a principal produtora de sementes híbridas de milhos em concorrência com o governo do Estado de São Paulo.
A criação de um neologismo torna necessário se criar a dialética antagônica para seu espelho, pois as dimensões da realidade são complementares e recíprocas. Logo, percebemos que Agroecologia é o espelho do Agribusiness, sem importar com a verbalização induzida, e manipulada naquele evento.
Pertence a historia os planos do Grupo Rockefeller obrigado a diversificar suas inversões e prioridades na agricultura com especial predileção por sementes, fertilizantes químicos e agrotóxicos.
Não é divulgado que o principal artífice do valor das sementes foi o científico (botânico e geneticista) soviético Nikolai Vavilov, que fez grandes expedições pelo mundo coletando na agrobiodiversidade sementes cultiváveis e foi o pioneiro no estudo da imunidade nos vegetais e preservou durante o cerco de Leningrado a maior coleção de sementes do mundo, negando-se abandoná-las.
Ao contrariar a ignorância do agrônomo Trofim Lysenko, que afirmava haver herança não-mendeliana na vernalização, foi condenado a morte, mas por possuir o título de herói da URSS (Medalha Lênin) e ser irmão mais velho do presidente da Academia de Ciências da URSS (físico Sergei I. Vavilov) teve a pena comutada para 20 anos de prisão e foi levado ao Gulag em Saratov (campo de prisioneiros políticos, onde morreu de inanição em 26 de Janeiro de 1943), desde então, a genética passou a ser uma “ciência burguesa” na União Soviética de Stálin. Somente em 1955 Vavílov foi reabilitado perante a ciência e povo soviéticos.
Os anexos da coleção de sementes de Vavílov na Criméia e Ucrânia foram tomados pela Unidade de Genética de Plantas da SS (Ahnenerbe) e transferida para Lannach no castelo de Graz (Áustria) antes do final da Batalha de Stalingrad por Heinz Brücher, que posteriormente refugiou-se na Argentina onde foi investigador e professor universitário (sendo assassinado por traficantes por desenvolver um vírus para destruir cultivos de Coca em 1991.).
Sobre a Vida no planeta sobressaem se umas poucas espécies, por sua organização recebem o nome de seres “ultrassociais”, entre eles, estão as formigas saúvas, cupins, abelhas, ratos-topos e a característica desses seres é que delegam a parte da população a produção de alimentos, a defensa etc.
A agricultura é um tempo ultrassocial e não existe na natureza. O humano agricultor escravo, em servidão ou livre, a tem sob sua responsabilidade. Ela é realizada na Biosfera, a "primeira pele, que dia a dia se transforma, e nos últimos 250 anos, a cupidez da modernidade destrói suas perspectivas futura e as faz irreversíveis pela dimensão do Agronegócio. Assim, chegamos ao Antroposfera, a "segunda pele", que se converte no Antropoceno ao nos darmos conta de nossa capacidade de destruir o Planeta, mas antes, estamos destruindo o solo fértil, membrana viva que alimenta a humanidade e seu responsável, o camponês, pressionado e oprimido pelas múltiplas violências impostas pela sociedade.
Na construção do biopoder camponês, dados do ETC 2013b y GRAIN, 2014 confirmam que o Agronegocios ocupa de 70 a 80% da terra cultivada, mas só oferece de 30 a 40% da demanda mundial de alimentos. Gera as violências e riscos com efeitos nocivos sobre a vida e à fertilidade do solo; Enquanto tanto os camponeses ocupam só de 20 a 30% da terra produtiva mas provêem de 30 a 35% da população, com impactos positivos e benéficos de sua ação para a sociedade humana, saúde do solo e clima, antagônicos aos impactos do agronegócios e são submetidos à forte violência internacional.
A retórica da "sustentabilidade" não é suficiente para disfarçar seus impactos negativos e satisfazer os interesses industriais e bancários. Instam as organizações multilaterais, governos e cidadãos a priorizarem os meios para que as tecnologias camponesas fortaleçam a comunidade mediante a proteção da primeira e a segunda pele do planeta para reverter o dano do efeito estufa e mudança climática que ameaça a vida, e pode alcançar a noosfera ou consciência cósmica de Vernadsky, nossa terceira pele. A práxis coletiva da ação camponesa revitaliza os ciclos do Carbono, Nitrogênio, Enxofre e Fósforo, elevando o armazenamento da matéria orgânica e água, mediante a fixação dos "gases do efeito estufa" no solo longe de eliminar a ameaça da mudança climática através do reequilíbrio da tranqüilidade da humanidade.
Ainda há tempo para as grandes corporações, organizações multilaterais e governos dividirem as responsabilidades e assumirem a responsabilidade das necessidades dos camponeses esta nova tarefa unidas nas funções ultrassociais para a mudança de rumo na agricultura, saúde, alimentação e educação e sem futuro, paz e evolução.
O fato de que as atividades da agricultura camponesa reverter as ameaças dos gases com Efeito de E e riscos das mudanças climáticas através de técnicas de fixação permanente e crescente de Carbono, Nitrogênio, Enxofre, Fósforo etc., ao solo agrícola, com o aumento da fertilidade e qualidade dos alimentos diametralmente antagônicas à produzida pelo agronegócio faz com que a necessidade de adoção de um Programa Estratégico Internacional agricultura camponesa para restaurar o clima do planeta Biopoder Camponês, esquecendo a idiotice dita por Margaret Thatcher (1983) de que a "flatulência das vacas" indianas era, também, uma forte fonte de poluição, como se fossem diferente da de outro ser humanos.
Esta ação não é social ou economicamente difícil, mas confrontada com a afirmação de crescimento excessivo do capitalismo mundial, desde a já superada modernidade, ao Estado Híbrido Século XXI (Javier Esteinou Madrid).
Para entender essa situação são necessárias as leituras antes recomendadas, também para compreender a violência e periódicas chacinas em muitas cidades da América Latina. São dezenas, e até centenas, de jovens que se somam a cada ano; milhares, e até dezenas, de milhares de vítimas mortas ou desaparecidas.
Várias chacinas locais têm o impacto de um massacre regional ou continental. Na web, procurei o termo “holocausto” mas a conotação é um pouco diferente.
Entre os 10 maiores massacres da humanidade iniciamos com o de Nanquim (China), perpetrado pelo Exército Imperial Japonês; seguido de “Babi yar” pela SS, dentro do Holocausto; depois, o de São Bartolomeu na Francia Medieval; seguido pelo da NKVD soviética, contra ucranianos, e logo, Katyn causada pelos mesmos na Polônia. Em sequência, temos o de Tessalônica, nos tempos antigos, e ademais, o do exército de Elphinstone.
Voltamos à modernidade, com o de Sabra e Chatila, feito pelas tropas de Israel; Já o de Batak, foi causado pelos turcos, e por fim, o de Granada. Recentemente, tivemos o massacre dos Tutsies, pelos Hutus, na tentativa de extermínio, a exemplo do que fizeram Hitler, Stálin, Hiroito, Truman, Pol Pot e outros tão sanguinários, mas pela baixa intensidade de suas ações como Videla, Pinochet ou Napoleão e algumas coroas contra curdos, armênios, árabes, zulus, guaranis, etc.
Então, Holocausto é o assassinato de um grupo da sociedade. Quando sua dimensão é maior, se trata de um genocídio, que pode ser ainda mais silencioso e sanguinário com finalidade lucrativa ou rentável, como estamos vivendo com o uso de Gliphosate nos cultivos transgênicos, onde há casos de uso de 20 vezes a dose por desespero de não ter nenhum efeito sobre "ervas daninhas" mutantes resistentes ao herbicida.
Quais são as conseqüências? - Os agricultores comprovam epidemias de clostridiose (C. dificille) e salmonelose (Salmonella spp.), pois são os únicos organismos que permanecem no ambiente onde há o uso continuado do herbicida. Como Glyphosate é um produto muito antigo, sua patente industrial expirou. Monsanto requereu e obteve a nova patente como fungicida e bactericida para controlar uma imensa maioria dos microrganismos.
É alarmante que nos países centrais haja epizootias em frangos e porcos escondidas, pois no nosso mundo cada vez mais bizarro, a informação é classificada nos meios científicos, acadêmicos e governamentais. No entanto, eles começam escapar ou ser intencionalmente liberados por pessoas, grupos e movimentos. Isso cria um leque de versões que encobre responsáveis e futuras punições.
Quem estuda a molécula química do herbicida em questão conhece a sua estabilidade ambiental e mínima decomposição, químicas (oxidação foto), térmica, microbiana, etc., pelo que a sua longa persistência no solo e na água.
Muitas pessoas não sabem que o Glyphosate tem patentes industriais desde o Império Austro-húngaro e Alemão, como seqüestrador de metais (minerais) em reações químicas de interesse industrial como a limpeza de caldeiras e tubos (1920, 1930) e, em seguida, para uso militar para desmineralizar o combustível do foguete A4.
Sua herbicida ação só foi descoberta no final dos anos 60 nos EUA nos escoamentos da água de limpeza dos tubos e caldeiras e começou a ser comercializado como "Roundup".
No livro O herbicida de Glyphosate de Grossbard & Atkinson, produzido pela Monsanto, em 1985, registra a sua capacidade de "seqüestrar minerais" e no metabolismo das plantas, mas omite os seus efeitos através da inibição da formação de metal-proteínas (proteínas ligadas a minerais).
As Me-proteínas são estratégicas no metabolismo e autopoiese dos seres vivos, principalmente microrganismos. Entre elas destacam-se as “enzimas”, catalisadores biológicos de máxima importância na vida.
Existem milhões de enzimas conhecidas, e outras ainda por conhecer. O exemplo do Selênio-proteínas és esclarecedor. O Selênio é um mineral traça na nutrição humana (essencial contra o envelhecimento e contra o câncer), animal y vegetal. A Selênio-proteína são responsáveis pela neutralização e eliminação de toxinas de bactérias, fungos e ação de metais pesados, como tal, estratégica para o sistema imunológico. Os alimentos que contêm Selênio são normalmente ricos em lipídios (nozes) e gordura animal.
Sendo o Glyphosate um seqüestrador de minerais e inibidor na formação de Metal-proteínas Qual és seu impacto sobre a saúde humana, animal e vegetal? A ciência privada sabe e cala por interesse econômico classificando seus resultados como rigor militar e atua sobre a ciência pública fazendo-a cúmplice.
Na Rússia foi feito recentemente um estudo com o uso de microrganismos para degradar moléculas de Fosfonil (Os “fosfonis” são moléculas muito conhecidas e formadoras das mais poderosas armas químicas (gases venenosos modernos (VX) dos arsenais dos países centrais. Foram usadas 15 bactérias para decompô-los, mas somente cinco conseguiram atacar e degradar a molécula do Glyphosate.
Na evolução da vida dos microrganismos encontramos dois grandes grupos:
- Os saprófitos que não necessitam destruir ou matar células para se alimentar e
- Os patogênicos que obrigatoriamente usam toxinas para matar ou destruir células e poder hospedar-se sobre elas.
Um dos mecanismos recentemente estudados está o do ferro (Fe) um dos principais elementos traça. Como saprófitos e patogênicos são antagonistas, os saprófitos possuem maior capacidade evolutiva de bloquear o acesso ao ferro oxidado muito abundante no meio ambiente, mas de baixa solubilidade, em nível de yoctogramas (1x 10-24) impedindo a multiplicação e ação dos patogênicos, entretanto alguns patogênicos sim podem formar sideróforos e são bloqueados pelos saprófitos.
Para entender isso o melhor é recordar as vovós quando seus netos se feriam em pregos, ossos ou arames enferrujados. Elas tomavam uma cebola, alho, babosa ou outra planta medicinal, esquentavam-na e a colocavam sobre o ferimento. O Enxofre presente na cebola, alho ou outra planta bloqueava quimicamente o Ferro e os microrganismos patogênicos tenham o acesso impedido evitando gangrenas, tétanos, antrazes e outras enfermidades perigosas.
O que a ciência agora descobriu é que a presença de resíduos de Glyphosate no solo, água, alimento, ar e meio ambiente está desmineralizando alimentos e água por meio do seqüestro de minerais do metabolismo e autopoiese dos seres vivos.
Com o uso crescente de sementes transgênicas resistentes ao Glyphosate a contaminação alimentar e ao meio ambiente cresceu exponencialmente.
Isso traz uma nova desordem na luta entre saprófitos e patogênicos. Para evitar a presença de patogênicos, os saprófitos procuraram reduzir a presença de ferro (Fe) no ambiente e fazê-lo através conjugados chamados "siderophores". Os sideróforos são protetores importantes, um deles é o complexo B (B12, etc.). O que acontece é que agora os resíduos de Glyphosate (fungicida) combinado com os metais, reduzem a ação de formação de sideróforos protetores nos seres vivos expondo-os à ação de agentes patogênicos.
Ocorre que as Salmonellas e Clostridiums são mais resistentes ao Glyphosate seres e começamos a ver o resultado em vários países, a ponta do iceberg do genocídio que fará os holocaustos e massacres, como Nanquim, Katyn, Batak, Ruanda-Burundi, Camboja, parecem meras chacinas cotidianas, ao final o marketing, também é parte da indústria de alimentos (agronegócio).
Os protozoários Criptosporidum são beneficiários do seqüestro de ferro no meio ambiente pelo herbicida?
"Agosto é o mês do mês de desgosto, do cachorro louco". A verdade é que os cães não têm qualquer culpa, nem são ultrassocial e, infelizmente, vivem no Antropoceno comendo rações e comida com resíduos de Glyphosate®.
O magno problema global é que o uso de Glyphosate® no solo impede a "Hipótese de Ferro", que é a corrosão de dióxido de carbono e outros gases de Efeito Estufa, fixando-os no solo por sua insolubilidade através dos microrganismos. Por isso, usamos Farinha de Rocha, Biofertilizantes na construção do Biopoder Camponês.
Enquanto isso, Glyphosate continua sua cruzada de Eugenia Mercantil, já um genocídio igual ao da época de Vavilov, Brücher, agora com Bill Gates e Carlos Slim criando o programa MásAgro dentro do CIMMYT com micróbios e sementes da terceira fase da Revolução Verde.
Voltando ao Agroecologia neologismo: Qual é a importância de substituir o nome AGIR (AGRI) + CULTURA no contexto atual? A Ecologia no campo, onde os antigos agrônomos, se transformam em licenciados em Agroecologia permitem consolidar a separação entre as sociedades de Saber (Centro) e Fazer (Periferia)?
Quando porta-vozes do poder anunciaram a "mudança de paradigma" e a construção da transição significou que o mesmo poder detinha o controle da passagem da matriz (química) para a outra (biotecnologia), sem que isso significasse qualquer alteração nas relações de poder. Assim, nossa estratégia foi a de criar "o papel de bombeiro" com ferramentas de resgate e emergência dos camponeses em meio ao caos e desordem na reconstrução de seu biopoder.
No entanto, a atual mega-crise não está sob controle e precisa estratégias emergenciais de biopolítica camponesa.
Boaventura de Souza Santos estabelece a importância de "descolonizar o conhecimento, reinventar o poder".
Estas ferramentas são identificadas com a matriz anterior por suas origens, mas foram deixadas de lado. Elas são facilmente aplicáveis por sua simplicidade, baixo custo e apropriados na crise, como a "ferramenta justa” de Illich (2012) contra os meios de imposição (violência, cultura, economia) do poder em decomposição no Antropoceno.
Tenha o nome que tiver a agricultura sempre continuará a mesma. No entanto para não contrariar a vou denominar “Agroecología Camponesa”, diferente da do Departamento de Estado que é científica. Para ela temos nossa caixa de ferramentas de bombeiros para as emergências necessárias, longe dos micróbios industriais da biotecnologia, pois sabemos que a Bayer já vendia “Alinit” em 1897 para prover o solo de Nitrogênio microbiano com o Bacillus Ellenbachensis Alpha, nessa transição de mais de Século, que eles propalam...
Ignácio Ramirez, el Negromante dizia: “No existe Dios, los seres de la naturaleza se sostienen por si”.
Verdadeiro ou não, pouco importa, já Ignácio Sánchez (de D. de Rivera) pereniza o Biopoder Camponês (foto), que ultrapassa a retórica sociológica típica da periferia e alicerça-o sobre os princípios da Física, já que o camponês trabalha transformando a energia do Sol em matéria (alimentos, medicamentos, fibras, combustíveis e materiais diversos) através da fertilidade do solo.
O solo fértil, diferente das máquinas e organismos vivos não tem “desgaste” nem “envelhecimentos” respectivos por ser uma interface complexa entre o inorgânico, orgânico e energia viva, ambiente de multiplicação (ecossistema) e evolução do microcosmos. Assim, a fertilidade do solo cresce quando há a integração total de energia – matéria – Vida.
Há 4,8 milhões de anos este solo vem em formação buscando seu zênite através da agricultura. Para os humanos ultrassociais desde o recente Holoceno com sua fertilidade crescente, mas nos últimos 250 anos de agricultura industrial está condenado pelo agronegócio à ruptura e perdas nos ciclos biogeoquímicos (H, C, N, S, P, O) em sua fertilidade e evolução, como na canção: “Nada do que foi será,.... De novo da forma como já foi um dia…”
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*Engenheiro agrônomo e florestal, escritor e ambientalista.
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