Foi assim, que muitos
descobriram que as pautas das assembléias estudantis eram pequenas para o
tamanho da vida lá fora, e que era preciso tirar as teias das idéias e leva-las
para o calor das micro-sociedades, trocar os textos pelos contextos,
pervertendo o monstro cartilhesco da academia, desde de sua garganta. E, para
isso, a sala de aula ficou pequena, minúscula. Surgia, então a extensão como
válvula de escape, novo horizonte para a pesquisa orgânica, uma trilha capaz de
afinar o conhecimento de gravata com os saberes dos campos e as periferias. Na
Ufrgs, por um objetivo comum, esse movimento percorreu diversos cenários, por
várias regiões e muitas cidades. Foram anos de olhar nosso passado por ângulos
e distâncias estranhas até então. Essas rotas tiveram também vários nomes. Um
desses, dos mais marcantes, chamou-se Convivências, uma singela proposta de
misturar corações, mãos e mentes em um mergulho de generosidade nas comunidades
brasileiras. Foram poucos, alguns anos, quiçá uma década. Mas quem conviveu uma
dessas experiências, nunca mais conseguiu enxergar uma realidade diferente, sem
identificar uma igualdade, ou encontrar-se em um cenário igual, sem perceber
uma diferença. (Foto: Arquivo Aline Kt - Convivência Verão 96 - Encruzilhada do
Sul, Assentamento Segredo Farroupilha).
"O HAMAS, que é um grupo palestino muçulmano sunita, tem como intenção, através de ataques, serem ouvidos sobre a situação caótica de seu povo árabe, pois através do diálogo não houve uma resposta satisfatória."
segunda-feira, 14 de março de 2016
Sobre caminhos para se aprender a aprender
Houve um tempo, pelo começo dos 90, em que o nosso namoro
com a Utopia era mais proibido e provocante, e por isso mesmo, mais excitante.
A universidade pública ainda era como a casa da menina rica, mas de cotas, nem
se falava nessa torre de marfim. Naqueles dias férteis, de rebeldias
idealistas, ainda estávamos contaminados pela década de uma abertura que
prometia o arco-íris, mas nos deixou o colorido encardido. Mesmo assim,
rebeldia de playboy se sacava de longe: a rua era o corte, o forte e o norte. E
mesmo quando um sociólogo entreguista traiu o próprio passado, um outro
sociólogo, fez o contraponto e nutriu um Brasil faminto de mudanças estruturais
com uma ideia: a fome é o inimigo. Nesse clima, entre o verde, o vermelho e o
preto, havia no ar uma pressa, embebida de esperança e coragem, por romper os
muros entre o Brasil da novela e o Brasil da favela. Nos negavam a conhecer
esse País por dentro, pois essa viagem “de volta” era um retorno a cada um de
nós mesmos, nada mais perigoso para o sistema.
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