A condição
de ancião me dá a liberdade de tratar certos temas técnicos de forma
carbonária. No tocante as “farinhas de rocha” vinte anos antes que criassem o
neologismo “rochagem” ou inventassem a consigna “rocks for crops” e sua
“agrogeologia” começamos a recuperar terras de populações tradicionais de
quilombolas no interior da Bahia, o que pode ser constatado através do
cromatograma de Pfeiffer.
Quando
alguém propõe aquecer ou tratar uma rocha com agentes físicos ou químicos para
liberação mais rápida de sua energia eu fico observando que essa pessoa por
culpa de sua alma mater foi levado a pensar de forma reducionista e
tendenciosa, para quem desde sempre fomos loucos, mas com o passar do tempo
excêntricos e por fim avatar de um conhecimento exótico que pode ser apropriado
e incorporado à realidade através da “modernização conservadora” como se isso
dissesse algo além de filosofia. Na Espanha foi cunhado o termo heteronomia,
que alerto não significa o antônimo de homonomia, mas a liberdade de executar a
ausência de autonomia.
Farinhas de
rocha são instrumentos de biotecnologia de ponta para a construção do BIOPODER
CAMPONES. Obviamente que grupos e indivíduos heteronômicos pretender constituir
“poder exótico” com legislações, regras e etc. com respeito à “rochagem”,
seguindo a senda da agricultura moderna em upgrade no agora denominado
“agronegócios”.
Para que se
entenda plenamente o acento por mim adotado sou obrigado ao parêntese. - O
neologismo agribusiness foi traduzido pelo “adelantado” Ney Bitencourt de
Araújo diretor da empresa do Grupo Rockefeller “Agroceres” (R.I.P.) ignorando a
função ultrassocial humana na produção de alimentos. É ultrassocial, pois não
existe agri (agir)+cultura na natureza como pode ser encontrado em W. J von
Goethe ou von Humboldt. Logo ela é fruto do trabalho árduo, o que contradiz o
termo agronegócios, negação do ócio na agricultura, um contra senso econômico.-
Fecho o parêntese.
A evolução
de um solo, meteorização de rochas, no tempo espaço na natureza tem no elemento
estratégico que são os micróbios e suas populações através do tempo, contudo a
cupidez de von Liebig tenha pretendido negar sua importância em 1842.
Os
trabalhos de Winogradsky ficaram em terceiro plano aos micróbios de Pasteur na
área de saúde pública. Isto permanecerá até os trabalhos de Fleming na segunda
década do Século XX, mas somente o microbiologista de solos Selman Waksman
conseguirá produzir para o esforço de guerra no Pacifico os antibióticos
extraídos, também dos solos.
Contudo, seu livro, a exemplo de outro de Julius
Hensel, “Pães de Pedra” também tenham ficado escondido por mais de 80 anos para
não contrarias os interesses do Grupo Rockefeller que doou 30 milhões de
dólares ao governo Roosevelt para as infraestruturas na Bacia do
Mississipi-Missouri, cujo retorno anualmente é superior a 9 bilhões de dólares
em royalties, patentes, serviços e tecnologia de fertilizantes solúveis.
Com a
mudança da matriz tecnológica da química industrial para a biossintese , aquela
realidade retorna a um patamar anterior onde a tecnologia dos micróbios são a
parte essencial. O triste é que von Liebig foi bolsista na França quando a
Alemanha não possuía conhecimento de química, mas já na França napoleônica a
produção de pólvora para a guerra era obtida por fermentação de excrementos
humanos e animais (nitratos) anterior à época de Lavoisier.
As ações de
recuperação de solos degradados por poluição encontraram que as populações de
micróbios era muito mais complexa, pois a grande maioria sequer podia ser
identificada e menos ainda isolada. A Biologia Molecular permitiu encontrar
“cluster” de ADN e ARN localizando-os na cadeia evolutiva como fungos,
bactérias etc que levavam à sua dedução. Hoje é sabido que conhecemos menos de
0,1% dos 1x10 na potencia 40 dos microrganismos existentes no solo. É o novo
campo científico da metagenômica do solo.
No trabalho
com farinhas de rochas (rochagem) da agrogeologia há a possibilidade de
restaurar ou recuperar micróbios antes desconhecidos ou considerados “extintos”
pela nossa degradação-poluição no manejo do solo na matriz tecnológica
anterior. Isso permite construir aqui entre nós a ecopoiesis que a NASA estudou
para a colonização de Marte já na década de 70 com Carl Sagan e Lynn Margoulis.
Obviamente que seres serviçais preocupam-se prioritariamente em construir
“poder” através da restrição legal a evitar o livre uso das farinhas de rochas
para o acumulo de conhecimento e consequente submissão aos interesses das
corporações, governos e organismos multilaterais.
Nosso
trabalho tem sido desde a publicação do livro MB-4, não usar o insumo
biotecnológico “pó de rocha” como um substituto dos fertilizantes químicos
solúveis de von Liebig, Yara ou Grupo Rockefeller em transição para a nova
matriz tecnológica, mas reenfocar a visão da Vida no sentido do Imperador
Ashoka, von Goethe, von Humboldt e Erwin Schrödinger e para isso criamos a
subversão dos campos de metagenômica camponesa, onde o camponês pode entender a
importância de restaurar a vida no seu solo sem a necessidade de compra de
micróbios melhorados das grandes corporações antes de agrotóxicos, agora da
biotecnologia de microrganismos patenteados e comercializados através de
serviços ao bel prazer dos interesses multilaterais e da OMC, como “Biochar” ou
“Carbono Orgânico.
Acreditamos
piamente que os camponeses têm a condição de construir seu solo metaproteômico
único, mesmo sem conhecer as comunidades e populações que o habitam, em um
salto quântico impedindo que o não-saber do consumismo o distancie do BIOPODER
ULTRASSOCIAL que dele emana e irradia.
Isso é bem
mais que a retórica de ONGs a serviço de disfarces por ausência de políticas
públicas de governos...