Sebastião Pinheiro*
O amigo e
colega A. Piaia pauta-me sobre o merchandising da Monsanto, "os
micro-organismos no futuro", relatado como ciência para incautos,
subservientes ou ignorantes. Eu não pude atender imediatamente, pois estava
lendo R. Steiner, o que me obrigou a ler " Teoria da natureza " de J.
W. Von Goethe (1749-1832) e, por sorte, já tinha lido " Kosmos " De
Von Humboldt (1767-1835).
Mas, me
Obrigou a ir até Baruch Spinoza (1632-1677) em " Tratado da reforma do
entendimento", e depois" ética demonstrada pela ordem geométrico",
tenho horror a coisas místicas ou ocultas misturadas com espiritualidade, em
que Agradeço muito a desidério Erasmo, que viveu em Rotterdam (1466-1536), e
não gostava de ninguém. É com este espírito que atendo ao amigo em mister tão
complexo.
- a
faculdade, doente, doutrina alunos para tecnologias no mercado e cria a elite
de post-graus para o que as transnacionais estão criando para as duas próximas
décadas, e que deve ser consumida, sem solução de continuidade, na periferia.
Então, alguns "Papers" avançados devem chegar para revoltar o marasmo
e indicar existir uma alternativa ou luz na escuridão.
A tarefa do
amigo e colega é difícil, pois eu estava concretizando a construção de minha
compreensão sobre "Sideróforos camponeses", e tenho de voltar, não à
leituras medievais, ou renascentistas, mas à pré-História da evolução da vida,
onde acha-se a folha Rica em taninos, por acção das ferric-Sintetasas, que
desencadearam os pré-Sideróforos, e que, nos animais, fez surgir as
hemoglobinas como outros antigos sideróforos, que perdeu a função, mas manteve
a sua acção não só no animal, mas muito antes nas leguminosas (Brady)-Rhizobium
e actinorhizal por frankia SP. Nas fagales, casuarináceas e outras.
Esse
racionamento não é simples, e obrigado aos meus professores, me permite
diferenciar os microrganismos selvagens dos de laboratórios, criados de forma
dirigida para substituir, com a mesma finalidade, mas mais lucros, aos
agrotóxicos químicos, como o questionado por Angelo.
Posso
garantir que os microrganismos de laboratórios são mais perigosos que os
agrotóxicos químicos hoje existentes, pelos efeitos "Sóliton-Holográfico
sobre o DNA". Ainda hoje, vemos os mesmos professores que adoravam os
pesticidas idiotas (Foto) se transformarem em fanáticos consumidores de
microrganismos, sem capacidade dedutiva sobre a diferença entre "o
selvagem" do "de laboratório ".
Dão-se
conta porque liguei para Erasmo de roterdão? Com ele, vocês irão se dar conta
do benéfico que é um e o nefasto que é o outro. Mas onde a corrupção é
instrumento de política pública, isso continuará a ser impossível, igualzinho
na época da inquisição, com as mesmas torturas... ficou por aqui, e aproveito
para apresentar a vocês, um trecho que deveria ser obrigatório antes da
primeira aula de biologia No Ensino primário, secundário, médio, graduação e
pós-graus, para evitar a quem servem (Foto) os doutores que hoje assustam
quando abrem a boca sem o ponto eletrônico no ouvido, que funciona como o seu
espírito.
A natureza,
por Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)
Natureza!
Por ela, estamos cercados e embrulhados, incapazes de sair dela e incapazes de
penetrar mais fundo nele. Sem ser requerida, e sem avisar, nos arrasta no
turbilhão da sua dança e se mexe com nós até que, cansados, caímos rendidos em
seus braços. Acredite, eternamente novas formas; o que aqui está, antes não
tinha ainda sido jamais; o que foi não volta a ser de novo. Tudo é novo e, no
entanto, sempre antigo. Vivemos em seu seio e lhe somos estranhos. Fala
continuamente conosco e não nos revela o seu segredo. Agimos constantemente
sobre ela e, no entanto, não temos nenhum poder sobre ela. Parece ter orientado
tudo sobre a individualidade e nada lhe importam os indivíduos. Construa sempre
e sempre destrói, e a sua oficina é inacessível.
Vive toda
nos seus filhos, mas a mãe onde está? É a artista única que, desde a matéria
mais simples, alcança os maiores contrastes e sem aparência de esforço eleva-se
a máxima perfeição - a mais rigorosa determinação, sempre impregnada de uma
certa delicadeza -. Cada uma de suas obras tem Uma essência própria, cada uma
de suas manifestações tem o conceito mais isolado e, no entanto, formam um todo
único.
Ela recita
um drama: Não sabemos se ela mesma o prevê e, no entanto, o recita para nós,
telespectadores sentados num canto.
Nela, há
vida eterna, um eterno devir, um perpétuo movimento e, no entanto, não dá
passos para frente. Transforma-se eternamente e não há nela nem um momento de
quietude. O parar não tem significado para ela, e a sua maldição pesa sobre a
imobilidade. É forte. Seu passo é ponderado, suas exceções raras, as suas leis
imutáveis. Já pensou e medita continuamente, mas não como um homem, mas como a
natureza. Foi reservado um significado próprio omniabarcante, que ninguém pode
captar.
Os homens
estão todos nela e ela está em todos. Com todos, a natureza realiza um amigável
jogo e se alegra tanto mais quanto mais você a vence. Com muitos, seu jogo é
tão secreto que acabam antes de se darem conta dele.
Também o
mais desnaturado é natureza, também o filisteísmo mais prosaico tem algo do seu
gênio. Quem não a vê em todo lugar, não a vê em lado nenhum, de forma justa.
Ama a si
mesma e tem fixos eternamente em si inúmeras olhos e corações. Separou-se em si
mesma para se beneficiar. Faz nascer sempre outras criaturas que a beneficiem
no insaciável desejo de se comunicar.
Se compraz
na ilusão, e quem destrói esta ilusão em si e nos outros é punido pela natureza
como pelo tirano mais severo. A quem a segue com confiança, o estreita como o
seu filho contra o seu coração.
Seus filhos
são inúmeros. Com nenhum deles, no geral, é muito correta, mas tem prediletos
com os que se retirou muito e aos que sacrifica muito. O que é grande o tem sob
sua proteção.
Faz brotar
suas criaturas do nada, e não diz nem de onde vem, nem para onde vão. Só devem
correr; ela sabe o caminho.
Tem poucos
molas, mas nunca estão inertes, mas sempre que operam, multiformes sempre.
O seu drama
é sempre novo, pois acredite, sempre novos espectadores. A vida é a sua
descoberta mais belo, e a morte o seu estratagema para ter mais vida.
Envolve o
homem no escuro e empurra-o para sempre para a luz. O torna dependente da
terra, desastrada e grave, mas sempre de novo o faz ficar alerta. Levanta
necessidades porque gosta do movimento; a maravilha é que obtenha tanto
movimento com recursos tão limitados.
Cada
necessidade é um benefício: tão logo satisfeita e tão cedo de novo volta a
surgir. Constitui uma nova fonte de prazer fazer que isto dê de si o máximo,
mas logo a natureza restaura o equilíbrio. Em cada momento seu olhar está
estendida para o mais distante e em cada momento está na meta.
É a
vaidade, mas não para nós, para quem se torna a coisa mais importante.
Deixa que
as crianças se divirtam com ela, que os tolos fiquem acima dela, e que milhares
de pessoas se darem de cara contra ela sem notar nada; mas de todos recebe sua
alegria e com todos faz as contas.
A suas leis
se obedece mesmo quando nos opomos a elas; se age com a natureza também quando
quer agir contra ela.
Tudo o que
dá o transforma em benefício próprio, pois ele faz isso de antemão
indispensável. Induz a que se fantasie e foge para que nunca esteja satisfeito
com ela. Não tem linguagem nem discurso, mas cria línguas e corações através
dos quais sente e fala. A coroa é o amor. Só através do amor nos aproximamos
dela. Cava abismos entre todos os seres, mas todos aspiram a se reunir. O
isolou tudo, para tudo.
Com um par
de copos da bebida do amor, recompensa o tormento de toda uma vida. É tudo. Se
premia e pune ela mesma. Se alegra e se atormenta. Ela é dura e doce, gentil e
horrível, fraco e onipotente. Tudo está sempre nela. Não conhece nem passado
nem futuro. O presente é a sua eternidade. É benevolente. E eu a louvo com
todas as suas obras. É sensata e silenciosa. Não lhe liga nenhuma explicação,
nem dá nenhum presente se não é de forma voluntária. Ela é esperta, mas com
bons fins, e o melhor é não perceber a sua astúcia. É um tudo, mas nunca está
completa. O que faz hoje, pode fazê-lo sempre. A cada um lhe aparece de uma
forma singular. Esconde-se sob mil nomes e palavras, mas é sempre a mesma.
Assim como me trouxe à cena, vai cortar minha cabeça fora. Mas eu confio nela.
Pode fazer comigo o que quiser. Não odiar sua própria obra. Eu não falo eu da
natureza. Não, ela já disse o que é verdadeiro e o que é falso. Tudo é culpa
dele, tudo é mérito seu (Foto).
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*Engenheiro Agrônomo e Florestal, ambientalista e escritor
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