quinta-feira, 21 de abril de 2011

Mesmo que por linhas tortas e até sobre a história oficial, a verdade um dia transoborda

Nada adianta disfarçarmos ou mentir para os outros ou para si,  que a força transcendente da essência das coisas acaba por emergir. Na história, oficial ou não, se dá o mesmo, ainda que tarde. A reação dos militares da reserva da Aeronáutica, que pedem, por meio de um abaixo-assinado, a retirada do ar da novela do SBT "Amor e revolução", demonstra um desconforto de setores fardados a conviver com certas leituras sobre a nossa história.
Irônico é, como nota Alberto Dines, que a produção seja realizada pela empresa do acionista Silvio Santos, o considerado “queridinho dos militares” nos anos de chumbo. Em se tratando de versões sobre a história, considero interessante que sejam mais diversificados possíveis os olhares. Em um contexto em que a Comissão da Verdade aborda uma  questão necessária, o simples fato de manter aceso esse debate, que a sociedade brasileira ainda não resolveu bem, já é um ganho que justifica manter a tal novela. Resta saber até que ponto a emoção da tela vai contribuir para a justiça da vida real.

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