quarta-feira, 13 de abril de 2011

Lobos às vezes só ladram; Pena

Houve quem visse apenas humorismo nas presenças de Lobão e Peninha no Fórum da Liberdade. Sou mais cético. Lembremos que o Lobão cresceu na Gávea, e muito das “loucuras” que fez, não foi às suas custas. Já Peninha é criativo, mas,  à parte seu talento de escrita – que não depende de ideologia – está longe de ser modesto; é alienado demais para ser engajado e sua arrogância compromete um brilho natural. Lembro que este, já ousou, por exemplo, menosprezar Memórias del Fuego, de Galeano, em comparação a sua Viagem do descobrimento – que diga-se, de passagem, é de um viés historiográfico Novo demais para meu gosto. Quem diz não ter lado, já se posicionou. Não sou dos que chegaram a queimar os livros de FHC após sua guinada tucana, mas olho sempre com muita desconfiança essa postura “liberal” dos que agem, dizem e fazem o que é típico do que há de mais reacionário, a pretexto da independência. Deus é inocente, artistas ou jornalistas, não. E no jornalismo, pululam exemplos do quanto o oportunismo tem a ver com esse ajuste de discurso. Quanto aos intelectuais, já faz tempo que essa palavra anda meio contaminada. Vou mais longe, há raiz nisso. Volto a dizer, ninguém se transforma, as pessoas se ampliam, ou se revelam.

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