Sebastião Pinheiro*
O amigo Füllgraf nos participa a situação dos incêndios florestais de coníferas no sul do Chile. Incêndios florestais de coníferas são praticamente incontroláveis, no passado os ciprestes da cordilheira e alerces chegavam a queimar durante meses pelas condições do clima. A situação é tão dramática que os japoneses na Segunda Guerra Mundial, além de atacarem o Havaí e tomarem as Filipinas uma colônia norte-americana usaram balões estratosféricos com bombas incendiárias que caiam com muita precisão sobre as florestas de coníferas causando terror no país. O impacto era tão grande que os estudantes universitários foram treinados e formadas brigadas de bombeiros florestais com um corpo de paraquedista para impedir a propagação bem no inicio, pois depois é praticamente incontrolável. O uso de dinamite era uma solução eficiente, pois eliminava o ar (Oxigênio) e extinguia as chamas.
O uso de
coníferas no sul do Chile se deve a que a tecnologia do papel foi desenvolvida
primeiramente com as coníferas que tem fibra longa e permite a produção de
papel de qualidade. Como são empresas de alto investimento de capital, e
necessitam de muita terra os grandes investimentos, são feitos pelas coroas
mais ricas, donas de terras em seus países e donas de capital ilimitado, com
capacidade de amortização por muitas dezenas de anos, que é o período que
tardam as coníferas para produzir. Hoje, tudo isso está ultrapassado pelas
árvores de crescimento rápido em regiões tropicais. Mas as inversões no Chile,
e também no Brasil, foram feitas sobre territórios de populações tradicionais
(Mapuches, Tupiniquins, guaranis etc.). A coroa inglesa é especialista em fazer
este tipo de crime, onde a árvore expulsa a sociedade humana.
A fixação
de dunas e médanos nas Landas da Normandia criou grandes parques turísticos,
como foram feitos após a primeira guerra mundial, se utilizou coníferas. Um
incêndio nesses parques matou várias centenas de turistas, que não conseguiam
sequer fugir de automóveis. Por isso, nas fotos do Frederico se vê o veloz
cervo vermelho e o dama mortos, quando são animais de alta capacidade de fuga.
No Brasil,
em 1962, no Estado do Paraná, vimos os incêndios de coníferas serem estimulados
para eliminar a Araucária e permitir a venda de terras (grande parte delas
britânicas, como pagamento da construção da ferrovia), para plantar grãos e
café.
O amigo
Füllgraf é testemunha, na Amazônia, quando tivemos de enfrentar um sargento
embriagado no Pará, armado com uma metralhadora INA.30. Ali, conheci o famoso
Ten. Filomeno, do SNI, chefe da Segurança na Área da Barragem, e suas
tentativas de intimidar, era época da ditadura militar, um grande incêndio de
coníferas, como o que estamos vivendo agora.
Houve o
acidente aéreo com um ministro da Suprema Corte. Vi e li tanta bobagem na mídia
que fiquei queimando como no inferno cercado de “bailarinas” (figura comum nos
incêndios de coníferas).
Peço
licença para minhas tristes perguntas:
1) Deve um
Ministro da Suprema Corte aceitar o convite e pegar carona no avião de um réu
naquele “colegiado”?
2) Pode as
Agências de Inteligência do Estado permitir que Ministros de Estado sejam
expostos ao golpe de viajar em um avião de pessoa suspeita e em companhia de
clandestinos, por vontade própria, induzida ou persuadida, atenção o “golpe”;
não é referência a acidentes naturais, tecnológicos ou intencionais, quando a
este Agente do Poder está delegada uma gigantesca investigação de malversação
de dinheiros públicos, mal feitos de grandes corporações com participação da
cúpula da República e de vários outros países?
3) Onde
está o bom senso de alguém ameaçado e odiado, em situação de tensão absoluta,
deixar de se proteger, e ser protegido, mesmo contra sua vontade até o fim de
sua missão.
4) Graças
ao Bom Deus esse avião caiu, pois o atentado não pode ser perpetrado, nem o
processo ser destruído. Os argentinos tem um Papa, mas Deus é brasileiro.
Reflexões
atrevidas é minha verve pampeana:
a) Uma falsa
informação contra Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant e outros
abolicionistas detonou a “Proclamação da República”, como um golpe e não um
processo.
b) O
Marechal Humberto Castelo Branco, prócer da Ditadura de 64, enquanto viajava em
um Piper PP ET T Aztec PA-23 foi derrubado por um jatinho Lockheed T-33, da
FAB, pilotado pelo aspirante Alfredo Malan d'Dagrogne. A edição 1939 da Isto é
denunciou, e foi solicitado por um promotor federal, a reabertura do caso sob
forte suspeita de um atentado.
c) O Agente
de Informações do SNI, Alexandre von Baumgarten, escreveu um livro (Foto)
denominado Yellow Cake, uma “ficção”, sobre um país que produz e vende Urânio
enriquecido para um país do Oriente Médio (que poderia ser o Iraque de Saddam
Huessein).
Casualmente, o reator Osírak, em 07 de junho de 1981, daquele país,
foi severamente bombardeado pelos israelenses, posteriormente
(http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/recortes/R05135.pdf), e um buraco atômico,
em Cachimbo, recebeu uma pá de cal nove anos depois.
O delegado do DOPS/ES
Claudio Guerra ditou o livro “Memórias De uma Guerra Suja” (Foto).
Nele, o delegado revela
que foi encarregado de executar o assassinato de Baumgarten pelo todo poderoso
SNI, diante da dupla incompetência na ação, coube ao Doutor Cesar, do GARRA,
órgão de ações criminosas clandestinas.
Baumgarten
foi sequestrado com sua esposa e o barqueiro e todos foram mortos. O assunto
foi muito festejado na imprensa da Nova República, e posteriormente, todos
foram absolvidos. Isto é invejável, diria uma agente de inteligência
estrangeiro. O amigo Frederico escreveu “A bomba Pacifica” de igual beleza.
d) O
Senador da República Marcos Freire, do PMDB por PE, sofreu um acidente ainda
não esclarecido, que na imprensa à época surgiu ter sido causada pela entrada
de um pequeno pássaro “urutau”(Nyctibius griséus) na turbina do jatinho, mas
outros afirmam que o avião explodiu no ar em 08 de setembro de 1987. Eram os
tempos tenebrosos dos atentados, bombas, bancas incendiadas, atentado na OAB,
atentado no Rio Centro; lembram que o veículo Puma era de uma agente Argentina (Foto)?
e) Se
fossemos elencar todas as reflexões ficaria muito longo, como derradeira, trago
um caso acontecido comigo. Prestei exame de admissão ao ginásio em janeiro de
1960, para o Colégio CNEC “Orlando Rangel”, em São Gonçalo. O Secretário do
exame de seleção avisou: Há 20 vagas, mas 16 serão disputadas e 4 foram
reservadas para políticos do PTB. Isto é corrupção num curso de admissão ao
ginásio. Para muitos, isso é o jeitinho, aliás, passei em terceiro lugar
concorrendo com mais de 1200 pessoas, todos adultos e eu tinha apenas 12 anos
de idade.
Hoje, vejo
o “golpe” de violência que ocorre nos presídios, com algumas corporações
criminosas procuram tornar hegemônica sua organização paulista, que, ousados,
dizem fazer parte políticos dos três poderes. Será pelo valor do tráfico
internacional de narcóticos (200 bilhões de dólares/ano)? Espero mais uma vez a
mão de Deus contra a escalada do Totalitarismo Mundial..
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*Engenheiro agrônomo e florestal, ambientalista e escritor
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