domingo, 11 de junho de 2017

Hannah Arendt, muito atual




As controvérsias entre a ideia do Mal como naturalizado e como produto de uma escolha política, são vivas, diariamente, em nosso País, nas ruas e nas redes. Está latente na onda justiçadora de uma população que cria e cultiva mitos, diante do vácuo do Estado em funções de primeira ordem; mas, sobretudo, no ataque intolerante a tudo que foge à uma bipolaridade predominante. Em Hannah Arendt (2013), Margarethe von Trotta traz ao debate o conceito de Banalidade do Mal, aprofundado por aquela autora judia, a partir da obra que escreveu desde sua experiência como correspondente no julgamento de Adolf Eichmann (1961), em Israel, por crimes de genocídio contra os judeus, durante a guerra. A passagem por um campo de concentração e a ligação de Hanna com o filósofo M. Heidegger – identificado com o Nazismo – são ingredientes que tumultuam a trajetória dessa filósofa, que deixou sua marca no pensamento político contemporâneo. Sob os limites da linguagem cinematográfica, o filme expõe as interioridades, dúvidas e a personalidade dessa intelectual, que rompe com as expectativas que a cercam, em um momento conturbado da vida política europeia.

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