segunda-feira, 11 de abril de 2011

Permanências que valem a pena

Hoje eu acordei pensando em permanências. O que realmente é permanente em nossa vida? E o que realmente pode ou deve sê-lo? Me deparo com a notícia desta segunda-feira, de que violência é a principal limitação para o “Objetivo do Milênio”, estabelecido pela ONU para diversas metas sociais até 2015, e penso sobre a permanência da violência em detrimento a outras permanências necessárias. Sim, entendo, nesse caso, que a violência é uma permanência. Ela se estabelece em um ambiente e tende a se manter e se consolidar, ficando progressivamente mais difícil de superá-la, ou, pelo menos, complexo.
A Paz, em sentido oposto, pelos fatores consensualistas que envolve, não é permanente, mas pode ser introjetada em uma certa cultura, de modo a superar e alimentar sentimentos fortes, ao ponto de cercar a violência e sugar dela agressividades positivas, conscientes, politizadas, emancipadoras. Não qualquer paz, por certo, mas aquela que envolve a possibilidade de livre expressão, é a que me refiro.
Na memória, arquivo precioso de nossa vida, ficam armazenadas permanências positivas e negativas, o estoque de nossos mais profundos sentimentos. Recuperá-los diariamente e positivamente, é uma forma de permanências que nos fortalecem, as que vale a pena ficarem. Um beijo de mãe, o valor do trabalho, o  valor da preguiça, um reencontro, uma descoberta, coisas assim.
Nesses tempos de invasão do imaginário por máquinas, tem sido fácil se perder nessa recuperação diária. Talvez, a superação da violência passe por esse retorno ao íntimo, retorno à permanências que valham a pena.

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