domingo, 24 de abril de 2011

A descoberta do novo se faz no estranho


Algumas vezes, precisamos ir muito além de onde estamos para se dar conta da própria condição. Outras vezes, a permanência de uma condição só se faz necessária em sua essência positiva. No caso de Cuba, que tem adotado mudanças estruturais, a partir do governo de Raul Castro, há uma mescla entre o novo, com o princípio de preservar as conquistas sociais no passado. Um desafio que se apresenta a um País que ousou, por décadas, enfrentar poderes gigantescos pela sua soberania e que agora, ante a imponência da conjuntura econômica e política, se troca os anéis para não perder os dedos.

 "Acho que Jimmy Carter foi claro em seus pronunciamentos sobre a falha na política externa americana em relação à Cuba. Mais que qualquer outro presidente americano, exceto Gerald Ford, Carter foi o que mais fez para tentar reparar a relação com Cuba. Por isso, Carter tem estatura para vir conversar com o governo cubano, mas ele não estava aqui numa viagem oficial e Obama e Hillary Clinton não viram em Carter um porta-voz. A questão é que a opinião pública americana está pronta para suspender o embargo e restaurar as relações diplomáticas. O argumento está ganho. Cuba está soltando prisioneiros políticos e embarcando num processo significativo de reforma econômica e política. Mas a administração Obama, tendo em mente o custo político interno que isso poderia ter, nos coloca neste estranho momento em que a opinião pública americana e a atitude cubana estão à frente da administração mais liberal e democrática que os Estados Unidos tiveram desde 2000. Estamos estagnados no momento. Infelizmente, Washington não vê Cuba como uma nação de verdade."


Leia em Sem Fidel nem libreta a entrevista, na íntegra, com a pesquisadora Julia Sweig, autora do livro Inside the Cuban Revolution.

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