- e estes, volta e meia retribuem, generosamente, com alguma fruta ou produção artesanal própria, como o Mateus, que me trouxe há pouco uma bacia de butiás; ou como a minha vizinha Joelma, dias depois de eu deixar-lhe uns araçás para provar, retornou o pote com um belo pedaço de bolo de chocolate. Então, ia falar, de novo, o quanto é valiosa essa cultura de troca, de um “comunismo primitivo” e belo, como lembro bem a colega Márcia Camarano.
Mas, aí, resolvi aproveitar e buscar alguns comentários, e até uma poesia, retirados de arquivos do próprio Face, desse nível de abordagem da vida local, a partir de alguns bairros que passei ou morei, os quais reproduzo, com algumas fotos, pela pertinência do que quero tratar; dos valores discretos e silenciosos que nos cercam, incluindo uma poesia sobre um certo bairro da RMPA.
PONTO DE
VISTA. Saindo da Orla, avisto uma jovem de uns 15 anos tendo uma leve queda, ao
saltar ra calçada para a avenida, em uma manobra de skate arriscada. Após ouvir dela, diante
de minha manifesta preocupação, q está tudo bem, pergunto se não há pista de
skate no povoado, ao q ela dispara: "Tem não, aqui nesse Francês não tem
nada". Olho pra ela e o imenso mar verde q tem atrás de si e fico em um
silêncio confuso entre a lástima e a admiração. (Marechal Deodoro, Al, junho,
2016)
VALERIA A PENA QUE AS COMUNIDADES TRANSFORMASSEM SUAS CALÇADAS EM
POMARES, COM A DEVIDA ORIENTAÇÃO E HARMONIA. "As árvores são fundamentaisnas ruas e avenidas. Além de embelezar, elas tem um importante papel noequilíbrio térmico, refrescando onde quer que estejam. Também colaboram com aredução da poluição sonora e do ar, fornecem sombra, refúgio e alimento para asaves." (Alvorada, Out, 2016) -
ARAÇÁ
MADURINHO, DIRETO DO PÉ? TEMOS! Sim, a Natureza é generosa com todos, ainda q o
capitalismo atice o individualismo nos espíritos humanos. Se cada um plantasse
um pé de uma fruta ou hortaliça em sua calçada, teríamos uma gigante fruteira a
céu aberto, de graça e para todos; mas... (Fevereiro, Alvorada, 2017)
/ Misturam
à paisagem gelada um quente cheiro de saudade / O clima parado e a brisa de
silêncio rimam com chimarrão, praça ou calçada; para outros, a sorte no bailão
/ E na mesa do bar, em meio ao pretexto da cachaça triste, ou da cerveja
alegre, se despertam histórias e sorrisos / Que socorrem o coração de uma
modernidade apressada e veloz / Vai, então, a imaginação de um trem ao outro,
sem pressa de descer na próxima estação / Sob essa sombra do tempo, mais ao
Centro, um avião atento vigia a implacável passagem da história /
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Foto: PMC |
Debaixo das
asas, entre interiores e capitais, um tapete de cimento e piche dá liga às
corridas por outros amanhãs... ... de sonhos, medos e mudanças. (Canoas, RS,
Jan, 2017)
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