terça-feira, 13 de dezembro de 2016

PROVOCAÇÕES DO TIÃO - Com Goethe, mergulhando no micro-organismo Mosanto


Sebastião Pinheiro*
O amigo e colega A. Piaia pauta-me sobre o merchandising da Monsanto, "os micro-organismos no futuro", relatado como ciência para incautos, subservientes ou ignorantes. Eu não pude atender imediatamente, pois estava lendo R. Steiner, o que me obrigou a ler " Teoria da natureza " de J. W. Von Goethe (1749-1832) e, por sorte, já tinha lido " Kosmos " De Von Humboldt (1767-1835).

Mas, me Obrigou a ir até Baruch Spinoza (1632-1677) em " Tratado da reforma do entendimento", e depois" ética demonstrada pela ordem geométrico", tenho horror a coisas místicas ou ocultas misturadas com espiritualidade, em que Agradeço muito a desidério Erasmo, que viveu em Rotterdam (1466-1536), e não gostava de ninguém. É com este espírito que atendo ao amigo em mister tão complexo.

- a faculdade, doente, doutrina alunos para tecnologias no mercado e cria a elite de post-graus para o que as transnacionais estão criando para as duas próximas décadas, e que deve ser consumida, sem solução de continuidade, na periferia. Então, alguns "Papers" avançados devem chegar para revoltar o marasmo e indicar existir uma alternativa ou luz na escuridão.

A tarefa do amigo e colega é difícil, pois eu estava concretizando a construção de minha compreensão sobre "Sideróforos camponeses", e tenho de voltar, não à leituras medievais, ou renascentistas, mas à pré-História da evolução da vida, onde acha-se a folha Rica em taninos, por acção das ferric-Sintetasas, que desencadearam os pré-Sideróforos, e que, nos animais, fez surgir as hemoglobinas como outros antigos sideróforos, que perdeu a função, mas manteve a sua acção não só no animal, mas muito antes nas leguminosas (Brady)-Rhizobium e actinorhizal por frankia SP. Nas fagales, casuarináceas e outras.

Esse racionamento não é simples, e obrigado aos meus professores, me permite diferenciar os microrganismos selvagens dos de laboratórios, criados de forma dirigida para substituir, com a mesma finalidade, mas mais lucros, aos agrotóxicos químicos, como o questionado por Angelo.

Posso garantir que os microrganismos de laboratórios são mais perigosos que os agrotóxicos químicos hoje existentes, pelos efeitos "Sóliton-Holográfico sobre o DNA". Ainda hoje, vemos os mesmos professores que adoravam os pesticidas idiotas (Foto) se transformarem em fanáticos consumidores de microrganismos, sem capacidade dedutiva sobre a diferença entre "o selvagem" do "de laboratório ".

Dão-se conta porque liguei para Erasmo de roterdão? Com ele, vocês irão se dar conta do benéfico que é um e o nefasto que é o outro. Mas onde a corrupção é instrumento de política pública, isso continuará a ser impossível, igualzinho na época da inquisição, com as mesmas torturas... ficou por aqui, e aproveito para apresentar a vocês, um trecho que deveria ser obrigatório antes da primeira aula de biologia No Ensino primário, secundário, médio, graduação e pós-graus, para evitar a quem servem (Foto) os doutores que hoje assustam quando abrem a boca sem o ponto eletrônico no ouvido, que funciona como o seu espírito.



A natureza, por Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)

Natureza! Por ela, estamos cercados e embrulhados, incapazes de sair dela e incapazes de penetrar mais fundo nele. Sem ser requerida, e sem avisar, nos arrasta no turbilhão da sua dança e se mexe com nós até que, cansados, caímos rendidos em seus braços. Acredite, eternamente novas formas; o que aqui está, antes não tinha ainda sido jamais; o que foi não volta a ser de novo. Tudo é novo e, no entanto, sempre antigo. Vivemos em seu seio e lhe somos estranhos. Fala continuamente conosco e não nos revela o seu segredo. Agimos constantemente sobre ela e, no entanto, não temos nenhum poder sobre ela. Parece ter orientado tudo sobre a individualidade e nada lhe importam os indivíduos. Construa sempre e sempre destrói, e a sua oficina é inacessível.

Vive toda nos seus filhos, mas a mãe onde está? É a artista única que, desde a matéria mais simples, alcança os maiores contrastes e sem aparência de esforço eleva-se a máxima perfeição - a mais rigorosa determinação, sempre impregnada de uma certa delicadeza -. Cada uma de suas obras tem Uma essência própria, cada uma de suas manifestações tem o conceito mais isolado e, no entanto, formam um todo único.

Ela recita um drama: Não sabemos se ela mesma o prevê e, no entanto, o recita para nós, telespectadores sentados num canto.

Nela, há vida eterna, um eterno devir, um perpétuo movimento e, no entanto, não dá passos para frente. Transforma-se eternamente e não há nela nem um momento de quietude. O parar não tem significado para ela, e a sua maldição pesa sobre a imobilidade. É forte. Seu passo é ponderado, suas exceções raras, as suas leis imutáveis. Já pensou e medita continuamente, mas não como um homem, mas como a natureza. Foi reservado um significado próprio omniabarcante, que ninguém pode captar.

Os homens estão todos nela e ela está em todos. Com todos, a natureza realiza um amigável jogo e se alegra tanto mais quanto mais você a vence. Com muitos, seu jogo é tão secreto que acabam antes de se darem conta dele.

Também o mais desnaturado é natureza, também o filisteísmo mais prosaico tem algo do seu gênio. Quem não a vê em todo lugar, não a vê em lado nenhum, de forma justa.

Ama a si mesma e tem fixos eternamente em si inúmeras olhos e corações. Separou-se em si mesma para se beneficiar. Faz nascer sempre outras criaturas que a beneficiem no insaciável desejo de se comunicar.

Se compraz na ilusão, e quem destrói esta ilusão em si e nos outros é punido pela natureza como pelo tirano mais severo. A quem a segue com confiança, o estreita como o seu filho contra o seu coração.

Seus filhos são inúmeros. Com nenhum deles, no geral, é muito correta, mas tem prediletos com os que se retirou muito e aos que sacrifica muito. O que é grande o tem sob sua proteção.

Faz brotar suas criaturas do nada, e não diz nem de onde vem, nem para onde vão. Só devem correr; ela sabe o caminho.

Tem poucos molas, mas nunca estão inertes, mas sempre que operam, multiformes sempre.

O seu drama é sempre novo, pois acredite, sempre novos espectadores. A vida é a sua descoberta mais belo, e a morte o seu estratagema para ter mais vida.

Envolve o homem no escuro e empurra-o para sempre para a luz. O torna dependente da terra, desastrada e grave, mas sempre de novo o faz ficar alerta. Levanta necessidades porque gosta do movimento; a maravilha é que obtenha tanto movimento com recursos tão limitados.

Cada necessidade é um benefício: tão logo satisfeita e tão cedo de novo volta a surgir. Constitui uma nova fonte de prazer fazer que isto dê de si o máximo, mas logo a natureza restaura o equilíbrio. Em cada momento seu olhar está estendida para o mais distante e em cada momento está na meta.

É a vaidade, mas não para nós, para quem se torna a coisa mais importante.

Deixa que as crianças se divirtam com ela, que os tolos fiquem acima dela, e que milhares de pessoas se darem de cara contra ela sem notar nada; mas de todos recebe sua alegria e com todos faz as contas.

A suas leis se obedece mesmo quando nos opomos a elas; se age com a natureza também quando quer agir contra ela.

Tudo o que dá o transforma em benefício próprio, pois ele faz isso de antemão indispensável. Induz a que se fantasie e foge para que nunca esteja satisfeito com ela. Não tem linguagem nem discurso, mas cria línguas e corações através dos quais sente e fala. A coroa é o amor. Só através do amor nos aproximamos dela. Cava abismos entre todos os seres, mas todos aspiram a se reunir. O isolou tudo, para tudo.

Com um par de copos da bebida do amor, recompensa o tormento de toda uma vida. É tudo. Se premia e pune ela mesma. Se alegra e se atormenta. Ela é dura e doce, gentil e horrível, fraco e onipotente. Tudo está sempre nela. Não conhece nem passado nem futuro. O presente é a sua eternidade. É benevolente. E eu a louvo com todas as suas obras. É sensata e silenciosa. Não lhe liga nenhuma explicação, nem dá nenhum presente se não é de forma voluntária. Ela é esperta, mas com bons fins, e o melhor é não perceber a sua astúcia. É um tudo, mas nunca está completa. O que faz hoje, pode fazê-lo sempre. A cada um lhe aparece de uma forma singular. Esconde-se sob mil nomes e palavras, mas é sempre a mesma. Assim como me trouxe à cena, vai cortar minha cabeça fora. Mas eu confio nela. Pode fazer comigo o que quiser. Não odiar sua própria obra. Eu não falo eu da natureza. Não, ela já disse o que é verdadeiro e o que é falso. Tudo é culpa dele, tudo é mérito seu (Foto).


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*Engenheiro Agrônomo e Florestal, ambientalista e escritor

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