domingo, 3 de fevereiro de 2019

Tentar entender a repetição de “Mariana” é dificil

Sebastião Pinheiro*

Prometo não vou mais abordar nada sobre alteamento acima de 81 metros à montante ou barragem de “fango” de sulfetos em zona onde chove mais de 1400 mm anuais. 


Isto é assunto de físico-química coloidal que não permite neófitos, nem cultivadores de virtudes.

Tentar entender a repetição de “Mariana” é dificil. 


Sou da raça do Nelson Rodrigues, para mim toda unanimidade é coisa burra, e ninguém me faz de idiota. 

O primeiro relatório acertou até mesmo no número de mortos e isso não é “causalidade”, menos ainda casualidade, ambas totalmente antagônicas. 

Dizem que a inteligência israelense, depois dos jogos olímpicos de Munique em 1972 diante de toda e qualquer unanimidades é obrigada a recorrer a um grupo especial para não admitir o óbvio e repetir a “casualidade”.

Hoje é difícil se dizer: 


“Sou Cão sarnoso, sou Cínico, sou Estóico & Vivo em Autarquia. 



É mais fácil aceitar o que dizia em 1977 a norte-americana Kathleen Lee Lyra: 

“Brasileiro é muito bonzinho”. 

Sim, o “Museu Nhôtim” estava em um promontório olímpico e o refeitório para a ralé ignara à jusante da geleia de lama.

A Vale foi privatizada por 3 bilhões de dólares por um congresso de cidadãos eleitos… 




Neste património adquirido haviam recursos para serem explorados ao longo de 99 anos; Mas haviam passivos que custaram um percentagem daquele montante. 

Contudo, o valor negativo desses passivos crescem tão vertiginosamente quanto o valor das ações da empresa. Hoje eles valem o mesmo percentagem do momento da privatização, mas seu valor é parte de 400 bilhões de dólares.

Na primeira barragem “desastrada” foram solucionados 12 milhões de metros cúbicos sem custos fora da “expectativa causalizada”. Minha gente, a turma israelense a ser chamada devia ser aquela contra a unanimidade burra...

Na nova barragem a casualidade foi mais inusitada, pelo número de mortos, pois desnudou a ambiguidade social da política anterior e a política eleitoreira servil atual com sua arrogância e cretinismo repetida para todos ouvirem das favelas à Davos.

Hoje temos 25 milhões de metros cúbicos já socializados a um custo mínimo, que precisa se mostrado exaustivamente durante uma semana com helicópteros transportando corpos assassinados (agradeçam tranquilos foram doados 25 mil dólares a cada parente de vítima, pelos brasileiros muito bonzinhos), pois a reforma trabalhista garante apenas 50 salários. 


Que isso significa onde não há Estado ou governo para todos, mas os mais iguais já recuperaram 8% dos 24% perdido. 

Depois da primeira solução a empresa cresceu mais de 200 bilhões de dólares, pois resolveu um passivo gigantesco com poucos recursos.

Agora está sendo demonstrado o mesmo caminho da ditadura econômica, que alguns idiotas querem disfarçar como ideológica, igual nas fotos do passado recente.



Sim, sou um cão sarnoso, sou um cínico, sou estóico, vivo em autarquia, não dependo do Sol ou do saber de ninguém.
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*Engenheiro Agrônomo e Florestal, ambientalista e escritor

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